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The Universitat De València Starts The Vaccination Of More Than 2,000 Future Erasmus Students
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Desde o início da pandemia (e até 28 de julho) 56.685 crianças entre os 0 e os 9 anos receberam diagnóstico Covid positivo. Na faixa etária seguinte, dos 10 aos 19 anos, foram 95.089

Europa Press via Getty Images

Desde o início da pandemia (e até 28 de julho) 56.685 crianças entre os 0 e os 9 anos receberam diagnóstico Covid positivo. Na faixa etária seguinte, dos 10 aos 19 anos, foram 95.089

Europa Press via Getty Images

Uns temem efeitos adversos, outros novas variantes. Qual dos medos pesará mais na hora de decidir vacinar crianças saudáveis?

As crianças entre os 12 e os 15 devem ser vacinadas? De um lado da balança está o medo dos efeitos adversos, do outro que os menores sejam um veículo para a entrada de novas variantes do vírus.

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No final, tudo parece resumir-se ao medo. Quando chega a hora de decidir se as crianças saudáveis a partir dos 12 anos devem ser vacinadas contra a Covid-19 todos os receios veem ao de cima. Os efeitos adversos raros, os ensaios clínicos com amostras demasiado curtas, as crianças serem as transmissoras de novas variantes e impedirem o país de chegar à imunidade de grupo. São estes os argumentos usados por quem defende e por quem condena a vacinação das crianças.

Mas há mais: a questão ética de vacinar crianças antes de outros países terem os seus médicos vacinados (como alerta a OMS) ou usá-las como escudo, beneficiando mais a sociedade do que elas próprias já que a maioria não sofre muito com a doença. Mas também há quem não queira arriscar o tiro no escuro de ter um filho internado por ser uma das raras crianças que é afetada fortemente pelo vírus da Covid.

Em breve, a decisão estará tomada, e nenhum parecer oficial sobre vacinação de crianças vai mudar as opiniões dos dois lados da barricada. O parecer técnico oficial sairá da Direção Geral de Saúde, a decisão política final terá o carimbo do Governo.

Enquanto se decide o que vai acontecer para a faixa etária dos 12 aos 16 anos, os maiores de 18 anos avançam na vacinação e já têm acesso à modalidade casa aberta, ou seja, podem dirigir-se aos postos de vacinação sem marcação. Na Madeira, no sábado, as crianças a partir dos 12 anos começam a ser vacinadas. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, 7,1 milhões de menores de 18 anos têm o esquema vacinal completo e em Israel vai dar-se início à vacinação a partir dos 5 anos.

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Em 14 pontos, explicamos-lhe o que está aqui em causa.

Como estamos? Casos têm aumentado entre as crianças e adolescentes

Num mês, a taxa de incidência entre as crianças disparou 226% e é a terceira mais alta do país se analisarmos este indicador por idades. Quando se olha para o número de casos por 100 mil habitantes na faixa etária dos 0 aos 9 anos, a diferença de 23 de junho para 21 de julho é enorme. Há um mês havia 145 casos por 100 mil habitantes, agora há 473, segundo dados do Instituto de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Na faixa etária seguinte, dos 10 aos 19 anos, o crescimento foi de 198%, o quarto registo mais alto. No mesmo espaço de tempo, o país passou, nestas idades, de 206 casos por 100 mil habitantes para 614 casos. Pior do que estas duas faixas etárias só estiveram as dos 20 aos 29 e dos 30 aos 39 anos com aumentos de 236% e de 231%, respetivamente, no número de casos por 100 mil habitantes.

É seguro e eficaz, mas será ético vacinar crianças contra a Covid-19?

Abaixo dos 20 anos houve 4 mortes em Portugal

Números absolutos: desde o início da pandemia (e até 28 de julho) 56.685 crianças entre os 0 e os 9 anos receberam diagnóstico Covid positivo. Na faixa etária seguinte, dos 10 aos 19 anos, foram 95.089. Não existe informação detalhada sobre que percentagem destes menores teve infeções assintomáticas, embora seja público que em cada uma das faixas etárias foram registadas dois óbitos.

Em agosto de 2020, morreu a primeira criança vítima de Covid em Portugal: uma bebé de quatro meses que nasceu com uma cardiopatia congénita grave e que a infeção por SARS-CoV-2 conduziu a uma miocardite​. Em dezembro passado, dois jovens, um rapaz e uma rapariga, ambos com 19 anos e com patologias graves associadas, morreram  na sequência da doença. Já em fevereiro deste ano, registou-se o quarto óbito — um bebé de 7 meses que, para além de ser Covid positivo, tinha múltiplas complicações congénitas.

Reações adversas graves entre jovens? Quase inexistentes

Por enquanto, apenas os maiores de 18 anos podem ser vacinados contra a Covid-19 em Portugal e a sua vacinação começou a 4 de julho. Alguns dias mais tarde, a 28 de julho, passaram a poder aceder à modalidade casa aberta, ou seja, a dirigir-se a um posto de vacinação sem marcação. A 22 de julho, quando foi divulgado o mais recente relatório de farmacovigilância das vacinas contra a Covid-19, eram raras as reações adversas entre os mais novos. Na faixa etária entre os 16 e os 19 anos, foram registados 11 reações adversas graves e 4 não graves.

Portugal regista 11.314 reações adversas às vacinas contra a Covid-19, revela Infarmed

O relatório de vacinação mais recente, tem dados disponíveis para uma faixa etária diferente. Entre os 18 e os 24 anos foram vacinadas 83.635 com uma dose e 50.708 com duas doses.

MIS-C e Kawasaki, o lado negro da Covid nas crianças

O acrónimo é MIS-C. A síndrome inflamatória multissistémica pediátrica é uma condição rara, mas grave — a mais grave (até à data) encontrada em crianças e relacionada com o novo coronavírus. Nos primeiros quatro meses deste ano foram identificados 83 casos em Portugal, todos eles recuperados. Dez dessas crianças passaram pelo Hospital de Santa Maria, a maioria depois de ter estado assintomática, com os primeiros sinais a surgirem quatro semanas depois da infeção.

A MIS-C causa a inflamação de diferentes partes do corpo — incluindo coração, pulmões, rins e cérebro — e pode manifestar-se de forma muito grave, obrigando ao internamento das crianças, inclusive em cuidados intensivos.

O que se sabe sobre a síndrome inflamatória que pode afetar as crianças depois de terem Covid?

Alguns casos desta síndrome são semelhantes à doença de Kawasaki, que atinge sobretudo crianças com menos de 5 anos, e que também pode causar problemas cardiovasculares graves, embora não afete tantos órgãos como a MIS-C. A sua origem é desconhecida, mas tem sido associada a infeções com outros coronavírus.

Para além destas duas doenças, há ainda a chamada long Covid (Covid longa) quando os sintomas perduram para lá da doença, como fadiga, dificuldades respiratórias, palpitações cardíacas, dores de cabeça, tonturas, confusão mental, entre outros. A maioria dos relatos são em adultos, mas por todo o mundo começam a ser encontradas crianças que mantêm sintomas pós-infeção.

Israel. País já está a vacinar crianças a partir dos 5 anos (mas não todas)

Desde terça-feira, 27 de julho, que o Ministério da Saúde israelita deu luz verde para a administração de vacinas a crianças dos 5 aos 11 anos, desde que tenham outras doenças que as possam tornar mais vulneráveis à Covid-19. No comunicado, o Governo esclarece que esta possibilidade existe apenas para crianças com “alta probabilidade de doença grave e até de morte após a infeção pelo novo coronavírus”. O motivo prende-se com o aumento drástico de casos da variante Delta no país.

As autorizações têm carácter individual e todas têm de ser validadas pelo Ministério da Saúde e, claro, corresponder à vontade dos pais, que terão a última palavra. Entre os problemas de saúde que podem colocar estas crianças na lista de vacinação estão a obesidade mórbida, doença pulmonar crónica grave, distúrbios de desenvolvimento neurológico, insuficiência cardíaca, anemia falciforme e algumas doenças autoimunes.

Mais crianças com Covid-19 diagnosticadas com doença grave mas rara, na terceira vaga

Estas crianças vão receber uma dosagem mais baixa da vacina — 10 microgramas em vez de 30 — uma decisão das autoridades de saúde e não da Pfizer, segundo a empresa explicou Wall Street Journal.

Israel foi dos primeiros países a vacinar menores e os números mais recentes, de 10 de julho, apontam para que 40% das crianças dos 10 aos 19 anos já estejam vacinadas. Inicialmente, apesar de ter autorizado a administração a jovens acima dos 12 anos, o Governo não promoveu a vacinação. Só quando os casos começaram a subir é que foi emitida uma recomendação nesse sentido. Segundo o ministério, citado pelo Times of Israel, 29% das crianças entre os 12 e os 15 estão vacinadas e 11% foram infetadas, o que eleva a imunidade deste grupo etário para os 40%.

Para incentivar a vacinação entre os adolescentes, unidades móveis de vacinação começaram a ser enviadas para as praias de Israel.  

Young Children In KidCOVE COVID-19 Vaccine Study

Estados Unidos já vacinaram mais de 7 milhões de crianças e jovens com as duas doses da vacina

MediaNews Group via Getty Images

Pfizer e Moderna aumentam ensaios em crianças de 5 a 11 anos (a pedido dos EUA)

Na véspera de Israel começar a vacinar maiores de 5 anos, os Estados Unidos fizeram um pedido formal à Pfizer e à Moderna: que aumentem a amostra dos seus ensaios clínicos em crianças até aos 11 anos para poderem ser detetados eventuais efeitos adversos raros.

A ideia é que a amostra seja de, pelo menos, 3.000 crianças para que se perceba se existe relação com uma doença cardíaca rara, a miocardite, que tem surgido entre pessoas vacinadas. A FDA (Food and Drugs Administration) considera que este é o tamanho adequado para garantir a segurança do medicamento, segundo um porta-voz citado pelo Wall Street Journal.

A Moderna está a estudar, desde março, os efeitos da vacina em crianças de seis meses a 12 anos e o objetivo é recrutar 6.750 indivíduos para aumentar a probabilidade de detetar eventos raros.

A Pfizer começou por testar a vacina em crianças dos 5 aos 11 anos a 8 de junho e, poucos dias depois, a 21 de junho, incluiu crianças a partir dos seis meses, num total de 4.500 indivíduos (Estados Unidos, Finlândia, Polónia e Espanha), esperando ter resultados durante o último trimestre do ano.

Faltam estudos. O argumento mais usado para adiar a vacinação

Esperar por estudos como os da Pfizer e o da Moderna é o que pretendem muitos especialistas que defendem que abaixo dos 16 anos só as crianças com comorbilidades devem ser vacinadas. Pelo menos, por enquanto. Essa é a posição da Ordem dos Enfermeiros, como explica o seu vice-presidente, Luís Barreira.

“A prioridade deve ser vacinar os adultos, o mais rápido possível, e aguardar por mais informação científica sobre os benefícios e os efeitos da vacinação nas crianças”, esclarece. Esta semana, a Ordem dos Enfermeiros emitiu um parecer nesse sentido, enviado à DGS. Uma vez que “os benefícios para o grupo etário pediátrico saudável parecem ser limitados, entende-se ser prudente aguardar por uma maior e mais robusta evidência científica.” Nessa altura, poderá ser tomada a decisão de avançar com a vacinação universal.

Comissão técnica aconselha DGS a que só sejam vacinados jovens dos 12 aos 16 com comorbilidades

O parecer, tomado depois de ouvido o Colégio de Especialidade em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, considera que se as crianças, mesmo com menos de 12 anos, tiverem comorbilidades associadas a risco elevado para a Covid devem ser aconselhadas a vacinar-se.

Luís Barreira frisa ainda que ao vacinar os mais velhos, estamos a reduzir o risco de exposição das crianças e adolescentes à infeção.

Parecer semelhante foi dado pelo grupo de trabalho criado pela DGS para ajudar a comissão técnica de vacinação a tomar uma decisão: vacinar jovens dos 12 até aos 16 anos sim, mas apenas aqueles que tenham outras doenças que representem um risco acrescido de sofrer de doença grave se infetado pelo SARS-CoV-2.

Pediatras divididos sobre vantagens de vacinar crianças

EMA e FDA aprovaram vacinação a partir dos 12 anos. Um argumento a favor

Quando as agências europeia e americana responsáveis pela avaliação e segurança de medicamentos dizem que as crianças a partir dos 12 anos podem ser vacinadas, estará tudo dito. “Ou confiamos nas instituições ou não confiamos”, diz o bastonário da Ordem dos Médicos, frisando que tanto na Agência Europeia do Medicamento (EMA) como na Food and Drug Administration (FDA) se encontram alguns dos melhores especialistas do mundo desta área.

A 23 de julho, a EMA aprovou o uso sem restrições da vacina contra a Covid da Moderna para maiores de 12 anos. Antes disso, a 28 maio, já tinha aprovado o uso da vacina da Pfizer. Nos Estados Unidos, a FDA ainda só deu a autorização para uso de emergência à Pfizer (10 de maio), encontrando-se o pedido da Moderna em avaliação.

Regulador europeu aprova vacina da Moderna para crianças dos 12 aos 17 anos

A decisão da EMA baseou-se nos ensaios clínicos das farmacêuticas: o da Moderna envolveu 3.732 crianças com idades entre 12 e 17 anos e continua em andamento. Nenhuma das 2.163 crianças que receberam a vacina desenvolveu Covid, em comparação com quatro das 1.073 crianças que receberam o placebo. No entanto, a agência frisa que a amostra limitada pode ter impedido a deteção de efeitos colaterais incomuns ou estimado mal o risco de efeitos colaterais conhecidos, como a miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e a pericardite (inflamação da membrana ao redor do coração). Ainda assim, considerou que os benefícios em crianças dos 12 aos 17 anos superam os riscos, “em particular naquelas com condições que aumentam o risco de ter Covid grave”.

O ensaio da Pfizer envolve cerca de 2 mil crianças com idades entre 12 e 15 anos. Das 1.005 que receberam a vacina nenhuma desenvolveu a doença. Das restantes, 16 entre as 978 que receberam o placebo foram infetadas.

Student  COVID-19 vaccines May 3, 2021

No Reino Unido, entre os 12 e os 15 anos, só se vacinam crianças de grupos de risco

MediaNews Group via Getty Images

A ética dita vacinar as crianças no fim, depois dos idosos de todo o mundo

Vacinar crianças contra a Covid-19 não é uma prioridade para a Organização Mundial de Saúde. Por que motivo? Porque faltam vacinas para chegar a todos, porque continua a haver grupos de risco por vacinar e alguns países não conseguiram sequer inocular todos os profissionais de saúde. Não há equidade na vacinação, têm dito os representantes da OMS, uma e outra vez, frisando que a pandemia só será vencida se todos se unirem.

“O único argumento forte para não vacinar crianças é o da ética”, diz o bastonário dos Médicos. “Seria inédito, mas se o mundo se unisse e houvesse um plano de vacinação mundial, uma visão global em que os mais velhos de todos os países fossem vacinados primeiro, então não vacinaria, para já, as crianças”, diz Miguel Guimarães. No entanto, não acredita que tal venha a acontecer e que os países se organizem nesse sentido.

Covid-19. Vacinar as crianças não é prioritário, diz OMS

Crianças vacinadas evitam entrada de novas variantes e sem elas não há imunidade de grupo

Tem sido um dos argumentos mais esgrimidos pelos defensores da vacinação generalizada acima dos 12 anos. As novas variantes, mais transmissíveis, podem encontrar nas crianças uma porta de entrada se não estiverem vacinadas.

É o argumento de Henrique Barros, presidente do Conselho Nacional de Saúde, que em março defendeu que as escolas não tinham um “papel relevante” no risco de infeção das famílias. Agora, defende o contrário. “Mesmo que as escolas mantenham regimes muito rígidos de proteção”, defende que as crianças serão naturalmente as que mais se infetam. “Será ao contrário. Enquanto antes eram as famílias, os adultos, que infetavam as crianças que estavam muito protegidas pela forma como as escolas se organizaram, passará a ser o contrario como se temeu no inicio da pandemia”, disse, em declarações à RTP 3.

A grande diferença em relação ao passado recente é o surgimento da variante Delta que fez mais estragos no país do que se esperava se apenas a variante Alfa continuasse a circular.

Também Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e uma das autoras da propostas das quatro novas fases de alívio das restrições, aponta o dedo à Delta como argumento para vacinar as crianças. “A variante Delta veio levantar a fasquia da imunidade de grupo que só é atingida em valores mais altos e só é atingida se também houver vacinação das crianças. Se vai ser o ponto de corte para chegar a maior normalidade, não sabemos exatamente o que essa maior normalidade exige”, disse ao mesmo canal televisivo.

O bastonário dos Médicos lembra que para se calcular a imunidade de grupo é preciso recorrer a uma fórmula matemática e que, neste momento, com a variante Delta ela só é atingida se vacinarmos 95% da população. “Sem as pessoas que não se querem vacinar e sem as crianças nunca atingiremos a imunidade de grupo.”

Decisão da DGS sobre vacinação de crianças é “fundamental”

Maior normalidade na vida das crianças é outro ponto a favor

Crianças vacinadas permite às escolas “ter uma vida mais natural”, defende Henrique Barros. Também para o bastonário Miguel Guimarães esse é um dos pontos a favor.

“O prejuízo não é grande, se compararmos com o benefício. Deixamos de ter crianças aprisionadas, podem voltar a ter vidas normais, e a sua saúde mental também será beneficiada”, defende o bastonário. Frisa ainda um ponto que considera importante: “Ninguém é obrigada a ser vacinado. Um pai não precisa de entrar em stress se for aprovada a vacinação em maiores de 12 anos, porque caberá sempre aos pais decidir. Abre é a possibilidade de serem vacinados aqueles que assim o entendam.”

Pediatras divididos sobre vantagens de vacinar crianças

Estados Unidos têm 7 milhões de adolescentes vacinados

Sobre os prejuízos, um dos que têm sido mais falados é o risco de miocardite pós-vacinação. Miguel Guimarães lembra, sobre este assunto, um estudo da Sociedade Americana de Pediatria. Nos Estados Unidos já foram vacinados 9,2 milhões de menores de 18 anos e 7,1 milhões têm o esquema vacinal completo. “O que eles concluíram é que têm tido mais casos de miocardite e pericardite em crianças acima dos 12 anos que tiveram Covid do que entre as que foram vacinadas nessa faixa etária”, sublinha o bastonário dos Médicos, lembrando que nenhum dos casos em crianças vacinadas foi fatal.

Os dados do CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças, mostram que por cada milhão de rapazes dos 12 a 17 anos que receberam duas doses da vacina Covid-19, ocorreram cerca de 67 casos de miocardite. Em raparigas foi de nove por milhão. De acordo com o CDC, a maioria dos casos foi leve e resolvida rapidamente.

Vários países na Europa estão a vacinar acima dos 12 anos

A Dinamarca fez o anúncio em junho, no mesmo mês em que a Alemanha também fez. Se as crianças dinamarquesas, que só vão ser vacinadas em setembro, depois de os adultos estarem protegidos, vão ser vacinadas de forma generalizada, para os menores alemães as regras aproximam-se das dos britânicos.

Em qualquer um destes países, Alemanha e Reino Unido, acima dos 12 anos é vacinado apenas quem tenha comorbilidades que possam agravar uma infeção ou os sintomas de Covid. Em França, o cenário é outro: desde 15 de junho que as crianças com mais de 12 anos estão a ser vacinadas e a única obrigatoriedade é a autorização dos pais.

Na Áustria há a meta de ter 340 mil crianças entre os 12 e os 15 anos vacinadas até o final de agosto, enquanto a Estónia vai esperar pelo outono. Hungria, Roménia e Itália também estão na lista de países que já começaram a vacinar crianças dos 12 aos 15 anos.

Portugal está a postos para vacinar, caso a DGS assim o dite

Em Portugal, caso a decisão seja de generalizar a vacinação, tudo está a postos para começar a administrar vacinas. Esta quarta-feira, foi dada mais uma garantia nesse sentido por Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde. “Estamos preparados para vacinar as crianças, temos um tempo de oportunidade importante antes do ano letivo para o poder fazer. Agora temos de esperar pelas diretrizes da DGS”, frisou.

Na quinta-feira, tinha sido o vice-almirante Gouveia e Melo, o coordenador da task force da vacinação, a avançar que a logística estava pronta, para tudo avançar assim que houvesse luz verde das autoridades de saúde.

Enquanto no Continente a decisão deverá ser tomada em breve, na Madeira, onde há autonomia administrativa, as crianças acima dos 12 anos vão começar a ser vacinadas no próximo sábado, na modalidade casa aberta, sem necessidade de agendamento.

Novo mistério: doença rara parece estar associada a Covid-19 nas crianças. E haverá um caso em Portugal

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