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André Ventura tinha uma sala privada no recinto da Convenção onde tinha um altar
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André Ventura tinha uma sala privada no recinto da Convenção onde tinha um altar

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

André Ventura tinha uma sala privada no recinto da Convenção onde tinha um altar

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ventura, os seus mártires e a missão da "conversão política". Meia hora no refúgio privado do líder do Chega

Um altar num canto, com várias imagens religiosas. "Inspiração" de Ventura que se assume como missionário, numa conversa a meio da Convenção do Chega. A liderar mártires, mas com alta segurança.

Há alguma terra molhada, que ainda não faz lama, fora da comprida tenda branca onde os militantes do Chega aguardam André Ventura para a II Convenção, em Évora. Com mais de uma hora de atraso, o presidente do partido lá vem, passo comprido e sonoro a bater naquele pedaço de terra batida, rodeado de cinco torres de auricular e em comunicação permanente. Um quadro poderoso que se adensa quando as câmaras e microfones dos jornalistas apertam para alcançarem o líder do Chega que vai acenando de lá de dentro da bolha. Os braços dos seguranças privados que o ladeiam cruzam-se nas suas costas, um terceiro une os dois cá atrás. E outro pede desesperado que desacelerem para conseguir “compor a entrada”. É o momento em que o líder entra na Convenção de Évora pela primeira vez, pretende-se impacto. André Ventura respira fundo duas ou três vezes, o sorriso esconde-se. Há ali um certo momento de transfiguração.

A palavra remete para o Novo Testamento e o episódio em que Jesus se mostra em glória a três dos seus apóstolos, a transfiguração. Afinal é André Ventura que assume sem pudor que o caminho do Chega está perto de uma religião. Os seguranças que o rodeiam a toda a hora e a bolha em que se transporta entre o gabinete das traseiras da Quinta Nova do Degebe e a tenda da Convenção deixam-no, na verdade, numa espécie de andor.

No seu refúgio nesta Convenção, um gabinete de trabalho de quem gere a Quinta que se transformou no refúgio privado de Ventura nestes dois dias, está um pequeno altar ao canto. Três imagens de Nossa Senhora, uma mais pequena do Sagrado Coração de Jesus e outra ainda do Santo António. “Assim tenho mais inspiração religiosa. Pedi esta sala para poder estar aqui mais descansado”, diz assim que o Observador entra na sala. Nem de propósito.

Com mais de uma hora de atraso, o presidente do partido lá vêm, passo comprido e sonoro a bater naquele pedaço de terra batida, rodeado de cinco torres de auricular e em comunicação permanente.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Recentemente, a propósito daquele episódio de Maria Vieira ter deixado de fumar e de ter atribuído isso ao Chega, disse que o isto é mais do que um partido, é uma religião. O que quer dizer com isso?
Que há um nível, num certo sentido figurado, de entrega e de compromisso que não se vê tanto nos partidos mas mais nas religiões. É uma causa, uma renúncia, as pessoas têm de renunciar para conseguir chegar aos objetivos, por muito que doa. E isso é mais típico das religiões do que da política.

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Renúncia?
Sacrifícios. Ouvimos congressistas que perderam o trabalho e escritório por serem do Chega, e este sentimento de renúncia é muito parecido com o que tinham os primeiros cristãos.

São quase mártires, é isso?
Sim, isso.

O que faz de si um Messias…
[Ri-se] Não isso também não penso isso. Mas é um sentimento…

Um pastor evangélico?
Não, até porque sou católico. Mas no sentido de incentivar as pessoas a perceberem que para se fazer política diferente em Portugal temos de acreditar primeiro que é uma missão e depois estar dispostos a renunciar muito. A Maria Vieira que deixou de fumar por causa do Chega. Temos de tudo e não é propaganda, há pessoas que encontram mais do que as suas convicções políticas, mas até mais pessoais: o seu lugar na vida. Alguns reconciliaram-se com mulheres e filhos e voltaram a encontrar-se no Chega e isso torna-o em muito mais do que um partido.

Então o que está a fazer é mesmo evangelização.
Não chamaria isso, mas uma conversão política. Eu conheço a história das pessoas e há uma entrega quase… passámos agora por um casal evangélico que nos seguiu para todo o lado do país. Por isso conseguimos ter nos comícios o que mais ninguém tem, nem o PS. Se marcarmos um comício à mesma hora em Alcobaça, o Chega vai ter mais gente do que o PS. 

Esta entrevista decorre a meio da Convenção. André Ventura lá acede a ir até ao gabinete para uma pequena conversa com o Observador enquanto desfilam delegados pelo púlpito do Chega. Na sala da Convenção há lamentos pela sua ausência, a assessora recebe mensagens e impacienta-se com a duração da curta conversa. Ventura continua, a disponibilidade é total. Até vai para junto do altar para explicar a importância daquela composição que ali está. “O Sagrado Coração de Jesus e Maria com esta posição de confiança. É isto que eu faço todos os dias. Maria está a olhar para Jesus e  é isso que lhe peço todos os dias, que olhe por mim”.

Garante que não há qualquer cálculo eleitoral nesta deriva. Até considera que este seu lado confessional “tira votos”. “Criou-se a ideia que… bom, Igreja e Estado devem estar separados, mas outra coisa é a Igreja não fazer parte de todo do discurso público. E tornou-se numa espécie de anátema.” Até aponta o exemplo do caso Marega e o consequente cancelamento de uma audiência pelo Cardeal Patriarca para provar essa diferença. Mas o andor vai seguindo.

Este mini altar já existia neste espaço e André Ventura já o conhecia e, por isso, pediu para que o seu refúgio fosse neste local.

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Beijos com máscara, nada de distâncias. A alta segurança é outra. “O nível de ameaça é elevado”

Não que seja inacessível. É disponível e passa pelos militantes que bebem uma cerveja ao sol de setembro no lado dos comes e bebes desta Convenção com graçolas. “Este é o congresso dois”. “Aqui está-se melhor”. E ri-se quando os representantes dos proprietários de carrosséis lhe entregam uma carta de crítica ao Governo e lhe confidenciam: “É dos primeiros políticos em que não me sinto nervoso ao seu lado”. Segue sem máscara e sem distanciamento em apertos de mão e beijinhos. Quando lhe esticam o passou-bem, responde sem reservas. Beija até uma senhora que vem com máscara.

Transgressões à regra geral, ainda que a Convenção faça gala em ter à porta um aparelho para medir a temperatura e dispensar gel desinfetante para quem queira. Mas mais nada. Nem marcas no chão para sentido único, nem para que se mantenha distância de segurança entre pessoas e nem duas entradas para desencontrar quem entra e sai da tenda da Convenção. Em André Ventura, nunca se viu uma máscara posta.

Pelas filas da Convenção, não há qualquer distanciamento imposto. As filas seguem sem intervalos entre delegados ou observadores e máscaras foi coisa que se foi tornando uma raridade ao longo do dia. Muito menos há qualquer referência nos discursos ao momento pandémico que se vive, ainda que marque esta era. O mundo Chega parece ser uma exceção. Na conversa com Ventura, o Observador tira a máscara e respeita o distanciamento, o líder do partido já não a traz.

Quando lhe esticam o passou-bem, responde sem reservas. As regras sanitárias das autoridades de saúde não foram cumpridas entre praticamente nenhum dos presentes nesta Convenção.

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Tem falado na abordagem na rua. Como tem sido?
Boa e má. 

Queria falar consigo dessa parte má. Vejo-o sempre rodeado de muitos seguranças. Tem ameaças?
Tenho muitas, não quero falar muito sobre isso. Não somos muito aconselhados a falar sobre isto. 

Mas recebe emails?
Tudo. 

Já existiu alguma coisa palpável?
Sim, há uma semana estava a sentar-me num sítio do Parque das Nações e passaram uns indivíduos de etnia cigana e depois vieram mais uns 20 ou 25. Tinha um segurança, mas tivemos de ter mais. 

Mas quem decidiu essa proteção?
Foi decidido por nós tendo em conta o nível de ameaça. Cria uma barreira com as pessoas de que eu não gosto porque não é a minha forma de fazer política, mas neste momento fazemos uma avaliação pelo que recebemos. Até fizemos uma exposição à Procuradoria Geral da República no mês passado. Temos um movimento organizado a destruir os nosso cartazes e provavelmente também organizado a fazer estas ameaças. Por telemóvel, por email, no Facebook, por carta, para o Parlamento. 

Mas isso já existia?
Cresceu nos últimos cinco meses e tornou-se mais sistemático. Uma que me preocupou bastante dizia “Percebi que o objetivo único da minha vida era acabar contigo”. E aí percebemos que há um grau de fanatismo muito grande, sobretudo nas questões raciais e do conflito racial. Temos de tomar algumas medidas de segurança, mas eu sou um homem de fé e acho que o que tiver acontecer acontece. Até digo aos seguranças para não se exaltarem demasiado. 

A empresa que o segue sempre é privada (a LB Segurança Privada) , mas André Ventura não diz muito sobre o assunto, só garante existir “uma articulação com as forças policiais” e aqueles homens que o acompanham. Por exemplo, ali em Évora, à porta da quinta que organiza eventos está um carro da GNR estacionado durante todo o tempo. “Soubemos que havia uma grande comunidade cigana e recebemos algumas ameaças, por isso pedimos para a polícia estar aqui”. “Temos um nível de ameaça relativamente elevado, mas não queria avançar muitos detalhes sobre isso”, diz ao Observador entre justificações de “não estar autorizado a falar” e também não o pretender para “não passar a ideia de vitimização”. Mas aqui, como em tudo, a imagem vale mais do que mil palavras. Mesmo a de vitimização.

Cinco seguranças acompanharam André Ventura em todas as deslocações dentro do recinto da II Convenção do Chega.

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“Ele vai discursar. Dois homens ficam daquele lado e nós deste”. A transmissão por intercomunicador faz-se para o segurança que está a cinco passos dali, quando André Ventura já acena à plateia de delegados à II Convenção do Chega de cima do palco. Um aparato de segurança assim na política só mesmo quando se trata do primeiro-ministro e com tal número de seguranças (do corpo especial de segurança pessoal da PSP) presente só acontece no exterior.

E nestes dias, os seguranças de Ventura nem têm muito trabalho. A sua circulação concentra-se entre aqueles dois espaços, mas não falham no enquadramento do líder do Chega e naquele trote quase síncrono que faz anunciar a sua chegada — não fosse o líder passar despercebido. André Ventura não sai da mesa durante todo o tempo, quase sempre sentado ao lado de Diogo Pacheco Amorim, o ideólogo do Chega que ainda esta sexta-feira, no programa Vichyssoise na rádio Observador, desdisse uma fasquia radical do seu líder. Dizia Ventura que se demitiria se Ana Gomes ficasse à sua frente nas presidenciais.

Entrevista ao ideólogo do Chega: “Ventura dizer que se demitia se ficasse atrás de Ana Gomes foi força de expressão”

Foi uma “força de expressão”, como disse Pacheco Amorim. Já não se demite? “Seja o que for”, responde. Bem, não é assim. Que “força de expressão” pode ser afinal um “demito-me”? E aqui a calma imperturbável com que vai respondendo a cada pergunta — seja mais dura ou mais de contexto — ganha fogo. É o combate que se segue e baixa a persona presidencial em Ventura.

Com Ana Gomes “nem vai haver reféns, vai ser uma luta sem tréguas”

Sai disparado na leitura política, sem meias tintas. Garante que o ataque à socialista que avança para Belém sem o apoio do PS não significa qualquer “receio”. “Admito que no caso da Ana Gomes haja ali alguma interceção de eleitorado em alguns temas como o anti-corrupção e o anti-sistema ou do anti-Estado, mas os debates vão servir para esclarecer isso mesmo. Ela vai falar do Luís Filipe Vieira e do Benfica e eu vou falar-lhe de José Sócrates e do Paulo Pedroso”. Está tudo programado na cabeça de Ventura.

E como combate estas ligações que são incontornáveis?
Dizendo-lhe que ao menos nunca andei de braço dado ao José Sócrates, na boa!

Ana Gomes também pode dizer-lhe que nunca andou nas televisões a falar por Luís Filipe Vieira. 
Mas isso os benfiquistas ajuizarão melhor. 

Bom, não são só os benfiquistas que votam nas presidenciais…
O que digo é que é o Luís Filipe Vieira é o presidente do Benfica, se ela dissesse isto sobre o Bruno de Carvalho, diria a mesma coisa. Agora, nunca disse num jornal que tenho a certeza que José Sócrates é honesto. Ela disse. 

Se calhar também já disse que Luís Filipe Vieira é honesto. 
Já viu isso em algum lado?

Então é porque não acredita nisso, é?
Não é isso, mas já viu em algum lado?

Então mas porque esteve tanto tempo a defendê-lo nas televisões e a sua capacidade de gestão? Se agora fosse acusado por corrupção o que diria?
Ele tinha de sair do Benfica, evidentemente 

Mas o que faria André Ventura?
Olhe, as pessoas enganam-se! Mas ela nunca disse isso de José Sócrates.

Ao contrário de André Ventura, Ana Gomes não se pode enganar? 
É que já foram muitas vezes. Armando Vara, José Sócrates. E eu não tenho esse historial de enganos e é isso que vamos debater nas presidenciais. É que nem se vão fazer reféns, vai ser uma luta sem tréguas. Porque ela entrou no debate a dizer que eu era fascista e tenho ligações a estes tipos todos terríveis e mauzões. Quem faz isto tem de estar preparado para quando a campanha começar. 

André Ventura aproveitou o escritório do proprietário da Quinta do Degebe para ter um refúgio nesta II Convenção do Chega.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Distanciou-se da bola. Foi uma jura que fez ao partido, assume. “O partido nasceu numa altura em que eu estava muito ligado a um clube de futebol e isso teve impacto no Norte. Assumi o compromisso de não voltar a ter nenhuma ligação com o futebol, fui convidado para várias coisas durante estas eleições e não aceitei nenhuma porque entendi que enquanto líder político não o devia fazer mais”. Ponto final no Ventura do Benfica. E agora até já dispara para o lado de lá, o do primeiro-ministro que aceitou estar na Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira.

“Foi uma incoerência” de António Costa, diz o comentador que juntou futebol e política à mesma mesa durante os últimos anos sem qualquer pudor e que só recentemente fez essa separação de águas. “Incoerência porque eles é que me acusaram a mim de usar o futebol e o Benfica permanentemente como arma políticas”, defende-se.

Cá fora, no caminho, passa pelo pequeníssimo yorkshire de Maria Vieira. “Também já se fartou?”. O marido da atriz responde-lhe que é o “cão que está a passear o dono” ali na entrada da Convenção onde Ventura vai sendo parado por militantes para um recado ou até uma selfie. Mais tarde havia de atirar lá dentro ao “Mr. Selfies“, mas ali era ele quem se dava a essa luta. Já vai daqui com essa prática de Marcelo? “Eh pá, não me diga uma coisa dessas! Isso é que não, isso é que não”.

É água de que não beberá. Bem como outras, que no passado o fizeram entornar o copo no PSD e sair fora do partido onde militou, fundando o Chega. Saiu em rutura com esse sistema partidário e este sábado, mal abriu os trabalhos teve um vislumbre desses tempos, com uma primeira intervenção (a seguir à sua) do vice-presidente da Distrital de Leiria do partido a reclamar contra a direção e uma guerra interna a abrir-se porque não tinha representação na Convenção.

Convenção do Chega. Ventura quer ser grande, já sofre dores de crescimento e diz que partidos têm medo de ir a votos

Afinal o partido anti-sistema é igual aos outros…
Sim, verdade. é um perigo, tenho de concordar. Há uma avaliação que faço: o país cresceu rápido demais para a estrutura que tinha.

E esses vícios estão a instalar-se?
Espero que não. Uma coisa é uma entrega ao partido e outra é o que as pessoas gostariam de ver diferente dentro do partido. Há pessoas que entendem que deviam ser tomadas medidas disciplinares mais ferozes, embora já tenhamos um regulamento disciplinar até mais ousado do que outros, porque a própria direção pode suspender militantes como fizemos agora com aquele que estava envolvido no Movimento da Resistência Nacional. É a direção que faz isso. 

Mas chateia-o esta linha?
Não, porque estive no PSD muitos anos. 

Por isso mesmo… acabou por sair.
Chateia-me só o podermos ir nesse caminho e espero que isso venha a ser diferente. 

E controlar mais a estruturas dos partido é um caminho? Na Juventude Chega há necessidade de controlar mais, como anunciou esta manhã na Convenção?
Se tiver de ter mão forte para defender a entrada de elementos notória e descaradamente racistas eu vou fazê-lo. Primeiro porque não acredito nisso, depois porque isso nos prejudica politicamente.

Porque não fez a explicação ali no palco de forma clara? Teme que os seus militantes discordem dessa linha?
Já disse, isso está muito claro. Não vou tolerar. Utilizavam a juventude no primeiro momento para entrarem nas estruturas do partido. Entre isso e ter uma mão mais forte, eu prefiro ter uma mão mais forte. Não quero ser o Cavalo de Tróia de nada que um dia me venha a arrepender. Nem que os militantes do Chega e os seus dirigentes se venham a arrepender. Prefiro ter mão forte, a um dia perder o controlo de tudo. 

O Cavalo de Tróia e a estátua com que sonha no Parlamento

O discurso de Ventura tem atravessado muitas vezes essa linha, sobretudo nas críticas à comunidade cigana e até durante a pandemia, originado mesmo um caso em que política e futebol se cruzaram, com Ventura no meio campo com o seu “plano de confinamento específico para a comunidade cigana”. Ricardo Quaresma, jogador que representa a seleção A de futebol, atirou-se ao líder do Chega e essa trivela até chegou à Assembleia da República, com um passe do primeiro-ministro António Costa para o extremo que, no campo, tanto dribla à direita como à esquerda.

Quaresma ataca “vozes de burros” de Ventura, “como homem e cigano”

Ventura vai só pela direita. E com ambição de carimbar a história. Recentemente aceitou o convite para aderir ao grupo europeu Identidade e Democracia (ID), que integra partidos de extrema-direita, e conta ao Observador como há dias disse “a brincar” a uns representantes do grupo que estiveram em Portugal que um dia havia de ter uma estátua à frente do Parlamento. A graça deu-se quando passavam frente à estátua de José Estevão Magalhães, opositor aos governos setembristas e um representante, nas cortes de ideais que se encontravam, na altura, na extrema-esquerda. “Ao grande orador”, lê-se nas letras gravadas na base da figura que está junto à porta lateral do edifício da Assembleia da República. Um sonho.

“Quando passei disse ao presidente do ID: ‘Está a ver, está aqui esta estátua, mas daqui a uns anos vai estar a minha”. Ria-se enquanto recordava a história. Muito. Dobrava a gargalhada quando lembrava que um dos que estava nesse grupo ainda veio confirmar. “Mas é mesmo verdade, a sua estátua vai para ali?” O riso retira-se abruptamente e Ventura atira em tom sério e de convicção absoluta: “Eu acho que um dia vai para ali. Vai estar ali. Ao grande orador André Ventura“. A transfiguração outra vez.

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