A 30 de abril surgiu uma publicação de Facebook que garantia que “o governo do Reino Unido ameaçava banir o Twitter e potencialmente prender Elon Musk” se o empresário “permitisse a liberdade de expressão” naquela rede social. A suposta notícia veio do Information Liberation e tinha sido publicada três dias antes. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação alega que Musk será preso pelo governo britânico se não cumprir regras do Twitter no país. É falso.

Esta suposta notícia relaciona-se com outra que deu conta da compra do Twitter por parte de Elon Musk, fundador da Tesla — um negócio que foi, entretanto, “suspenso” —, e das que se seguiram: uma emergente preocupação relativamente às mudanças que o multimilionário poderia introduzir nas políticas de moderação daquela plataforma social. Ou seja, “relaxá-las” em prol de uma alegada maior liberdade de expressão para todos, da extrema-esquerda à extrema-direita.

Ora, ao pesquisar por qualquer notícia relativa a uma suposta pretensão pelo governo chefiado por Boris Johnson de deter Elon Musk, não se encontra nenhum resultado semelhante. Há, porém, um desmentido no jornal The Mirror, que cita declarações oficiais do ministro do Trabalho britânico, Paul Scully, onde se garante que o multimilionário não será preso pelo Reino Unido.

Algumas instituições como a União Europeia já deixaram avisos sobre as pretensões de Elon Musk — o que poderia resultar numa impossibilidade de o Twitter funcionar no espaço europeu, se determinadas regras não fossem seguidas –, mas um porta-voz de Boris Johnson, citado pela BBC, também referiu que “é preciso responsabilidade por parte das plataformas socais, independentemente de quem manda nelas”.

Também não é possível encontrar referências de qualquer outro meio de comunicação social que refira a possibilidade manifestada pelo governo britânico de deter Elon Musk, caso o empresário avance com as suas ideias relativas ao Twitter. E também não existem reações ou declarações de qualquer outro ministro, incluindo do primeiro-ministro britânico, sobre a intenção partilhada pela publicação original.

Importa referir que página onde foi publicada a alegada notícia partilhada na publicação em análise já foi identificada como sendo origem de conteúdos falsos ou descontextualizados.

Conclusão

Não é verdade que o executivo liderado por Boris Johnson tenha dito que pretendia deter Elon Musk, caso o multimilionário alterasse as regras de utilização do Twitter para aumentar a liberdade de expressão daquela plataforma social. Não existe nenhuma notícia credível que confirme aquilo que é partilhado pela publicação original e um elemento do governo de Londres já declarou não haver qualquer intenção nesse sentido.

Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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