Um vídeo que circula nas redes sociais fala na hostilização em Portugal de ministros brasileiros. As imagens mostram um protesto que acontece à passagem de algumas figuras onde se conta não só o  juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Gilmar Mendes, como também o atual ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski (que foi juiz do Supremo).

No vídeo ouvem-se insultos dirigidos a Gilmar Mendes, como por exemplo “vagabundo” e “bandido”, e o título localiza a ação: “Bomba. Ministro hostilizado em Portugal.” Mas será que as imagens — onde se ouve falar português — foram mesmo captadas neste país?

Gilmar Mendes esteve recentemente em Portugal para a 12ª edição do Fórum de Lisboa, que ele próprio promoveu, contando também com seis (dos 11) juízes do STF. O evento que trouxe também a Lisboa alguns ministros de Lula da Silva foi considerado polémico no Brasil, colocando-se questões relativas ao conflito de interesses dos participantes — por estarem misturados políticos, advogados, empresários e juízes do Supremo do Brasil.

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Mas as imagens que estão a ser divulgadas nesta publicação não são deste mês de junho, altura em que ocorreu o Fórum Lisboa — onde não houve registo de incidentes do género. Nem foram registadas em Portugal.

O vídeo foi captado em novembro de 2022 em Nova Iorque, altura em que Gilmar e Lewandowski participaram no Lide Brazil Conference, no Harvard Club of New York. O momento em que houve insultos, à porta do hotel de onde estavam a sair, foi noticiado pelo jornal digital brasileiro Poder360º nessa altura.

Conclusão

O vídeo não mostra juiz do Brasil a ser hostilizado em Portugal. As imagens divulgadas são antigas, de novembro de 2022, e foram registadas em Nova Iorque, num evento onde o juiz Gilmar Mendes participou e onde ouviu insultos.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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