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AFP via Getty Images

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Variante Delta. Onde estamos melhor e pior do que o Reino Unido

Portugal está isolado do resto da União Europeia na incidência e a prevalência da variante delta pode estar acima dos 86%. País está atrás do Reino Unido por uma semana em novos casos.

Portugal já se tornou o país da União Europeia com maior número de casos diários registados ao longo da última semana por milhão de habitantes, está perto de ultrapassar a Espanha em incidência por 100 mil habitantes a 14 dias e pode estar prestes a atingir a mesma prevalência da variante Delta que o Reino Unido. Os dados reportados pelas autoridades de saúde às plataformas Our World in Data e GISAID permitem comparar a situação nacional à britânica e verificar que, no que toca à incidência e à variante, há mais a uni-los do que a separá-los.

Com uma incidência próxima dos 170 casos por 100 mil habitantes em duas semanas e com uma prevalência da variante Delta que ultrapassa já os 90%, o Reino Unido prepara-se para dar um passo atrás no desconfinamento. Juntando os britânicos aos 27 países da União Europeia, aqueles surgem em primeiro lugar no que toca à incidência e Portugal em terceiro, logo atrás de Espanha. O Reino Unido aponta o dedo à variante Delta para fundamentar a necessidade de manter o país fechado, enquanto Portugal mantém o desconfinamento com uma prevalência que pode ser pouco inferior.

Prevalência da variante Delta

Últimas análises atribuem uma prevalência de quase 86% em Portugal

Os dados mais recentemente depositados na plataforma GISAID e trabalhados pela página Outbreak indicam que Portugal já teria uma prevalência de 85,7% da variante indiana entre as amostras recolhidas e sequenciadas pelas autoridades de saúde a 02 de junho. O Reino Unido não estaria muito atrasado, com uma prevalência de 83,9% para essa mesma variante, e já terá atingido os 93% a 15 de junho — data das últimas informações disponibilizadas pelas autoridades de saúde britânicas.

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No entanto, a leitura destes dados exige cautela: quanto menor for o número de amostras recolhidas e sequenciadas pelas autoridades de saúde, maior é a margem de erro associada aos dados. Em Portugal, o período com mais amostras sequenciadas diariamente (e, portanto, com menor margem de erro) ocorreu entre 03 e 11 de maio. No dia em que mais amostras foram sequenciadas, a 04 de maio, a prevalência seria de 3%, mas a margem de erro indicava que podia estar entre os 0% e os 10%. A 02 de junho, com uma prevalência de 86%, a margem de erro estendia-se entre os 44% e os 98%.

No Reino Unido, a margem de erro é muito inferior, porque o número de amostras sequenciadas também é muito maior. No dia em que mais amostras foram sequenciadas, a 07 de junho, a prevalência da variante Delta foi calculada em 90%, com uma estreita margem de erro de 88% a 91%. Depois disso, como as autoridades de saúde britânicas não analisaram tantas amostras, a margem de erro aumentou: a 15 de junho, a prevalência seria de 93%, mas a margem de erro coloca-a entre os 91% e os 95%. Ou seja, quanto menor o número de amostras sequenciadas, maior o ruído nos dados.

Número de casos

Portugal com incidência que o Reino Unido registava há uma semana

Os dados relativos ao último domingo (os mais recentemente reportados ao Our World in Data) colocam Portugal em segundo lugar na lista dos países da União Europeia com maior maior número de casos por 100 mil habitantes registados ao longo das últimas duas semanas. Acima de Portugal (121,6 casos) só está Espanha, que surge imediatamente acima com 127,2 casos. Acrescentando o Reino Unido — que tem 166,9 casos por 100 mil habitantes em 14 dias — à lista, Portugal e Espanha descem uma posição.

A situação portuguesa destaca-se ainda mais tomando em conta o número de médio novos casos de infeção pelo coronavírus por milhão de habitantes. Os dados relatados pelas autoridades de saúde até domingo mostram que Portugal foi o único país com uma média semanal de novos casos por milhão de habitantes superior a 100 — segundo o Our World in Data, tinha no domingo uma média de 106,5 casos. O segundo lugar, pertencente ao Chipre, está muito abaixo de Portugal, com uma média semanal de 73,9 novos casos por milhão de habitantes.

A comparação entre Portugal e o Reino Unido revela ainda que a incidência portuguesa é próxima daquela que os britânicos registavam a 13 de junho (120,6 casos por 100 mil habitantes em duas semanas) — uma linha vermelha que Portugal ultrapassou no domingo. Há oito dias, o país tinha uma incidência que rondava a anunciada pelo Reino Unido uma semana antes. Mais: o Reino Unido ultrapassou os 100 casos por 100 mil habitantes em 14 dias a 10 de junho, mas Portugal fê-lo precisamente uma semana depois.

Internamentos

Portugal tem mais hospitalizações por milhão de habitantes

Desde o fim de março e início de abril que o número de internamentos por milhão de habitantes em Portugal ultrapassa o do Reino Unido. A 17 de junho — data da última atualização que as autoridades de saúde enviaram à plataforma Our World in Data —, os britânicos registavam 19,4 internados por Covid-19 por milhão de habitantes, enquanto Portugal já estava nos 35,7 hospitalizados. Este domingo, o país já tinha atingido os 39,7 internamentos por milhão de habitantes.

Mas o gráfico com a comparação entre os dois país revela como o comportamento desta métrica é semelhante. Tanto no Reino Unido como em Portugal, o número de internamentos por milhão de habitantes continuou em tendência decrescente até finais de maio, mas tem sofrido uma subida desde então. Esse crescimento tem sido mais acentuado em Portugal do que no Reino Unido.

Por cá, olhando para os dados a partir de 15 de março, o país atingiu um mínimo de internamentos a 20 de maio, com 20,3 hospitalizações por milhão de habitantes. Mas esse valor já aumentou em 75,9% para os 35,7 internamentos registados a 17 de junho. No caso do Reino Unido, e olhando para o mesmo período temporal, o valor mínimo foi alcançado a 22 de maio (13 internamentos por milhão de habitantes). Até 17 de junho, o aumento registado foi de 49,2% — menos 26,7 pontos percentuais do que em Portugal.

Note-se, no entanto, que as comparações entre o número de internamentos entre países devem ser feitas com ressalvas, uma vez que a resposta depende das características dos diferentes serviços nacionais de saúde.

Testagem

Portugal mantém taxa de positividade superior à do Reino Unido

Os últimos dados trabalhados pelo Our World in Data referem que, a 16 de junho, Portugal mantinha uma taxa de positividade de 2% — ou seja, por cada 100 amostras recolhidas pelas autoridades de saúde, duas resultaram positivo à presença do SARS-CoV-2. No mesmo dia, a taxa de positividade do Reino Unido era de 0,8%. Aliás, uma leitura aos dados a partir de 15 de março demonstram que os britânicos têm estado sempre abaixo de Portugal nesta métrica.

Ora, quanto mais baixa for a taxa de positividade, mais controlada está a epidemia. Ainda que Portugal esteja acima do Reino Unido, a situação portuguesa em termos de testagem não tem sido preocupante, pelo menos à luz dos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde maio do ano passado que a OMS considera que a taxa de positividade deve estar abaixo dos 5% para admitir que os países estão a conseguir controlar a evolução da epidemia. O problema é que, tanto num país como no outro, esta métrica tem subido — e mais acentuadamente por cá do que no Reino Unido.

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