Muitos são os mitos em torno da vacina contra a Covid-19. Um dos principais é que esta é uma forma alternativa de diminuir a população — através da esterilização de quem a toma, por exemplo, como muitos acreditam, ideia que o Observador já desmistificou numa verificação de factos anterior.

Existe também a ideia de que um dos efeitos secundários da vacina pode mesmo ser a morte, como se sugere na publicação agora em causa. Este post, que se apoia na notícia do óbito de uma assistente operacional no IPO do Porto, tem na legenda a frase: “Quando lançaram a bomba ‘covid’ não mataram as pessoas que queriam.”. E, segundo o autor, a alternativa é agora administrar a vacina para continuar esta missão.

É verdade que morreu uma funcionária do IPO do Porto dois dias após lhe ser administrada a vacina, mas os resultados preliminares da autópsia ao corpo mostram que a morte não foi consequência da toma da vacina.

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Ao Observador, o Ministério da Justiça confirmou mesmo que “a autópsia não revelou qualquer relação, direta ou indireta, entre os dois eventos” — a morte súbita desta profissional de saúde e a vacinação, dois dias antes. A razão de ainda não ser pública a verdadeira causa de morte prende-se com o segredo de justiça, clarifica também o Ministério.

Já quanto à afirmação que sugere que o novo coronavírus é uma “bomba” lançada propositadamente com o objetivo de matar parte da população, esta ideia parece ir ao encontro das teorias de que o vírus foi criado em laboratório — premissa que já foi, por várias vezes e por diferentes meios, negada. Pode ler aqui o esclarecimento da Comissão Europeia, em português, sobre este tema.

Não é apenas em Portugal que se levantam suspeitas sobre a segurança das vacinas desenvolvidas contra a SARS-Cov2. Mais recentemente, na Noruega, 33 idosos morreram após receberam a vacina. A autoridade nacional de saúde daquele país já clarificou que as mortes não foram efeito secundário da vacina, mas sim resultado de comorbilidades já existentes e da fragilidade das pessoas vacinadas. Seriam pessoas muito idosas, algumas com doenças em fase terminal.

Já na Índia, pelo menos duas pessoas morreram após lhes ser administrada a vacina. As autópsias revelam, segundo a publicação Mint, que cita fonte governamental, que uma das mortes se deveu a uma doença cardiopulmonar, e a outra morte explicava-se com a existência de uma doença prévia que resultou em falência cardiorrespiratória.

O apelo dos Governos nacionais, em qualquer um dos casos, é que não se tema a vacina contra a Covid-19 com receio dos efeitos secundários. Estes são, segundo os especialistas, ligeiros e apenas preocupantes em casos de alergias anteriores muito severas a outra vacinas. Por isto, a Sociedade Portuguesa de Alergologia já desaconselhou a estas pessoas a toma da vacina. Ainda assim, é apenas uma recomendação, preventiva, já que estas reações graves são raras.

Em Portugal, um estudo da Universidade Católica divulgado no final do ano mostrava que a ansiedade relativamente à chegada da vacina era muita. Em tempos de incerteza, é natural que publicações virais como a que aqui analisamos suscitem dúvidas aos mais céticos. Mas, tal como garantem as organizações de referência em saúde, também na página do Serviço Nacional de Saúde pode tirar dúvidas sobre a segurança da vacina e por que razões se aconselha a adesão voluntária à vacinação.

Conclusão

A publicação apoia-se na notícia da morte de uma funcionário do IPO do Porto para justificar que a vacina contra a Covid-19 é um plano alternativo para matar as pessoas que o vírus não matou. É verdade que esta profissional de saúde morreu dois dias após ter tomado a vacina contra a Covid-19, subitamente, mas ao Observador fonte do Governo confirmou que não há qualquer relação entre a vacinação e a morte, apesar da coincidência temporal dos factos. Apesar de a notícia usada na publicação ser verdadeira, a legenda que a acompanha não corresponde à verdade.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

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