Na publicação é sugerido que a criança da fotografia, alegadamente a viver em Gaza e vítima do conflito israelo-palestiniano, está engessada para curar ferimentos, com a legenda de que esta é a “realidade de Gaza” e que não se trata de uma “cena de filme”. Os milhares de partilhas e de comentários ampliaram as afirmações. Porém, a teoria de que se trata de uma criança de Gaza é falsa e a fotografia foi retirada do contexto.
A imagem original foi publicada no blog “What’s up with The Buells” no dia 9 de novembro de 2012. A página foi criada por Katie, mãe de duas crianças, que começou o projeto quando engravidou pela primeira vez — como conta na própria página —, para partilhar tudo com família e amigos, mas o blog foi crescendo e tornou-se parte da vida da família norte-americana.
Numa das publicações do blog surge a fotografia da publicação do Facebook — e outras do mesmo género — num artigo intitulado “Plagiocefalia”. Naquela página foi explicado pormenorizadamente o que se estava a passar com um dos filhos, Ellis, e o diagnóstico daquela que é conhecida como a “síndrome da cabeça chata”. De seguida, é explicado que o bebé fez um molde para construir o “capacete” — tendo passado por várias fases, que são mostradas através de imagens no mesmo artigo do blog. Uma delas é a imagem da fotografia que, alegadamente, seria de uma criança vítima do conflito em Gaza.
Na longa explicação podem ler-se preços e os pontos positivos que levaram os pais a optar por esta decisão e o resultado final, com o tal “capacete” para ajudar a criança a viver melhor apesar do diagnóstico da síndrome. Assim, percebe-se que é falso que a publicação em causa deva ser referida como passando-se em Gaza e de que aquela criança seja vítima do conflito.
Conclusão
Não é verdade que a criança em causa seja uma vítima do conflito em Gaza. A imagem, publicada pelos próprios pais num blog sobre a família, mostra o processo para que um bebé que sofre de plagiocefalia pudesse passar a usar uma espécie de “capacete” devido ao diagnóstico. A fotografia, apesar de não ter sido manipulada, foi usada fora do contexto.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ENGANADOR
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.