Dias depois da morte do CEO da seguradora UnitedHealthcare, Brian Thompson, Luigi Mangione foi formalmente acusado de homicídio e começaram a surgir notícias de que tinha publicado um vídeo que só teria sido divulgado se fosse preso. No vídeo surgia essa mesma informação: “Se virem isto, já estarei preso. Está tudo agendado, sejam pacientes.”

O utilizador do vídeo era PepMangione, o mesmo nome que o suspeito usava no Twitter e a página tinha informações de conhecimento público sobre Mangione, como a idade do suspeito do homicídio ou a universidade onde estudou. O conteúdo foi publicado no dia 9 de dezembro e Mangione tinha sido detido horas antes, o que não impedia a veracidade do vídeo, já que é permitido aos utilizadores que agendem a publicação. A teoria era exatamente essa: que o suspeito tenha agendado a divulgação do vídeo por diversas vezes e que este tenha acabado por sair quando estava preso e não conseguia reagendar.

O vídeo em causa tinha como título “A Verdade” e, apesar de já não estar disponível naquela plataforma, segundo a imprensa internacional e os prints divulgados nas redes sociais, este continha uma contagem decrescente e dizia que “em breve”, mais especificamente no dia 11 de dezembro, iria ser revelada toda a verdade. “Está tudo programado. Tenha paciência”, podia ler-se no vídeo.

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O vídeo foi retirado do YouTube em pouco tempo e a conta, segundo confirmou a própria plataforma ao Newsweek, foi suspensa por violar as políticas que protegem quem se tentar fazer passar por outra pessoa. A empresa explicou que os metadados do canal em causa “foram atualizados após a ampla divulgação da detenção de Luigi Mangione”, nomeadamente alterações ao nome — o canal foi criado em 20 de janeiro de 2024 mas só se passou a chamar PepMangione após os acontecimentos.

No mesmo sentido foram também encerrados três outros canais que eram propriedade do suspeito e em que não eram publicados conteúdos “há mais de sete meses”.

Ora, se é verdade que a teoria prova que Luigi Mangione até podia ter deixado a publicação do vídeo agendada, a realidade acaba por contrariar a possibilidade, já que o YouTube descobriu também que o vídeo só tinha a sua última atualização na plataforma dois minutos antes de ser publicado — altura em que o suspeito da morte do CEO da seguradora UnitedHealthcare já tinha sido detido.

Conclusão

O vídeo publicado após a detenção de Luigi Mangione, suspeito da morte do CEO da seguradora UnitedHealthcare, não foi publicado pelo próprio, e prova disso é que, segundo o YouTube, já estava detido quando foi feita a última atualização do conteúdo no Youtube. A plataforma suspendeu a conta porque percebeu que se estava a a apropriar do nome de Luigi Mangione. Aliás, o site provou até que a mudança de nome do utilizador, que copiou o nome usado no Twitter, foi feita depois da detenção. Ou seja, tudo prova que não podia ter sido o suspeito a fazer ou a agendar a publicação.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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