O filme “Napoleão” anunciava-se grandioso, por isso Ridley Scott quis que os figurinos estivessem à altura do desafio do imperador, da sua imperatriz e de uma série de batalhas militares que puseram a Europa em alvoroço, e colocou a tarefa nas mãos de Janty Yates e David Crossman. Dois camaradas de bastidores que já acompanharam este realizador antes e que dedicaram meses a estudar e criar milhares de figurinos. Na semana em que o filme chegou aos cinemas, os dois falaram com o Observador sobre os desafios e as conquistas de um guarda-roupa que é fundamental para contar a história, quando a câmara começa a gravar.
“Napoleão”: um pastelão histórico de Ridley Scott com Joaquin Phoenix vago e sorumbático
Para este “Napoleão” a tarefa de Janty Yates era, tal como o filme, épica e, talvez por isso, nos tenha confessado que se sente “aterrorizada todos os dias”, “com medo e nervosa”. Viu o filme completo há seis semanas. “Fiquei muito orgulhosa, mas foi um ano e meio depois. Já é antigo.” Neste momento, conta que já está a meio das gravações de “Gladiador 2” nas quais vai estar a trabalhar até janeiro. “Estamos de volta a Malta, onde temos o coliseu feito exatamente no mesmo local que da outra vez e o palácio e as ruas de Roma também.”
Em 2001 ganhou o Óscar pelo guarda-roupa que fez para o filme “Gladiador”, também de Ridley Scott e com Joaquin Phoenix. Mas no currículo conta com outros filmes cuja criação do guarda-roupa terá sido uma batalha tão intensa como a filmagem, como por exemplo “O Último Duelo” (2021), “Prometheus” (2012), “Roin Hood” (2010), “Inimigo às Portas” (2002). E outros com um carisma muito próprio, como “House of Gucci” (2021), “Perdido em Marte” (2015), “Miami Vice” (2006), “De-Lovely” (2004).
Este filme é um projeto grandioso, como é que lhe foi apresentado?
Tenho de dizer que quase todos os filmes do Ridley [Scott] que eu fiz foram bastante grandiosos no seu processo. Basicamente, acho que ouvimos falar dele quando estávamos a fazer o filme anterior, que foi “House of Gucci”. Estávamos todos em Roma e lembro-me de ouvir do produtor do Ridley que ele gostava que eu começasse a trabalhar nisso e foi muito entusiasmante. Passaram quatro ou cinco meses desde a “House of Gucci” e a data em que começamos a fazer pesquisa. Tive o verão de folga, o que foi ótimo porque estava bastante cansada. Foi ótimo porque fomos a todos os museus que pudemos em Paris. Fui ao museu de Napoleão na Provence [Le Musée Militar de l’empéri], fomos a Fontainebleu, a Malmaison, fomos a vários museus em Inglaterra e, quando acabei, senti que sabia quem estas personagens eram. Senti que tinha feito a minha pesquisa.
Qual foi a sua primeira imagem de Napoleão e Josefina?
Para ter uma ideia de Napoleão o melhor é falar com o David Crossman, porque é o designer de uniformes militares. Eu liguei ao David e perguntei-lhe se ele fazia isto comigo e ele disse que sim, graças a Deus! Não creio que tivesse consigo dar conta de tudo sozinha, para ser sincera. Decidimos que raramente iríamos ver Napoleão sem uniforme. Porque em cada retrato – e ele teve muitos pintados – ele cultivava a imagem, isso é claro. Em quase todos, tirando o da coroação, ele estava com um look militar. Tem de falar com o David, porque ele teve de fazer os russos, os prussianos, os austríacos, os britânicos e cerca de 45 regimentos no exército francês.
Consegue dizer-me quantas peças de vestuário foram feitas para o filme, no total?
Não… tem os sobretudos, os casacos, os coletes, as camisas, as ceroulas, as meias, os sapatos, chapéus. Digamos que são nove peças e nove vezes quatro mil, mais as capas e as luvas de montar. Eu diria 12 a 15 mil peças por uniforme. Foi um esforço enorme.
Como é o seu processo de abordagem ao filme?
Começámos por comprar. Precisamos comprar tecidos. Fomos a Itália, a França e compramos tecido à milha, basicamente. Consequentemente o David estava a fazer exatamente o mesmo, mas ele estava a comprar mais lãs inglesas e francesas, e tecidos mais simples para os uniformes. Para a Josefina tivemos de ir aos produtores de tecidos mais excecionais. Criamos cerca de 27 a 30 looks só para a Josefina. À última hora, seis semanas antes, tivemos 30 novos atores. Estávamos a trabalhar com calma e de repente tivemos a mãe de Napoleão, as irmãs, a filha de Josefina e o filho dela, os irmãos de Napoleão e todos tiveram um mínimo de cinco – alguns tiveram 11 ou 12 – looks feitos. De repente percorremos todo o sul de Inglaterra, fomos a vários pequenos estúdios, para ver se nos faziam as roupas à última hora, ou seja, quatro ou cinco semanas. Mas eles apareciam todos na primeira semana, lembro-me que a mãe do Napoleão teve cinco looks nos cinco primeiros dias de filmagens.
Tem de desenhar as peças e elas têm de ser concretizadas e depois há que fazer as provas nos atores.
Claro. Tudo tinha de ser planeado com antecedência. Eu tinha, pelo menos, 80 a 90 pessoas a trabalhar para mim. Quando estamos em fase de preparação só temos 15 a 20 [pessoas]. O David teria provavelmente o mesmo. O David tinha uma casa de figurinos polaca que fez todas as ceroulas brancas e os coletes brancos, que depois tiveram de ser envelhecidos e usados para parecer que tinham sido usados durante cinco anos. Tudo teve de ser envelhecido, até os coldres das armas.
Houve cenas que pediram tratamento especial para as peças? Como se envelhecem as peças de vestuário?
Basicamente é pintá-las com spray. Pega-se, por exemplo, num par de ceroulas e mergulha-se numa grande cuba com água suja ou tingida, elas saem mais ou menos acastanhadas e depois são pintadas. É um trabalho imenso! Tiro o meu chapéu à secção de envelhecimento e tingimento. É uma secção que toda a gente desconhece e não fazemos nada sem eles, especialmente num filme do Ridley [Scott].
Josefina foi uma lançadora de tendências e neste filme ela é uma personagem muito complexa. Como contou a história dela através dos figurinos?
Ela começa na prisão e vemos a chegada dela e o sofrimento gradual dela nas roupas, porque tem apenas um look. Ela começa muito mais simples, usa sempre linha império. Tínhamos muitos corpetes e saias na multidão, mas ela é uma das lançadoras de tendências em Paris. Descartou toda a roupa interior na prisão, ou até antes, e consequentemente os tecidos dela vão-se tornando cada vez mais ricos e a joalharia dela é [cada vez] mais ornamentada. Porquê usar uma pulseira, quando se pode usar duas?
O que nos pode dizer das joias de Josefina?
Eu tinha um joalheiro e os seus dois assistentes a trabalhar a tempo inteiro. Ele estava mais ocupado porque todas as medalhas foram feitas e havia uma enorme quantidade de medalhas para toda a gente. Basicamente tivemos a joalharia da coroação feita por ele, mas o resto da joalharia da Josefina foi tirada de pinturas e criada por uma empresa em Roma chamada Pikkio. Trabalho com eles desde o “Exodus: Gods and Kings”, eles fizeram joalharia egípcia extraordinária. Bom, não é joalharia verdadeira. É tudo vidro.
As peças foram feitas para serem réplicas das originais?
Mais ou menos, não exatamente. Acho que o tempo começou a escapar e ficaram a faltar algumas coisas, nunca chegamos a receber algumas peças de cabeça. Muitas peças foram feitas pela Simone Picchio e pela família dela. Fazem isto há três gerações em Roma, são fantásticos.
A cena da coroação é épica e muito famosa, por causa do quadro de Jacques-Louis David. Como se preparou para essa cena?
Nós copiámos [o quadro de] David, absolutamente o mais possível. Obviamente, os vestidos tinham de ser bordados à mão em “bullion” [nome em inglês de um tipo de bordado] dourado e foram bordados por uma pessoa especialista em bordados, em Inglaterra. Os mantos eram muito longos, teriam cerca de oito metros. E nós tivemos de colocar os bordados e fazer figas. Recebi bordados de França, bordados de Espanha, porque todos continuam a fazer trabalhos religiosos. Depois um contacto de uma pessoa que me assiste disse: “Acho que este tipo no Paquistão consegue fazer isso” e mandou-me fotos dele sentado com a sua família de 14 pessoas a bordarem com fio metálico.[Os bordados] eram lindos e custavam um oitavo do que estávamos a pagar noutros lugares. Fiquei tão feliz, tão feliz! O vestido da Josefina tinha joias bordadas nas mangas, [as roupas do] Joaquin tinham bordados dourados feitos por uma mulher.
Os figurinos viajaram muito.
Todos os bordados militares foram feitos noutro local no Paquistão.
Que indicações teve do Ridley Scott? Alguma exigência?
Não. O Ridley é o realizador mais colaborativo para os figurinos e faz storyboard de todas as cenas. Tenho um livro que ele imprimiu com os storyboards do início ao fim do filme.
Fez muitos filmes épicos, mas também filmes biográficos como “De-Lovely” e “House of Gucci”. Prefere fazer os figurinos para filmes que contam as histórias de pessoas reais?
Não. Eu fico só feliz por estar a trabalhar.
Pode dizer qual foi o orçamento para os figurinos do filme?
Não faço ideia nenhuma. Nunca reparo no orçamento. Ele é apresentado no início e, quer não o atinjamos ou ultrapassemos, não me interessa. O facto é: o que o Ridley quer o Ridley tem. Há sempre um plano de contingência, eu reconheço.
É o tipo de pessoa que está em cima de todos os passos do projeto?
Absolutamente! Quem mais faria isso? Tenho de estar em cima de tudo. A única coisa que fiz é que há três ou quatro anos dei um briefing à pessoa encarregue das multidões [head of crowd]. Alugo sempre coisas em Roma, há seis casas de figurinos ótimas lá, são o que eu chamo a minha família italiana. Damos a volta às casas de figurinos, passamos um dia em cada uma, puxamos seis ou sete carris [de roupa] para eles saberem exatamente o que estou a pensar e qual a paleta de cores e depois eles vão e passam uma semana em cada casa de figurinos, a puxar as meias, os sapatos, a roupa interior, os mantos… Eu acredito neles porque são tão maravilhosos e criativos e a multidão está sempre magnífica, para ser honesta.
Quanto tempo despendeu no processo dos figurinos deste filme?
Creio que cinco meses. Não é muito tempo, pois não?
Quando ganhou o seu Óscar foi num filme em que também trabalhou com Ridley Scott e Joaquin Phoenix. Será a sua equipa da sorte?
Vamos ver. Há muitos bons figurinos este ano. Vai haver muita competição. Vamos ver.
Que feedback tem tido sobre os figurinos?
Fantástico feedback.
O que acontece agora aos figurinos?
É terrível. É como dar à luz e depois ter de abdicar de filhos lindos. Resta esperar que o orfanato para onde eles vão tome conta dos bebés. Provavelmente vão para um armazém cobertos de pó. Basicamente vão para um estúdio e já não são meus filhos e, normalmente, eu parto para o próximo filme. Sei que uma casa de figurinos em Roma comprou bastantes [figurinos], não da Josefina, não do Napoleão, mas bastantes de segunda linha, como a mãe, a irmã. Isso será bom. Se estiverem lá e forem cuidados e limpos, é ótimo. Creio que estávamos a filmar “Hannibal” e o produtor veio ter comigo: “Como é que a armadura do Joaquin [ do “Gladiador”] está à venda por seis mil dólares?”. E eu respondi-lhe: “Diz-me tu. Devia estar na Dreamworks”.
Algum dos atores pede para ficar com alguma das peças dos figurinos?
Muito raramente. Porque eles estão tão fartos deles. Depois de quatro, cinco ou três meses de filmagens, eles não querem saber de um par de botas de militares.
Os segredos dos uniformes militares de um filme sobre um imperador conquistador
Quando David Crossman ficou a saber deste projeto estava a trabalhar no filme de “Batman”, que viria a estrear em 2022. Mas a pandemia de Covid 19 obrigou a que tudo parasse e, durante esse tempo de pausa diz que tentou não “cair no buraco do coelho” que seria uma pesquisa sobre Napoleão sem ver o guião. É considerado um especialista no que toca aos figurinos de uniformes militares e ao Observador disse ser especialmente fã, precisamente, da época de Napoleão. Por isso, só quando viu o texto começou a trabalhar no projeto e tal aconteceu oito meses antes de arrancarem as filmagens.
Participou no guarda-roupa de filmes onde o seu conhecimento foi fundamental, como por exemplo, “1917” (2019), “Cavalo de guerra” (2011) ou “Expiação” (2007). Mas também ajudou a vestir algumas personagens bem conhecidas, como “Maléfica” (2014), “Lincoln” (2012), Harry Potter ou Lara Croft e ainda a mais recente trilogia de Star Wars. Coube a David Crossman rechear o guarda-roupa de “Napoleão” com quase quatro milhares de figurinos militares, de diferentes nacionalidades e épocas. “Havia tanta pesquisa para fazer e tínhamos de criar tantos dos figurinos. Tínhamos de saber o que era para fazer antes, não dava para ir adivinhando ao longo do processo.” No fim, diz que não ficou com nenhuma peça de recordação, nem um chapéu de Napoleão. Neste momento também está mergulhado no universo de “Gladiador 2”, como a colega Janty Yates.
Como foi a sua pesquisa para este filme?
Tenho tantos livros… Tenho algum conhecimento sobre o tema militar. O primeiro ponto foi em Paris, o Museu do Exército, Les Invalides. Tem uma grande coleção de uniformes napoleónicos existentes. Há outro museu na Provence, que se chama Musée de l’Empéri que é uma coleção privada de dois irmãos que colecionavam uniformes napoleónicos. É extraordinário. Creio que desde a morte dos irmãos que o Museu do Exército possui este museu ou, pelo menos, esta coleção. Essas foram as fontes de artigos reais e depois há infinitos livros, retratos da altura, porque o Napoleão usava artistas retratistas da mesma maneira que se usa um fotógrafo oficial. Quando foi ao Egito tinha um grupo de artistas. Quando ia a qualquer lado tinha um grupo de artistas. Encontram-se desenhos feitos para retratos épicos, o que ajuda muito.
É conhecido por ser um especialista em figurinos militares e já disse que tem esse conhecimento. De onde é que ele vem?
Bom, tenho algum conhecimento, não todo. A questão é que, quando se começa uma pesquisa sobre algo como Napoleão, percebe-se o quanto não se sabe e é preciso ir mais mais longe para chegar ao fundo da questão. Foi completamente por acidente. Quando era jovem e deixei a escola arranjei trabalho num espaço de figurinos e tinha de fazer uniformes. Tinha 16 anos, a idade a que se pode deixar a escola. Eu estava aborrecido e arranjei um trabalho. Este era um dos maiores espaços de figurinos do mundo e lá aprendi o ofício. Ao fim de nove anos tornei-me freelancer. Nunca se sabe tudo. Há sempre mais para saber.
O chapéu de Napoleão tornou-se uma imagem de assinatura. Qual é a história deste acessório?
O chapéu começou como um chapéu de oficial, Napoleão tornou-o famoso por usá-lo de orelha a orelha. O chapéu segue as regras do exército francês. Quando se tornou imperador tomou a decisão conscienciosa de voltar a um chapéu muito mais austero, em vez de um com dourados ou algum bordado. E todo o seu look quase se torna mais simples quando ele é imperador. Passa a ser o chapéu favorito dele, dá para ver que cresce ligeiramente em tamanho e nos últimos anos do império o chapéu tem tendência para ser um pouco maior. O chapéu do Joaquin é feito de casca de árvore em vez de feltro de lã, porque ele é vegano. [O chapéu] quase cresce em estatura com o Napoleão de uma forma divertida porque pode ver-se o chapéu ficar maior ao longo dos anos.
De que forma é que o facto de Joaquin Phoenix ser vegano influenciou o seu trabalho?
Primeiro foi o chapéu, porque se se faz chapéus em algo que não seja o feltro de lã, ficam terríveis. Por isso estava preocupado com isso. Trabalhámos com este material em filmes anteriores, por isso tentámos e enviamos para o nosso chapeleiro em Roma. O primeiro que ele enviou estava perfeito. Foi muito entusiasmante. Ele deu à casca de árvore uma textura dramática. As roupas eram todas à base de algodão. As botas eram em couro vegano. O Joaquin ficou feliz com tudo.
Sabe quantas pessoas vestiu neste filme?
Fizemos um pouco menos de quatro mil figurinos. Foi bastante. Depois de fazermos os franceses e os diferentes períodos da revolução de Waterloo, há os segmentos do guardas imperiais, há britânicos em dois períodos, russos em dois períodos, austríacos, prussianos e por aí. Tentámos alugar alguns, mas não existe no número [que é necessário]. Tudo teve de ser feito, o que também é bom para nós porque temos mais controlo das cores.
Tudo foi feito de raiz?
Entre 90 a 95% foi feito. Algumas coisas foram alugadas.
Foi o David que desenhou tudo?
Sim, até certo ponto fui. É preciso decidir o que vai ser, tentar representar a essência de cada batalha de uma forma militar.
Onde foram feitos os figurinos?
Muitos foram feitos na Polónia, nos meus amigos da Hero Collection. São especialistas em uniformes militares, trabalho com eles desde o filme “Expiação” [2007]. Eles ficaram entusiasmados de fazer um grande filme sobre Napoleão. Ficaram com os bordado, fizeram milhares de botas. Havia camiões sem fim a chegar da Polónia a Londres. Por isso, o Brexit não foi uma grande ajuda.
E os tecidos de onde vieram?
Alguns de Inglaterra, alguns da Índia, alguns do Paquistão, alguns de Roma, alguns de Lyon. E também de Marrocos.
Tem alguma coisa de Portugal?
Sabe, estamos no filme errado. Em “Star Wars” tive todas as botas dos storm troopers feitas em Portugal. Eram botas veganas feitas em couro vegano.
O que me pode dizer dos bordados dourados?
Os bordados são, normalmente, feitos à máquina e eu queria um tipo de bordado pesado [“bullion” em inglês]. Obviamente, na altura em que se tem de começar a fazer os bordados, não se sabe quem vai fazer que papel, por isso temos de adivinhar e ir fazendo stock porque precisávamos de todo o tempo para fazer o bordado manual. O filme foi filmado em 61 dias, por isso estivemos sempre a tentar acompanhar o calendário. A coroação foi a versão mais extrema, nessa cena foram usados muitos bordados. Alguns [bordados] chegaram na noite antes da coroação e foram aplicados. O Ridley filma muito depressa, por isso está sempre tudo a avançar e estamos sempre a tentar acompanhar.
Como é o processo de envelhecimento das peças de roupa?
Qualquer roupa que é feita para um filme, normalmente passa por um processo [para parecer usada]. Há processos mais rápidos para números grandes, há uma equipa de pessoas que faz as mesmas coisas. É um trabalho muito importante.
No que toca aos figurinos de Napoleão, foi simplesmente rigoroso um acrescentou alguma coisa sobre a personalidade da personagem?
Há uma mistura. Obviamente uma parte tem de ser precisa, porque é Napoleão. Quando ele se vê no filme pela primeira vez no baile dos sobreviventes, fizemos um bonito casaco azul com bordados. Para mim o importante era conseguir ter a silhueta certa, por isso encontramos peças reais das quais tiramos os moldes.
Tem ideia de quanto custou fazer estes quatro mil uniformes?
Creio que não gostava de dizer isso numa entrevista. Mas sim. É muito dinheiro.