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Presidenciais em duas voltas. Um remake de 1986?

Nas eleições presidenciais mais disputadas de sempre, a luta foi até à segunda volta, onde a esquerda se uniu para enfrentar um candidato possante à direita. E agora?

A esquerda portuguesa uniu-se na segunda volta das eleições para Belém em 1986 para derrotar um intelectual de direita que com a sua campanha inovadora mobilizou o país e que para Álvaro Cunhal representava “o perigo maior para a democracia portuguesa”. Poderá o mesmo voltar a acontecer agora? O duelo entre Freitas do Amaral e Mário Soares nas presidenciais desse ano fê-los percorrer milhares de quilómetros, trouxe-lhes alianças inesperadas e, para muitos, representou o engolir de sapos atravessados na garganta desde o 25 de abril.

Depois de deixarem Salgado Zenha e Maria de Lourdes Pintassilgo para trás na primeira volta das eleições que decorreu a 26 de janeiro, Soares e Freitas do Amaral, que obtiveram respetivamente 25,43% e 46,31% dos votos, entraram num período que até hoje foi exceção à regra em todas as eleições presidenciais em Portugal: a segunda volta. O primeiro turno foi também a primeira eleição presidencial onde apenas se apresentaram à votação final candidatos civis e mais de 75% dos portugueses acorreu às urnas para votar no que o jornal “A Capital” considerou então serem “as eleições que mais expectativa e interesse suscitaram nos últimos anos”.

ELEICAO PRESIDENCIAL, DIOGO FREITAS DO AMARAL, Europhoto,

A campanha de Freitas do Amaral mostrou-se a mais bem sucedida na primeira volta

Sem nenhum ter conseguido a maioria dos votos, Freitas partia para esta segunda fase com quase o dobro dos votos de Soares, mas o socialista, depois de uma luta fratricida com Zenha (apoiado pelo PCP e pelo PRD, influenciado por Ramalho Eanes) e um apoio encoberto a Maria de Lourdes Pintassilgo para dividir o eleitorado do antigo companheiro de lutas – Mário Soares há de admitir mais tarde a Joaquim Vieira, na sua biografia “Mário Soares, uma vida” que financiou a campanha da antiga primeira-ministra para a manter na corrida a Belém – sabia fazer contas. Se conseguisse reunir a esquerda à sua volta, ainda era possível derrotar o fundador do CDS.

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Atualmente, entre os 10 candidatos que vão integrar esta primeira volta, há pelo menos quatro que partem o eleitorado à esquerda e que de uma forma ou de outra, têm apoios partidários: Maria de Belém, Sampaio da Nóvoa, Marisa Matias e Edgar Silva. Até dia 24 de janeiro é difícil perceber como é que os votos se vão distribuir por todos estes candidatos à esquerda e se, tal como em 1986, a quantidade de candidatos à esquerda pode impedir a maioria de Marcelo Rebelo de Sousa, candidato mais bem posicionado nesta primeira volta.

Há 30 anos, logo após a primeira volta e antes mesmo de partir para a estrada, Soares decidiu apelar ao “povo de esquerda”. Se até aqui tinha tentado ir buscar votos ao centro – socialistas e inconformados do PSD com a escolha do apoio de Cavaco a Freitas do Amaral -, agora tinha de ir buscar o eleitorado de esquerda. Enviou Gomes Mota, o seu diretor de campanha, e Jorge Sampaio para uma conversa com Álvaro Cunhal, então líder dos comunistas, e de lá terá saído o entendimento que a única forma de não eleger o ex-líder do CDS seria com a recomendação do voto aos militantes do PCP em Soares. O apoio do PRD viria mais tarde.

ELEICAO PRESIDENCIAL, MARIO ALBERTO NOBRE LOPES SOARES, Europhoto,

Sem o aparelho a funcionar tão bem na primeira volta como Freitas do Amaral, Soares serviu-se da sua personalidade e da sua empatia junto das pessoas

Mas como explicar aos militantes comunistas que, passado pouco mais de duas semanas da primeira eleição, onde o PCP repudiava o PS e a figura de Soares, era preciso agora votar nele? Foi marcado um Congresso extraordinário e disse-se que o PCP não apoiava nem Soares, nem as suas ideias, nem o seu manifesto – redigido por António Barreto e com umas pinceladas de Vasco Pulido Valente -, mas era essencial votar no socialista para impedir a vitória de Freitas do Amaral. Ficou então famosa a frase de Cunhal numa sessão de esclarecimento aos militantes depois desta decisão: “O que os comunistas têm agora de fazer é convencer os trabalhadores, convencer os eleitores. Se for caso disso, que não leiam o nome de Soares, que não olhem para o seu retrato, mas que marquem a cruz do voto no quadrado que está à frente desse nome e desse retrato”.

Esta mesma retórica do PCP tem sido agora utilizada para justificar o apoio ao Governo do PS, afirmando que o essencial era retirar o Governo de coligação do poder. “A possibilidade agora aberta, que não deve ser desperdiçada e que tudo faremos para que se confirme, não só não dispensa, como confirma o indispensável objetivo de rutura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda”, afirmou Jerónimo de Sousa quando o Comité Central deu aval ao apoio do Governo de Costa.

"O que os comunistas têm agora de fazer é convencer os trabalhadores, convencer os eleitores. Se for caso disso, que não leiam o nome de Soares, que não olhem para o seu retrato, mas que marquem a cruz do voto no quadrado que está à frente desse nome e desse retrato"
Álvaro Cunhal

Uma nova estratégia e um novo discurso

Freitas do Amaral viu neste apoio uma oportunidade de agudizar ainda mais as feridas mal saradas do pós-25 de abril e as clivagens políticas que ainda abanavam a sociedade portuguesa 12 anos depois da revolução. Disse que o apoio de Soares a Cunhal seria “redutor” e que Soares, ao aceitar esta ajuda acabava “de perder a confiança de todos quantos o julgavam um bastião de firmeza contra o totalitarismo” e exigiu ver ” os acordos feitos com o PCP”. Lembrou ainda que Soares tinha criticado Zenha na primeira volta ao dizer que o que os distinguia era que Soares afirmava pertencer a uma esquerda democrática e que essa esquerda não deveria “estar unida com a esquerda totalitária”.

As eleições de 1986 já entraram diretamente nesta eleição, com Marcelo Rebelo de Sousa a dizer que é muito diferente de Freitas do Amaral. “Freitas do Amaral vinha da direita, direita, não vinha da esquerda da direita que é uma diferença”, disse o professor catedrático, que apesar das semelhanças óbvias, disse então que tinha “da esquerda da direita”. Marcelo Rebelo de Sousa considera que “o país é muito diferente” e que as eleições há 30 anos “foram muito ideológicas” e que Portugal “estava muito dividido”. O antigo líder disse que apesar de haver “diversidade” de projetos políticos em 2016, em 1986 as clivagens eram “tão fortes” que levaram à segunda volta.

Concentrado no seu propósito e ciente dessas clivagens, Mário Soares não se deixou abalar. “Se o radicalismo de esquerda foi vencido nas urnas, agora é preciso derrotar o outro radicalismo, o qual passou a ser o adversário principal […] Os comunistas sabem que se voltasse a existir em Portugal uma situação em que fossem perseguidos, eu estaria com eles para os defender”, afirmou o socialista encaixando na mesma intervenção a 31 de janeiro mensagens diretas contra Freitas e um piscar de olhos ao PCP. Estava na altura de os dois candidatos voltarem à estrada.
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Freitas do Amaral e Cavaco Silva durante a segunda volta da campanha. O primeiro-ministro reforçou os três últimos dias de campanha do centrista.

Redesenhou-se então a campanha para a segunda volta, com Freitas do Amaral a passar a pente fino os territórios que não tinham sido visitados na primeira volta e a apostar com fervor no sul, especialmente Algarve, nos últimos dias de campanha, quando Cavaco Silva se junta à caravana do “Prá Frente Portugal”. Mário Soares percorre em força o Alentejo, bastião do PCP, e aposta com força em Lisboa e Setúbal – também terra de grande influência comunista. Para além de novos cartazes, autocolantes e bandeiras com o lendário slogan “Soares é fixe”, também se mandaram fazer centenas de caixas de bombons com o dizer “Soares Presidente” para adoçar a boca à esquerda.

Mas isso não bastava para facilitar a digestão de um voto comunista em Soares. Apostou-se então nos tempos de antena. No seu primeiro espaço de apelo ao voto na campanha da segunda volta, a candidatura de Soares escolhe uma mulher que diz ter voto cativo na APU – Aliança Povo Unido que então agregava PCP e Verdes – para cativar o voto à esquerda. “Estou a tomar sais de fruto para votar em Soares”, diz a mulher, aconselhando a quem quer que vote no PCP que engula o sapo de votar no socialista e amenize a digestão com o remédio tradicional. O “Semanário” reproduz uma conversa de café em Rio de Mouro que também ilustra as divisões na esquerda mais radical: “Não sei onde isto vai parar… Como é que vou encarar agora os amigos a quem andei meses a explicar as traições do Soares?”.

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Soares percorreu duas vezes o país nas duas voltas das presidenciais

Dos candidatos mais bem posicionados para passarem a uma possível segunda volta em 2016, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém destacam-se. Ambos, de uma forma mais assumida no caso do Belém e menos assumida no caso de Sampaio da Nóvoa, estão ligados ao PS. Caso essas mesmas sondagens venham a provar estar certas, para vencer Mercelo, a esquerda terá novamente de se unir em torno de um único candidato, ultrapassando muitos dos argumentos utilizados para definir posições, militâncias e opções no quadrante mais à esquerda da política portuguesa.

Em 1986, a persuasão do PCP aos seus militantes parecia estar a resultar. Soares conta a Joaquim Vieira que em Pias, no concelho de Serpa, na primeira vez que lá passou, um conhecido seu de Caxias – tinham estado os dois presos ao mesmo tempo – lhe chamou fascista e na segunda volta, tratava-o por “camarada”. “‘Ouça lá, então você há 15 dias estava a chamar-me fascista seu malandro, que me conheceu na prisão, e agora está aqui e tal. Como é que explica isto?’ O gajo, impecável, diz assim: ‘É que agora você voltou a ser amigo dos trabalhadores'”, conta Mário Soares.

Do seu lado, Freitas do Amaral continua com enchentes nos seus eventos de campanha e comitivas com centenas de carros. Vai-se defendendo como consegue. “Em mim ninguém votará de olhos fechados. Os objetivos das próximas eleições são: consolidar a democracia, criar estabilidade e recriar confiança”, dizia já em plena campanha, onde ia ouvindo frases como “apoio Freitas do Amaral porque não posso apoiar Soares, o maior inimigo do PCP”. Para além das suas ideias, o professor da Faculdade de Direito de Lisboa, também encantava pelo seu visual, com “A Capital” a descrever o elogio de uma idosa ao “famoso sobretudo” e de duas jovens ao dizerem: “Que bom deve ser ter um marido como o Freitas. Ele deve fazer feliz uma mulher”.

No entanto, as dificuldades na campanha de Freitas começavam a transparecer. Surgiam boatos de que se Freitas se tornasse Presidente as pensões seriam cortadas para metade e o final dos comícios eram polvilhados por fortes insultos em que o acusavam ser fascista e de querer a contra revolução.

A eleição mais disputada

A 12 dias das eleições, que decorreram a 16 de fevereiro, Soares e Freitas do Amaral encontram-se no único debate da segunda volta. O embate foi conduzido por Miguel Sousa Tavares e Margarida Marante e o apoio do PCP a Soares foi um dos principais focos da troca de argumento entre os candidatos. Freitas do Amaral disse que o discurso de Soares tinha mudado desde 26 de janeiro e convidou-o a rejeitar o apoio dos comunistas. Soares retorquiu que o centrista “nunca fez a diferença entre a direita democrática e a não democrática”, acusando-o de ter comícios em que se pedia que os comunistas fossem enviados para a Sibéria. Freitas respondeu que “não houve violência” na sua campanha e que Soares fazia “apelo ao medo”. “Eu não tenho dúvida em afirmar que o senhor se converteu, ainda que tardiamente, à democracia”, anuiu Soares.

Freitas Soares

Freitas e Soares apertam a mão antes de se enfrentarem na televisão

A segunda volta apanhou ainda o Carnaval, em que a a campanha de Soares aproveitou para organizar um dia de festa no Porto. Freitas preferiu passar o Entrudo na sua casa na Marinha Grande, mas a campanha teve direito a um samba.”Ai ai ai ai, Está chegando a hora, é hora do Freitas ir p’ra Belém, E o Soares ficar de fora”, pode ler-se nas páginas da edição de 8 de fevereiro do “Semanário”. Os candidatos foram também acompanhados com interesse por jornalistas estrangeiros. Em Espanha, os dois candidatos foram entrevistados para a televisão – algo que até servia o propósito dos candidatos já que algumas partes do interior do país nessa altura só apanhavam as emissões televisivas do outro lado da fronteira – e a “The Economist” afirmava que tinham passado à segunda fase, os “melhores candidatos” e que tanto um como outro eram “experientes, de mentalidade europeia e moderados”.

Mais tarde, Mário Soares afirmaria a Maria João Avillez, no livro “Soares, democracia”, que o país estava dividido “em duas metades”. “No final do debate, a 4 de fevereiro, achei que tinha ganho, mas não fiquei triunfalista. No Porto, no último comício que aí fizemos, tive, aí sim, a certeza de que ganharia”, afirmou o socialista. Duas figuras essenciais durante toda a campanha, mas especialmente na segunda volta, foram as mulheres dos candidatos. Maria de Jesus Barroso, mulher de Mário Soares, fez campanha sozinha um pouco por todo o país, para duplicar a atenção à campanha do marido. Do outro lado, Maria José Freitas do Amaral foi companheira de estrada do marido e apelidou a corrida de “fascinante”. As duas figuraram nos melhores da campanha escolhidos pelo “Semanário”.

Freitas Soares

O boletim de voto da segunda volta das eleições em 1986

Na altura do confronto final, os dois candidatos ficaram muito próximos. Soares ganhou com 51,2% dos votos e Freitas ficou-se pelos 48,8%. “O dinamismo, a imaginação e a alegria da campanha – que foram devidos ao génio político- mediático de Daniel Proença de Carvalho – incendiaram os ânimos e as esperanças do centro e da direita portugueses, bem como de algumas personalidades e jovens do centro-esquerda, o que permitiu alcançar o valor muito elevado de 48,8% dos votos, contra os 51,2% do dr. Mário Soares”, escreveu Freitas do Amaral no livro que comemora os 40 anos do CDS e foi publicado no ano passado.

Entre os apoiantes de Sampaio da Nóvoa as sondagens de 1986 estão bem presentes. Porquê? Porque consideram que o ex-reitor conseguirá repetir o feito de Soares: partir com cerca de 10% na primeira sondagem e chegar ainda assim à segunda volta, reunindo então o apoio maioritário de toda a esquerda.

Na altura, Freitas do Amaral disse que a sua campanha foi “limpa” e “honesta” e disse que estaria em licença sabática até outubro desse ano para escrever. A sua saída desta campanha não foi assim tão simples, abandonando a ribalta com pesadas dívidas da campanha que comprometeram as suas finanças pessoais e o seu estatuto. Marcelo Rebelo de Sousa recorda na sua biografia escrita por Vítor de Matos, as consequências destes resultados. “Lembro-me de estarem vários apoiantes de Freitas no bar, de ele entrar e de lhe virarem as costas para não lhe falarem. Impressionou-me como ficou cheio de dívidas e do Cavaco e do PSD não lhe terem pagado”, recordou o agora candidato presidencial – em jeito de desafio e de prenda, Marcelo terá mesmo oferecido a Freitas do Amaral um passe de época para o São Carlos junto aos camarotes do Governo, fazendo com que no ano seguinte os líderes mais destacados do PSD tivessem obrigatoriamente de encarar Freitas do Amaral.

Agora, no testemunho que escreveu para o livro do CDS, a leitura de Freitas do Amaral sobre a sua campanha é mais elaborada. “A proximidade dos 50%, conseguida nas presidenciais de 1986, beneficiou diretamente o PSD de Cavaco Silva nas legislativas de 1987: mas isso é outra história; o certo é que sem a campanha «Prá Frente Portugal» talvez o PSD, um ano depois, não tivesse obtido a maioria absoluta sozinho”, escreve o professor catedrático de Direito.

"A proximidade dos 50%, conseguida nas presidenciais de 1986, beneficiou diretamente o PSD de Cavaco Silva nas legislativas de 1987: mas isso é outra história; o certo é que sem a campanha «Prá Frente Portugal» talvez o PSD, um ano depois, não tivesse obtido a maioria absoluta sozinho"
Diogo Freitas do Amaral

Com um panorama político muito diferente agora, caso Marcelo ganhe a primeira ou a segunda volta, também cumprirá os primeiros anos do seu mandato com um Governo diferente da sua cor política. Embora o professor desvalorize este facto, a afirmação de um Portugal dividido, vai de encontro às afirmações de Mário Soares em 1986.

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Mário Soares saiu triunfante do duelo, mas ficou com um país dividido

O socialista ficou-se pela prudência nos primeiros tempos como Presidente. “O meu sentimento dominante era de que necessitava, urgentemente, de pacificar Portugal, que se encontrava, praticamente, dividido ao meio. Estas duas metades estavam muito radicalizadas, de uma parte e de outra. Era imprescindível e urgente estabelecer a concórdia nacional. As minhas palavras funcionaram como um bálsamo”, considerou Soares em entrevista a Maria João Avillez. No seu horizonte, o agora Presidente teria quase dez anos de coabitação com duas maiorias de Cavaco Silva e a reputação de ser uma força de bloqueio.

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