Circula nas redes sociais uma publicação que alega que a Casa Branca “decretou a captura de [Nicolás] Maduro e sua execução em praça pública”.
Na legenda que acompanha o vídeo é dito que a Presidência dos Estados Unidos decretou “a captura de Maduro em seu próprio território” através de uma “invasão de forças especiais americanas SEAL”.
O texto alega ainda que Maduro será executado por “enforcamento em Caracas” num ato batizado como “Justa Corda” que estará a ser operacionalizado pelo “general Rangy George”.
O texto parece atribuir ao general Randy George [e não Rangy, como está escrito na publicação] a coordenação de um eventual plano secreto da parte dos Estados Unidos para assassinar Nicolás Maduro, o Presidente da Venezuela.
Randy George é o chefe do Estado Maior do Exército norte-americano, pelo que é uma das principais figuras militares do país.
Contudo, esta publicação trata-se de uma notícia falsa: não é verdade que os Estados Unidos tenham um plano para executar Nicolás Maduro em praça pública. Por um lado, não existe qualquer fonte confiável que confirme essa informação; por outro lado, os Estados Unidos não têm jurisdição para executar um chefe de Estado estrangeiro no seu território; ainda por outro lado, e de forma ainda mais contundente, a própria Casa Branca já negou ter qualquer plano para depor ou para assassinar Maduro, defendendo uma solução democrática para o país.
É verdade, isso sim, que os Estados Unidos (e outros países) têm um extenso programa de sanções impostas contra o governo da Venezuela, que incluem sanções comerciais e políticas contra o regime de Maduro, que consideram não ter legitimidade democrática. Na origem das sanções estão múltiplos fatores, incluindo relatos de violações dos direitos humanos no país, suspeitas de fraude eleitoral (como nas mais recentes eleições, que Maduro assegura ter vencido apesar de a oposição rejeitar os resultados), entre outras.
É também verdade que os Estados Unidos têm tomado medidas diretas contra Maduro — este mês, por exemplo, Washington apreendeu o avião de Nicolás Maduro na República Dominicana.
Também este mês, os Estados Unidos já vieram a público negar formalmente qualquer envolvimento num plano para depor ou assassinar Maduro, depois de o ministro da Administração Interna da Venezuela, Diosdado Cabello, ter alegado que a CIA estava a conduzir uma operação secreta para patrocinar um golpe de estado em território venezuelano e para, em última análise, assassinar Maduro.
Em declarações ao USA Today, o Departamento de Estado dos EUA (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros) garantiu que “quaisquer alegações de envolvimento norte-americano num plano para depor Maduro são categoricamente falsas”. “Os EUA continuam a apoiar uma solução democrática para a crise política na Venezuela”, sustentou a mesma fonte.
Conclusão
Trata-se de uma publicação falsa. Não só não há qualquer fonte confiável que confirme a informação que circula naquela publicação como os Estados Unidos já negaram publicamente qualquer envolvimento em qualquer plano para depor o governo de Nicolás Maduro.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.