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Inédita. Criativa. Revolucionária. São estas as palavras com que Paris quer que se descreva a abertura da 33.ª edição dos Jogos Olímpicos de verão, agendada para as 18h30 desta sexta-feira. Será uma cerimónia sem precedentes, com o rio Sena a substituir o habitual estádio olímpico. O desafio é grande, o mundo estará de olhos postos na cidade luz e espera-se que mais de 1,5 milhões de espectadores assistam à inauguração destes Jogos.
De acordo com a organização, a cerimónia de abertura de Paris-2024 “será ousada, original e única”, relembrando os “momentos mais memoráveis da história Olímpica”. Tudo acontecerá no rio Sena, que será percorrido de este para oeste, ao longo de seis quilómetros. A partida terá lugar na ponte de Austerlitz e o fim na Pont d’Iéna, junto ao Jardim do Trocadéro, que será o palco da parte mais institucional da cerimónia, recebendo os discursos e a parte final do espectáculo.
O desfile dos atletas acontecerá em quase 100 barcos, que serão equipados com câmaras, permitindo a aproximação com o público. O percurso contempla a passagem junto a alguns dos palcos destes Jogos Olímpicos, bem como a inúmeros monumentos da cidade, como a Catedral de Notre-Dame, o Louvre, o Museu d’Orsay ou a emblemática Torre Eiffel. A ideia da organização foi aliar o desporto à riqueza arquitetónica daquela que é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo.
Cerimónia gratuita… a grande novidade
A grande novidade desta cerimónia de abertura é estar aberta a toda a cidade. É certo que existem apenas cerca de 104 mil bilhetes para aceder às bancadas instaladas no cais inferior das margens do Sena. Também é certo que o preço desses ingressos é o mais alto de sempre da história dos Jogos Olímpicos — custavam entre os 90 euros e os 2.700 euros e chegaram a ser vendidos por 9.500 euros. Contudo, mais de 600 mil pessoas conseguirão assistir a todos os momentos, seja através dos 222 mil bilhetes gratuitos disponibilizados pela organização, ou com recurso aos mais de 80 ecrãs gigantes espalhados pela cidade.
Quem vai acender a tocha olímpica?
O momento mais aguardado de todas as cerimónias de abertura continua envolto em grande segredo… como habitual. O Comité Olímpico costuma de guardar até ao último momento a identidade da pessoa que vai realizar o último troço do transporte da tocha olímpica, à semelhança das personalidades que vão atuar na cerimónia. Segundo Thomas Jolly, diretor artístico da cerimónia, o espectáculo será composto por cerca de 3 mil artistas.
Sabe-se que Céline Dion e Lady Gaga estão em Paris, perspetivando-se que as duas cantoras atuem na cerimónia de abertura, provavelmente até juntas. No que respeita à tocha olímpica, o antigo futebolista Zinédine Zidane é apontado pela imprensa francesa como o nome que transportará o símbolo no último percurso, sucedendo assim à tenista japonesa Naomi Osaka, nos Jogos do Tóquio. A velocista Marie-José Perec, que conquistou três ouros olímpicos, também está a ser apontada. Laure Manaudou (natação), Teddy Rinner (judo) e Renaud Lavillenie (salto com vara) surgem ainda nas previsões, à semelhança do astronauta Thomas Pesquet e do ator Omar Sy.
Mas só ao final do dia desta sexta-feira se ficará a conhecer a personalidade escolhida pela organização. Certos estão Snoop Dogg e Pharrell Williams, que serão duas das últimas pessoas a transportar a tocha. O rapper, que fundou uma associação para ajudar crianças de Los Angeles a praticarem desporto, vai entrar em ação nos subúrbios de Saint-Denis, a norte de Paris, onde estão localizados a Vila Olímpica e o Stade de France. Williams também vai participar no percurso junto a Saint-Denis, tendo sido escolhido pela marca Louis Vuitton que representa e é uma das principais parceiras destes Jogos Olímpicos.
Tocha olímpica, um símbolo intemporal
O momento em que se acende a tocha olímpica é, desde sempre, o mais aguardado por todos os espectadores. É a partir dessa altura que estão oficialmente inaugurados os Jogos Olímpicos e a competição começa a ganhar forma. Esse momento também está envolvo em criatividade, mistério e suspense. Um dos acontecimentos mais célebres aconteceu em Barcelona-1992, quando o atleta paralímpico Antonio Rebollo acendeu a chama olímpica com recurso a uma flecha de fogo.
Em Atlanta-1996, coube a Muhammad Ali, em claras dificuldades devido à doença de Parkinson, inaugurar a competição. Numa cerimónia bem mais inovadora, Li Ning, antigo campeão olímpico de ginástica, abriu os Jogos em Pequim-2008. Em Londres-2012 coube a sete jovens acenderem as pétalas da chama olímpica em formato de flor. Na última edição, em Tóquio, foi a tenista Naomi Osaka quem subiiu a escadaria para acender a pira.