775kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

A Covid-19 já matou mais de 900 pessoas em Portugal. Até agora, registaram-se mais de 24 mil casos no país
i

A Covid-19 já matou mais de 900 pessoas em Portugal. Até agora, registaram-se mais de 24 mil casos no país

JOSÉ COELHO/LUSA

A Covid-19 já matou mais de 900 pessoas em Portugal. Até agora, registaram-se mais de 24 mil casos no país

JOSÉ COELHO/LUSA

"R" volta a subir e ameaça regresso à normalidade. Que número é este e porque é tão importante?

O número de reprodução do vírus é um dos principais indicadores para perceber como está a evoluir a pandemia. Em Portugal, após um mês em queda, o "R" voltou a subir. O que é que isso significa?

Desde que políticos e autoridades de saúde começaram a repeti-lo em múltiplas intervenções públicas, o “R” tornou-se um dos protagonistas da pandemia da Covid-19. Este número é fundamental para o estudo da evolução do surto e para a forma como deve ser pensado o gradual regresso à normalidade após o período de isolamento social. Além disso, também permite prever de que forma responderão os serviços de saúde caso aumente ou diminua.

Em países como a Noruega, o R ideal para começar a planear o regresso gradual à normalidade foi definido nos 0,7. Em Portugal, depois de um mês com uma tendência de queda e de uma estagnação à volta dos 0,9 que faziam antever boas notícias, o valor voltou a subir, ultrapassando a barreira de 1 — aquela que mais se tentava evitar. A diferença, na prática, é simples: abaixo de 1, o surto está a diminuir; acima de 1, está a crescer.

Afinal, o que é o R, o que significa para o regresso à normalidade e o que sabemos sobre a forma como tem evoluído em Portugal?

“R0” e “Rt”. Que números são estes?

O “R” — ou “número de reprodução” — de um vírus é um dos mais importantes indicadores que a comunidade científica monitoriza para perceber a forma como a epidemia da Covid-19 está a evoluir em cada país. De forma muito simples, o “R” significa o número médio de pessoas que são contagiadas por cada pessoa infetada com o vírus.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Número médio de contágios “subiu um bocadinho”, já a vacinação caiu bastante. DGS diz que é preciso evitar surtos de outras doenças

Esta definição conduz a uma conclusão matemática muito óbvia: se o número for superior a 1, então a epidemia está a crescer ( cada infetado contagia, em média, uma outra pessoa e o número de casos futuros tenderá a ser maior do que o número de casos atuais); já se o número for inferior a 1, então a epidemia encontra-se a caminhar para o seu fim (cada infetado contagia, em média, menos de uma pessoa, com o número de novos casos a ser inferior ao número de casos atuais).

Os cientistas têm atenção a dois indicadores concretos. O primeiro é o chamado “R0” (R-zero, ou número básico de reprodução). Segundo uma explicação dada ao Observador pelo coordenador da Unidade de Investigação Epidemiológica do INSA, Baltazar Nunes, trata-se do valor do R em “condições ideais para o vírus”. Ou seja, é o número médio de pessoas infetadas por cada doente num cenário “em que toda a gente é suscetível ao vírus, ninguém tem anticorpos, não há medidas de saúde pública implementadas e o vírus se propaga na população tendo em conta a taxa de contactos”. Trata-se da “propagação da doença em condições naturais” — no caso de Portugal, até 16 de março, altura em que a primeira medida, o encerramento das escolas, foi tomada.

Se o R for superior a 1, a epidemia está a crescer (o número de casos futuros tenderá a ser maior do que o número de casos atuais); se o número for inferior a 1, a epidemia caminha para o seu fim, com o número de novos casos a ser inferior ao número de casos atuais.

Este indicador permite aferir o nível de contágio expectável de uma epidemia provocada por um determinado vírus e ter uma noção das medidas que será necessário implementar para reduzir o R até um valor que permita o controlo do surto.

Depois, ao longo do evoluir da epidemia, os especialistas vão fazendo atualizações periódicas do valor do R, a que chamam “Rt” — por ser o número de reprodução em função do tempo. “É o que nós monitorizamos para perceber o que se está a passar”, resumiu Baltazar Nunes ao Observador. Monitorizar a evolução do Rt é crucial para perceber o efeito das medidas de contenção ao longo do surto de Covid-19 e para determinar a necessidade de aligeirar, aprofundar ou manter os esforços de contenção do vírus.

Ainda assim, a comunidade científica tem alertado para a necessidade de ter cautela na forma como se usa e interpretam os valores de R, sobretudo o do R0. “Nas mãos dos especialistas, o R0 pode ser um conceito de grande valor. Porém, o processo de definir, calcular, interpretar e aplicar o R0 está longe de ser direto. A simplicidade de um valor R0 e a sua interpretação correspondente mascaram a natureza complicada desta métrica”, dizem especialistas dos Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

Após um mês a descer, “R” português volta a estar acima de 1

Ao contrário de outros países (como é o caso da Alemanha, que inclui a evolução do R nos boletins diários), as autoridades de saúde em Portugal não têm divulgado de forma sistemática a evolução diária do número de reprodução do SARS-CoV-2 no país. Este valor, que é calculado pelo INSA, tem sido partilhado apenas com a DGS e o Ministério da Saúde e discutido com os líderes políticos.

Ainda assim, através das declarações da ministra da Saúde, da diretora-geral da Saúde e do responsável pelos cálculos no INSA ao longo dos últimos dias, bem como de algumas informações recolhidas pelo Observador, é possível reconstruir um retrato aproximado da forma como o R (ou Rt) tem evoluído em Portugal desde o início do surto em território nacional.

"Agora está à volta dos 0,9. É a estimativa que temos. Tem variado de região para região, mas tem andado à volta desses valores e sempre abaixo de 1"
Baltazar Nunes, coordenador da Unidade de Investigação Epidemiológica do INSA

Segundo explicou Baltazar Nunes, na última sexta-feira, ao Observador, os peritos portugueses mediram o R0 — o comportamento de vírus sem entraves, com condições ideias para se propagar — até ao dia 16 de março, dia em que as escolas portuguesas foram fechadas. “Mesmo assim, não conseguimos calcular de forma pura, porque já estávamos à espera do vírus e já havia alguns cuidados”, afirmou o responsável, que revelou apenas por estimativa o valor calculado nesse período, colocando-o entre 2 e 3.

Ou seja, antes de haver medidas implementadas e durante alguns dias, o vírus transmitiu-se naturalmente com cada infetado a contagiar em média entre duas e três pessoas.

Neste domingo, na habitual conferência de imprensa diária sobre a evolução do surto, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou com maior precisão o valor médio de contágio registado no mês de março: 2,08, “podendo o verdadeiro valor situar-se entre 1,97 e 2,19”. A ministra revelou também que entre os dias 16 e 20 de abril o valor “subiu um bocadinho em algumas regiões”, tendo alguns dias depois entrado numa rota descendente, como resultado da adoção de medidas de contenção ao abrigo do estado de emergência decretado a 18 de março.

Segundo dados recolhidos pelo Observador, o valor do R atingiu o maior pico entre os dias 21 e 23 de março. A partir daí, foi descendo gradualmente, atingido o valor de 1 por volta da Páscoa. A partir da Páscoa, que se assinalou no dia 12 de abril, o valor do R estagnou em torno dos 0,9, tendo registado pequenas flutuações sempre em torno desse número, ao longo de cerca de duas semanas.

A ministra da Saúde, Marta Temido, fala na conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus (covid-19), realizada no Ministério da Saúde, em Lisboa, 26 de abril de 2020. TIAGO PETINGA/POOL/LUSA

A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou este domingo que o Rt em Portugal está agora nos 1,04

TIAGO PETINGA/LUSA

Na última sexta-feira, o coordenador da Unidade de Investigação Epidemiológica do INSA, Baltazar Nunes, confirmou o valor ao Observador. “Agora está à volta dos 0,9. É a estimativa que temos. Tem variado de região para região, mas tem andado à volta desses valores e sempre abaixo de 1”, disse o responsável. “Aumenta ligeiramente, desce ligeiramente, tem estado estável.”

Este fim-de-semana, porém, o valor voltou a subir. Pela primeira vez desde a descida que se tem verificado após o início das medidas de contenção, o valor do R tornou a subir acima de 1 — o que significa que a epidemia deixou de estar em sentido descendente, voltando o número de novos casos a estar em crescimento.

A revelação foi feita pela própria ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa diária de domingo. O valor médio em Portugal é agora de 1,04, havendo pequenas variações regionais: “0,99 na região Norte e 1,2 na região de Lisboa e Vale do Tejo”. Isto significa que cada português infetado está a contagiar em média 1,04 pessoas e que o número de novos casos tenderá a ser maior do que o número de casos atuais. Ou seja, a epidemia voltou a crescer.

O “R” e o regresso à normalidade adiado

Apesar de toda a controvérsia em redor do assunto, a comunidade científica está segura de uma coisa: levantar as restrições impostas para lidar com o surto leva invariavelmente a um aumento da quantidade de contactos entre pessoas, o que tenderá a fazer subir o valor do R. Por isso, duas coisas são importantes: antes de levantar qualquer medida, é preciso estimar o impacto que essa ação poderá ter nesta subida do R; ao mesmo tempo, é preciso garantir que o R não ultrapassa o valor de 1, para que a epidemia não saia do controlo do sistema de saúde.

Para muitos especialistas, o simples facto de o Rt se encontrar abaixo de 1 não é suficiente para que seja seguro levantar medidas de restrição. Peritos em todo o mundo, com a Noruega a surgir como principal exemplo, têm apontado para o valor de 0,7 como um requisito mínimo para que se comece a pensar no levantamento das restrições.

"Houve um país que, foi a Noruega, que decidiu que quando o R0 da Noruega fosse de 0,7, ou seja, quando uma pessoa infetasse em média 0,7 pessoas, estaria na altura de descomprimir as medidas de contenção. Este não é o único critério que está a ser utilizado por diferentes países"
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde

No início de abril, o ministro da Saúde da Noruega, Bent Høye, anunciou que o Rt no país havia caído para 0,7 e afirmou, com convicção: “Isto significa que temos a epidemia sob controlo”. Logo no dia seguinte, o Governo norueguês começou a divulgar os seus planos para começar a reabrir as escolas e para levantar algumas das restrições de movimento que estavam implementadas desde março. Mesmo assim, com o Rt nos 0,7, os cientistas noruegueses alertaram para a necessidade de manter as condições que permitiram o declínio da epidemia.

Este exemplo foi levado pelos especialistas portugueses aos líderes políticos, numa reunião realizada no Infarmed há duas semanas e na qual estiveram presentes o Presidente da República, o primeiro-ministro, o presidente do Parlamento, os líderes partidários, os parceiros sociais e outros representantes políticos. Daí surgiu a ideia clara: Portugal devia esforçar-se para reduzir o Rt até aos 0,7 para começar a pensar em levantar as restrições.

Questionada depois numa conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, desvalorizou o objetivo e disse que “não há nenhum valor milagroso”. O valor foi “apenas o número que a Noruega decidiu, com a população norueguesa, com a cultura norueguesa, com as características do serviço de saúde norueguês”, disse a diretora-geral da Saúde.

Houve um país que, foi a Noruega, que decidiu que quando o R0 da Noruega fosse de 0,7, ou seja, quando uma pessoa infetasse em média 0,7 pessoas, estaria na altura de descomprimir as medidas de contenção. Este não é o único critério que está a ser utilizado por diferentes países”, acrescentou Graça Freitas, destacando que o país está a “acompanhar diferentes critérios, que estão a ser adotados por diferentes países, para ver qual é aquele se adaptará melhor à nossa realidade”.

Porém, especialistas ouvidos pelo Observador concordaram que o 0,7 é neste momento um indicador globalmente aceite como medida para o início da reabertura da atividade normal e sublinharam que é um valor que permite ter uma maior margem de manobra para que qualquer medida não faça o Rt ultrapassar o 1.

O 0,7 dá uma maior folga na implementação de medidas do que o 0,9”, disse Baltazar Nunes ao Observador. Até porque o país ainda não sabe bem de quanta folga precisa. “Temos de saber em quanto é que as medidas que vamos implementar vão aumentar o R. Imagine que pretendemos reabrir o pequeno comércio. Para saber qual é o impacto, tenho de saber em quanto é que isso vai aumentar a taxa de contacto entre as pessoas”, explicou o responsável.

NORWAY-HEALTH-EBOLA

O ministro da Saúde na Noruega, Bent Høye, declarou a epidemia como controlada quando o Rt no país desceu até aos 0,7

AFP via Getty Images

É preciso, por isso, olhar para os países que vão mais à frente que Portugal na evolução do surto e perceber o impacto de cada medida. “Tenho de ver, também, na Noruega, quando eles abriram o pequeno comércio, se o R deles passou de X para Y. Trabalhamos sempre com cenários”, exemplificou Baltazar Nunes.

Filipe Froes, que coordena o gabinete de crise montado pela Ordem dos Médicos para a Covid-19, disse mesmo que o 0,7 é um valor que “significa que foi atingido um patamar de sustentabilidade na propagação da doença que nos permite reabrir algumas atividades”. Esta reabertura tem de ser feita “com vigilância e de forma faseada”, para garantir que o Rt não ultrapassa o valor de 1, levando novamente ao descontrolo da epidemia.

A importância de evitar que o Rt passe o valor de 1 foi esta segunda-feira sublinhada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no primeiro discurso após a recuperação da Covid-19 e do regresso ao trabalho. Reconhecendo a “urgência” de combater o impacto económico da pandemia, Boris Johnson disse que era necessário “reconhecer o risco de um segundo pico, o risco de perder o controlo do vírus e de deixar o número de reprodução voltar a ultrapassar o 1“.

A mensagem seria depois reforçada pelo consultor médico do governo britânico, Chris Whitty, na conferência de imprensa diária sobre a evolução do surto no país. Aos jornalistas, Whitty disse que há “margem de manobra” para retomar alguma atividade económica sem que o Rt atinja o 1, mas reconheceu que é preciso fazer “escolhas difíceis” e lembrou que não é possível fazer tudo o que se pretendia e manter o Rt abaixo de 1.

Uma coisa é certa: se o valor de 0,9 já oferecia uma margem de manobra muito estreita para um eventual regresso gradual à normalidade já a partir de maio, a subida do Rt para 1,04 neste fim-de-semana mostra que a margem, que era pequena, já se esgotou — mesmo antes de qualquer medida ter sido levantadas.

Peritos do Instituto Ricardo Jorge não concordam com levantamento de restrições. É cedo e ainda não há margem

O Governo já tinha feito saber que as aulas presenciais no ensino superior deveriam ser retomadas a partir do dia 4 de maio e que o início do mês de maio marcaria também um gradual regresso à normalidade nas celebrações religiosas (só as missas católicas levam cerca de três milhões de portugueses às igrejas todas as semanas). Este domingo, o jornal Público noticiou que o Governo já se prepara para adiar para a segunda metade do mês de maio e para o início de junho a reabertura do ensino.

“R” e o sistema de saúde: Portugal ainda sem cálculos

O valor do Rt pode revelar-se ainda útil para avaliar a capacidade do sistema de saúde para lidar com a pandemia, embora esses cálculos ainda não estejam disponíveis em Portugal. Numa intervenção feita em Berlim há duas semanas, na qual expôs o plano do governo alemão para responder ao surto, a chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu detalhadamente como o valor do Rt influencia a capacidade de resposta do sistema.

Lembrando que o Rt estava na altura à volta de 1 (valor que viria entretanto a descer), Merkel explicou qual era a capacidade do sistema de saúde alemão para responder a eventuais subidas daquele valor. Se o número subisse para 1,1, o sistema aguentaria até outubro; se subisse para 1,2, até julho; se subisse para 1,3, a capacidade esgotar-se-ia em junho. “Podem ver a partir daqui a pequena margem de manobra que temos”, concluiu Merkel.

E em Portugal? “Essas contas estão a ser feitas, mas neste momento não temos resultados finais para os apresentar”, respondeu Baltazar Nunes ao Observador. Na verdade, o país partiu mais atrasado do que outros para este cálculo, precisando primeiro de determinar a real capacidade instalada do sistema de saúde em Portugal. A título de exemplo, em março, o levantamento dos ventiladores existentes em Portugal ainda estava a ser feito.

Assine a partir de 0,10€/ dia

Nesta Páscoa, torne-se assinante e poupe 42€.

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver oferta

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine a partir
de 0,10€ /dia

Nesta Páscoa, torne-se
assinante e poupe 42€.

Assinar agora