No dia seguinte ao anúncio a morte da Rainha Isabel II uma publicação, no Facebook, tornou-se viral por algo que, alegadamente, a monarca britânica teria feito “nos últimos momentos de vida”. A alegação é tão desprovida de fundamento que devia ter levantado automaticamente a dúvida sobre a veracidade, mas tal não aconteceu e a publicação rapidamente foi partilhada e comentada por muitos utilizadores do Facebook.

Publicação com conteúdo falso no Facebook

No texto da imagem, que usa o design do canal de notícias G1, lê-se que, “nos últimos momentos de vida, Rainha Isabel II menciona Bolsonaro” e que o G1 tinha tido conhecimento desse facto através dos “membros da guarda real do Reino Unido”.

Imagine-se que, antes de morrer, a monarca britânica teria feito uma declaração sobre as eleições no Brasil, que acontecem dentro de umas semanas. E, mais além, essas declarações tinham sido dirigidas a outros membros da família real.

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Ora, como seria de esperar, não há qualquer registo de que a Rainha Isabel II se tenha sequer alguma vez pronunciado sobre o que seria “melhor para o Brasil”, no que diz respeito às opções políticas para o país, naquilo que podia ser entendido como uma ingerência na vida política do país sul-americano.

A notícia inventada surge ainda assinada por “José Feynman”. O apelido “Feynamn” ajuda a desconstruir a falsa notícia já que tem sido usado — somando-se a vários nomes próprios — para assinar várias montagens com alegadas notícias de páginas de jornais brasileiros online, para difundir informação falsa.

Conclusão

Não há qualquer registo no portal G1 da publicação que se tornou viral e que alegava que a Rainha Isabel II tinha mostrado preferência por Jair Bolsonaro momentos antes de morrer. Trata-se de uma simples montagem com conteúdo falso, com uma assinatura já recorrente no campo das fake news e que pode ajudar os utilizadores a identificar um conteúdo falso nas redes sociais.

Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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