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Comício de encerramento, no domingo, ficará a cargo de Jerónimo de Sousa perante uma plateia de 2 mil pessoas sentadas
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Comício de encerramento, no domingo, ficará a cargo de Jerónimo de Sousa perante uma plateia de 2 mil pessoas sentadas

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Comício de encerramento, no domingo, ficará a cargo de Jerónimo de Sousa perante uma plateia de 2 mil pessoas sentadas

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Plano de contingência da Festa do Avante (quase) passado a papel químico das recomendações da DGS. Um Avante "higienizado" segundo as regras

Avante em tempo de Covid-19 passa a ser sinónimo de plateias sentadas, sem álcool e com máscara colocada. O PCP ensaiou em junho, mas dimensão será outra. O plano do partido para Avante "higienizado".

A menos de quatro dias para a abertura oficial da Festa do Avante, que este ano abrirá portas mais cedo (uma das alterações para tentar cumprir à risca as recomendações da DGS) numa tentativa de evitar filas nos acessos à Quinta da Atalaia, no Seixal, o PCP e a DGS divulgaram dois documentos. Num, o tão esperado parecer da Direção-Geral da Saúde com as recomendações, que os comunistas devem seguir, para minimizar o impacto de eventuais contágios com a Covid-19 no recinto da festa, noutro o plano de contingência deste ano da Festa. O que é que o PCP teve que alterar para poder realizar a tão marcante festa de rentrée em tempo de pandemia?

Lugares sentados, metade da lotação, máscara obrigatória e recomendação para não consumo de álcool. O parecer da DGS para o Avante

PCP aumentou área disponível, mas DGS apertou mais a limitação

Em junho o PCP anunciou o aumento de área no recinto da Festa do Avante, em agosto apontava uma média de 100 mil pessoas por ano no Avante e uns dias mais tarde propunha-se reduzir esse número para 33 mil por cada dia da festa. Uma “redução” que parece não ter convencido os especialistas da Direção-Geral da Saúde que avaliaram o plano de contingência enviado pelo PCP: estabeleceram limites a cada espaço dentro do Avante e exigiram que fossem delimitados e as entradas controladas.

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Lotação estabelecida pela DGS para as várias áreas dentro da Festa do Avante.

Mais, o número de pessoas por cada metro quadrado — ao ar livre e em espaço fechado, que este ano serão apenas três — também é mais restrito: uma pessoa por cada oito metros quadrados ao ar livre e caso seja em espaços fechados, a área aumenta para 20 metros quadrados.

Um Avante em tempo de pandemia é um Avante de plateias sentadas

E quanto à lotação, as contas são fáceis de fazer: se o Palco 25 de abril tem este ano uma área de 16 mil metros quadrados então a lotação máxima é de duas mil pessoas que terão lugares para se sentar, à devida distância, e depois de passarem pelas cercas que o partido irá colocar a delimitar cada um dos 13 espaços (contando com as ruas, áreas de lazer e espaço criança).

Espera-se um verdadeiro quebra-cabeças para a organização que, no plano de contingência, afirma ainda que irá “higienizar” as cadeiras entre espetáculos. Serão milhares de cadeiras a desinfetar entre cada espetáculo. Para aceder a cada plateia os participantes da Festa terão que passar pelas áreas definidas pelo partido já que, ao contrário do habitual, haverá cercas a delimitar cada um dos espaços. E como vai o PCP evitar que haja aglomerados de pessoas para aceder às plateias dos vários espetáculos?

Segundo o plano de contingência do partido, “as áreas de espera para entrar nos recintos vão ser organizadas de modo a evitar a formação de aglomerados, organizando filas e garantindo o distanciamento de dois metros entre pessoas que não sejam coabitantes”, serão ainda “sinalizados os circuitos e as marcações físicas de distanciamento (verticais e no chão)”, acrescenta o PCP no plano.

A JCP terá agora um novo desafio: coreografar a Carvalhesa, sentada. A versão alternativa, dada a conhecer em julho, sem que se saísse do lugar, poderá agora dar lugar a uma nova, já que todos os palcos terão na frente centenas ou milhares de cadeiras.

Quem levava de casa cadeira e preferia ficar mais afastado nos últimos anos, este ano não precisa carregar mais peso de casa.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

DGS desaconselhou consumo de álcool, PCP não permite que seja consumido nas plateias

Uma vez chegado às plateias dos espetáculos o consumo de álcool não será permitido. Além da limitação na lotação e da definição de lugares sentados, esta será uma das maiores alterações para quem está habituado a ir à Quinta da Atalaia. Não poderá assistir a nenhum espetáculo enquanto bebe uma cerveja ou uma cidra, por exemplo. Para matar a sede só mesmo bebidas sem álcool. Bebidas alcoólicas serão vendidas só até às 20 horas nos espaços de restauração e, após essa hora, só caso o cliente esteja a terminar a refeição.

Para já, nas áreas de circulação no recinto o PCP optou por não proibir o consumo de bebidas alcoólicas. A DGS recomendou que não fossem consumidas nos espaços destinados a espetáculos e exposições e dos espaços de venda e o PCP seguiu a recomendação.

Entradas no recinto e circulação. Como vai funcionar?

As 19 horas irão manter-se este ano como hora oficial de início da Festa do Avante, a diferença está na hora de abertura dos portões de acesso: três horas antes, nos corredores de circulação e no controlo que será feito das filas e aglomerados. A partir das 16 horas da próxima sexta-feira irão começar a circular militantes e amigos da Festa pelos corredores assinalados no recinto. Para quem desejar, haverá também termómetros na posse das equipas que estarão nos portões de acesso, para que possam fazer a medição voluntária da temperatura.

Segundo a recomendação da DGS, nos mais de cinco quilómetros de ruas que a área do Avante tem, poderão circular mais de 4.800 pessoas desde que cumpram todas as recomendações de distanciamento entre elas e não se reúnam em aglomerados. Para garantir que tal não acontece, o PCP terá voluntários ao longo do recinto para ajudar a controlar o fluxo de pessoas em cada momento e evitar que se criem ajuntamentos: “Sempre que existam pontos de concentração/foco dos visitantes, os Assistentes de plateia vão intervir de modo a evitar aglomerados”. Segundo o PCP os Assistentes de plateia estarão identificados através de um colete refletor, para mais fácil serem reconhecidos.

Já no que diz respeito ao encerramento das entradas (e reentradas) este será antecipado. Na sexta-feira e no sábado só é permitida entrada na Festa até às 24 horas e no domingo até às 22 horas. Em cada acesso, seja à Festa ou dentro dela, haverá corredores estabelecidos de forma a evitar o cruzamento dos participantes.

A tempo inteiro e para todos é, sim, o recomendado, uso de máscara. A partir dos 10 anos o uso de máscara é obrigatório em todos os espaços assinalados e o PCP recomenda que seja utilizada também nas plateias dos espetáculos.

O primeiro comício do PCP, a 7 de junho, já foi realizado segundo as regras de distanciamento entre os participantes.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Quem se deslocar ao Posto de Saúde com mais de 38ºC será conduzido ao isolamento

A DGS não mencionou, mas o PCP deixa claro: todos quantos se deslocarem ao Posto de Saúde existente na Festa do Avante, independentemente do motivo, terão a temperatura controlada e, caso seja superior a 38ºC “serão encaminhados para o local de isolamento”.

Se for detetado algum caso suspeito da Covid-19, de acordo com os sinais e sintomas previstos pelas normas da DGS, o participante deverá ser “acompanhado para área de isolamento anexa ao Posto de Saúde por um enfermeiro”, estando ambos “protegidos com máscara”. Segundo o PCP, o “percurso será o mais curto possível evitando atravessar locais com maior concentração de pessoas e o contacto com objetos e superfícies” e caso se tratem de “visitantes suspeitos de caso Covid-19 terão um percurso próprio”.

Na sala de isolamento haverá “um kit com água e alguns alimentos não perecíveis, sabão de base alcoólica, toalhetes de papel, máscaras cirúrgicas e acesso a instalação sanitária de uso exclusivo”.

Quando a fome apertar, também vai encontrar mudanças nas zonas de restauração

Além das já esperadas regras, que se encontram em vigor para toda a restauração na Área Metropolitana de Lisboa — onde se insere a zona onde se realiza a Festa do Avante —, o PCP teve que pedir um esforço redobrado aos habituais pontos de alimentação, que são assegurados também pelas várias delegações regionais do partido.

Este ano haverá 77 espaços para restauração e uma área de esplanada de cerca de 20 mil metros quadrados que permite ter 2.500 pessoas em simultâneo com o devido distanciamento a fazer as refeições. Este ano está apenas disponível a opção “take away“, não havendo lugar a consumo ao balcão. Na sexta e no sábado os restaurantes fecham às 24 horas e, no domingo, às 22 horas.

O PCP prevê ainda que todas as zonas de uso comum e contacto frequente (torneiras, lavatórios, bancadas, entre outros) “serão limpas e desinfetadas pelo menos seis vezes por dia, com recurso a produtos adequados”, sendo que as mesas e cadeiras nas áreas de restauração “serão desinfetadas após cada utilização, por uma equipa da organização” que estará equipada com “bata ou avental impermeável, máscara descartável e luvas resistentes aos desinfetantes”.

Certo é que a somar às equipas de voluntários que fazem a montagem da Festa todos os anos e que durante o decorrer da mesma asseguram a sua realização este ano devem somar-se reforços para garantir que todas as áreas que necessitam de limpeza e higienização frequente (espaços de refeição, casas de banho, cadeiras nas plateias, por exemplo) a recebem por forma a impedir que haja na Festa do Avante algum surto ou fonte de contágio da Covid-19.

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