Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Japão promete 8,6 mil milhões de euros para promover emissões líquidas zero na Ásia

    O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu fundos 8,64 mil milhões de euros ao longo de cinco anos para promover a transição energética na Ásia, durante a cimeira climática COP26 em Glasgow.

    “O Japão vai avançar com os esforços no sentido de uma emissão líquida zero na Ásia, o motor do crescimento económico global”, disse Kishida no segundo dia da COP26 em Glasgow, de acordo com a agência noticiosa local Kyodo.

    No seu discurso no segundo dia da COP26, Kishida reafirmou também o compromisso assumido pelo Japão no ano passado no sentido da neutralidade de carbono até 2050 e da redução de 46% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, a partir dos níveis de 2013.

    A terceira maior economia do mundo continua fortemente dependente do carvão e é o quinto maior emissor mundial de emissões de CO2, atrás da China, Estados Unidos, Índia e Rússia (ou sexto incluindo a União Europeia como bloco), de acordo com dados da plataforma internacional Global Carbon Atlas.

  • PAN e PEV apelam que "atos correspondam às palavras" no combate à crise climática

    Numa declaração política no parlamento, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, declarou que não se pode continuar a “ignorar o elefante na sala” que é a crise climática e as alterações dela decorrentes.

    PAN e PEV apelam que “atos correspondam às palavras” no combate à crise climática

  • Não basta estabelecer metas, é preciso pôr em prática regulamentação, diz CEO da Galp

    O presidente executivo da Galp, Andy Brown, disse esta terça-feira esperar que na COP26, que decorre em Glasgow, Escócia, os governos acordem sobre novas metas climáticas, mas é preciso também pôr em prática regulamentação para incentivar novas formas de energia.

    O carvão claramente precisa de deixar de fazer parte da equação, por isso eu espero que os líderes mundiais acordem novas metas [climáticas] que nos permitam alcançar a ambição de Paris [COP21], […] mas não basta estabelecer metas, é preciso pôr em prática regulamentação, é preciso incentivar novas formas de energia de que precisamos para fazer a transição”, defendeu Andy Brown, em declarações aos jornalistas à margem do lançamento da plataforma de inovação colaborativa Upcoming Energies, na Web Summit, em Lisboa.

  • Ministro do Ambiente da Guiné-Bissau valoriza subscrição de acordo contra desflorestação

    O ministro do Ambiente e Diversidade da Guiné-Bissau defendeu esta terça-feira a importância estratégica da subscrição de um novo acordo internacional para combater a desflorestação e degradação do solo anunciada na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26).

    “Aceitámos assinar esta declaração sobre a desflorestação porque é uma vantagem comparativa que a Guiné-Bissau tem em termos da negociação do clima. O nosso país continua a ser um país florestal e suportamos com toda a garra esta declaração”, afirmou Viriato Cassamá à Agência Lusa.

    O ministro disse querer acabar com a “desflorestação selvagem”, mas sem impedir o uso da terra, a qual vai continuar “à disposição da comunidade, à disposição do desenvolvimento do país, mas com regras internacionalmente aceites para a gestão sustentável dos recursos naturais”.

  • "Isto é uma questão gigantesca e nem sequer apareceram?" Joe Biden crítico com ausência de Putin e Xi Jinping

    Numa conferência de imprensa à margem da COP26, Joe Biden aproveitou para notar a ausência dos líderes de duas das principais economias do mundo, a China e a Rússia.

    “A China está a tentar afirmar um novo papel do mundo e Xi Jinping não aparece? Como é possível? A coisa mais importante a ter atenção no mundo é o clima, da Islândia à Austrália é uma questão gigantesca e eles nem sequer aparecem? Como é que se faz isso e se quer ter um papel de liderança? O mesmo para Putin. A Rússia tem problemas climáticos enormes e [Putin] não está a fazer nada”, criticou o presidente dos Estados Unidos.

    Biden que marcou o regresso dos EUA às questões climáticas — depois do afastamento na era Trump –, fez questão de evidenciar esse papel frisando que já tinha sido felicitado por alguns dos líderes presentes na cimeira.

    “Acho, genuinamente, que isto é uma oportunidade gigantesca para carregar no botão de reiniciar e avançar numa direção que a grande maioria dos países acredita ser a certa”, disse acrescentando que ainda que ninguém tenha “a certeza do que é preciso fazer” é certo que “o crescimento está relacionado com aquilo que é preciso fazer para lidar com as alterações climáticas”.

  • COP26. BE critica ausência de António Costa, PS justifica com crise política

    O BE criticou a ausência do primeiro-ministro na COP26, com o PS a responder que uma das razões é atual crise política, pela qual responsabiliza os bloquistas.

    COP26. BE critica ausência de António Costa, PS justifica com crise política

  • Papa reconhece que metas estão longe, pede perdão de dívidas dos mais vulneráveis

    O Papa Francisco reconheceu hoje que o mundo está longe de atingir os objetivos do Acordo de Paris para conter as alterações climáticas e pediu o perdão das dívidas externas dos países mais vulneráveis a par de uma reestruturação económica global para enfrentar a “emergência climática”.

    Numa mensagem de Francisco dirigida ao presidente da 26.ª cimeira do clima das Nações Unidas lida pelo secretário de Estado da Santa Sé, Pietro Parolin, o Papa apontou que em relação aos povos mais vulneráveis há “uma dívida ecológica crescente relacionada com desequilíbrios comerciais com repercussões ambientais”.

    “Essa dívida ecológica traz a questão da dívida externa, um fardo que tantas vezes prejudica o desenvolvimento dos povos”, considerou o Papa, que defendeu “um processo cuidadosamente negociado para perdoar as dívidas externas, ligado a uma mais jutsa e sustentável reestruturação económica para enfrentar a emergência climática”.

    “Infelizmente, temos que reconhecer que estamos muito longe de atingir os objetivos [do Acordo de Paris para limitar o aumento da temperatura média global até ao fim do século]. Isto não pode continuar assim. Não há tempo a perder. Demasiados irmãos e irmãs nossas estão a sofrer com esta crise do clima”, salientou.

    Francisco afirmou que só se consegue cumprir Paris apontando para objetivos “ambiciosos que não pode mais ser adiados”.

    “Estamos perante uma mudança de época que exige compromissos de todas as partes”, referiu, considerando que “a Humanidade tem capacidade de fazer estas mudanças”.

    A Santa Sé defende “a necessidade urgente de mudar de uma cultura de desperdício prevalecente na sociedade para uma cultura de cuidado da casa comum e dos seus habitantes”.

    Da sua parte, compromete-se com a meta de atingir a neutralidade de emissões carbónicas em 2050, de promoção da educação ambiental e de “um modelo cultural baseado na sustentabilidade e na fraternidade”.

  • No final da cimeira de líderes, Boris Johnson faz balanço positivo da COP26 até agora e diz que está "cautelosamente otimista"

    O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, diz que está “cautelosamente otimista” sobre o avanço da COP26, salientando que ao fim de apenas dois dias de cimeira já foram feitos progressos assinaláveis no que toca aos compromissos políticos:

    • A Índia comprometeu-se na segunda-feira a alcançar a neutralidade carbónica até 2070, estabelecendo pela primeira vez uma meta para esse objetivo. “90% do mundo já estabeleceu metas para a neutralidade carbónica, incluindo a Índia”, disse Boris Johnson numa conferência de imprensa em Glasgow.
    • Mais de 100 países comprometeram-se esta terça-feira a travar a desflorestação até 2030, num acordo inédito que incluiu a participação de nações como o Brasil ou a China, tornando-o num dos mais relevantes compromissos climáticos a sair da COP26.
    • Cerca de 80 países assinaram esta terça-feira um acordo com vista à redução das emissões de metano em 30% até 2030. A iniciativa, liderada pelos EUA e pela União Europeia, é um passo fundamental para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e poderá ter um efeito positivo a curto prazo, estimam os cientistas.

    Falando sobre o sucesso da COP26 até agora, numa conferência de imprensa de balanço da cimeira, Boris Johnson explicou que não se trata apenas da definição de objetivos mais ambiciosos: “O mundo está a levar a cabo os planos para chegar a esses objetivos.”

    “Temos de ter cuidado com as falsas esperanças, há ainda um longo caminho a percorrer”, assinalou ainda Boris Johnson.

    Ao fim de dois dias de cimeira, os chefes de Estado e de Governo que discursaram esta semana em Glasgow vão agora abandonar a cidade escocesa e passar o testemunho aos cientistas e aos diplomatas que vão negociar um documento final da cimeira. “Os líderes mundiais podem ir embora, mas os olhos do mundo estão nos nossos negociadores”, disse Johnson.

    O primeiro-ministro britânico, que regressa esta terça-feira a Londres, sublinhou também a necessidade de ajudar os países mais pobres a levar a cabo a transição energética. “Temos as ferramentas para o fazer e temos, pelo menos em teoria, as finanças para o fazer”, disse, antes de argumentar que a transição energética é também um imperativo económico.

    “Se não repararmos o nosso clima, vai ser uma catástrofe económica”, afirmou.

  • Está assumido o segundo compromisso da COP26: oitenta países comprometem-se a cortar emissões de metano em 30% até 2030

    Mais de 80 países, incluindo Portugal, comprometeram-se esta terça-feira a cortar as emissões de metano em 30% até 2030 (relativamente aos níveis de 2020), anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma intervenção esta tarde em Glasgow ao lado do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

    “Não podemos esperar até 2050, temos de cortar as emissões rapidamente”, disse Von der Leyen, classificando o corte das emissões de metano como “uma das coisas mais eficazes que podemos fazer” para limitar o aquecimento global a 1,5ºC até ao final do século.

    O metano é o segundo gás com efeito de estufa mais comum na atmosfera terrestre. Depois do dióxido de carbono (que representa 74,4% das emissões de gases com efeito de estufa), o metano é responsável por 17,3% das emissões a nível global. Porém, o metano tem uma capacidade para aquecer o planeta cerca de 80 vezes superior à do dióxido de carbono — o que o torna numa das maiores ameaças à sustentabilidade do planeta.

    Na sessão em que o compromisso foi apresentado, Joe Biden afirmou que o metano é responsável por cerca de metade do aquecimento do planeta que se vive atualmente.

    “Isto não é apenas algo que temos de fazer para proteger o ambiente para o futuro, é uma oportunidade enorme”, disse Biden, salientando que espera que o compromisso em torno do metano possa dar um contributo de curto prazo para o decréscimo do aquecimento global.

    Segundo dados do IPCC citados pela BBC, estima-se que o metano tenha sido responsável por um aquecimento de cerca de 0,5ºC desde o final do século XIX até aos dias de hoje — através do dióxido de carbono, que terá sido responsável por um aumento de 0,8ºC na temperatura.

    De acordo com Joe Biden, entre as ações que os EUA vão adotar para reduzir as emissões de metano encontram-se a reparação de oleodutos e outras infraestruturas (para reduzir consideravelmente as emissões com origem em fugas no transporte, uma das principais fontes de emissão de metano) e o trabalho com o setor agrícola, outra das principais fontes de emissões de metano (designadamente o gado bovino).

    A comunidade científica tem alertado repetidamente para o facto de o corte das emissões de metano poder ser alcançado praticamente sem custos financeiros (às vezes até com potencial lucro) e poderá ter um impacto de muito curto prazo na redução das emissões.

    Um acordo desta magnitude poderá contribuir para reduzir o aquecimento global em 0,3ºC até 2040. Porém, o alcance deste acordo é limitado, uma vez que países como a Rússia, a China e a Índia não aderiram.

    Mas o Canadá, um dos grandes produtores de petróleo e gás natural do mundo, já se comprometeu com este acordo e foi até mais longe do que o objetivo geral, almejando uma redução de 75% das emissões de metano até 2030.

  • Em que ponto estão os trabalhos da COP26? Um resumo do que aconteceu até agora e do que ainda se espera hoje

    Os trabalhos da COP26 entram por esta altura numa pausa durante a hora de almoço, estando agendado para a parte da tarde mais uma sessão temática com líderes mundiais, dedicada às energias limpas.

    Aqui fica um ponto de situação do que aconteceu esta manhã:

    • No plenário da cimeira de líderes, vários chefes de Estado e de Governo continuaram a fazer os seus discursos de abertura. O Presidente angolano, João Lourenço, prometeu que o país chegaria aos 70% de energias renováveis até 2025. Outros líderes mundiais fizeram as suas declarações, que incluíram promessas relacionadas com a transição energética e apelos à ação concertada entre países. Esta fase de discursos irá continuar durante a tarde, tendo o final previsto para as 17h. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, deverá ser o último a discursar, em representação do Papa Francisco.
    • Paralelamente, vários dos mais importantes líderes mundiais juntaram-se numa sessão sobre a proteção das florestas. Joe Biden e Boris Johnson estiveram entre os decisores políticos mais importantes a discursar na sessão, de que saiu a Declaração de Glasgow sobre a Floresta e o Uso da Terra — um acordo inédito de nível assinado por mais de 100 países, incluindo China e Brasil, para parar com a desflorestação até 2030 e para investir 20 mil milhões de dólares nesses esforços climáticos. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, é um dos principais financiadores da parte privada do projeto (dará cerca de 2 mil milhões de dólares).
    • Ativistas têm-se juntado nas ruas de Glasgow para protestos e eventos paralelos, com Greta Thunberg a ser uma das principais atrações dessas movimentações. Ao mesmo tempo, pelo segundo dia consecutivo, têm-se repetido enormes filas à entrada do centro de congressos de Glasgow, onde muitos visitantes têm acabado por não conseguir entrar.
    • Para esta terça-feira está ainda previsto o anúncio de uma iniciativa global liderada pelos Estados Unidos para cortar as emissões de metano em 30% até 2030.
    • A fase de alto nível da COP26 termina esta terça-feira, com as equipas técnicas e diplomáticas de cada país a assumirem a partir de quarta-feira as rédeas das negociações com vista à adoção de um documento final na próxima semana.

  • Comissão Europeia anuncia mil milhões de euros para combater desflorestação

    A Comissão Europeia vai apoiar com mil milhões de euros o programa de combate à desflorestação lançado na 26.ª cimeira do clima das Nações Unidas, anunciou hoje a sua presidente, Ursula von der Leyen.

    O esforço financeiro europeu, a aplicar a cinco anos, inclui-se no financiamento público e privado de 22,4 mil milhões de dólares (19,3 mil milhões de euros) a anunciar hoje na COP26 e que é considerado essencial para alcançar o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos valores médios da era pré-industrial.

    Falando numa sessão especial sobre desflorestação em Glasgow, onde se realiza a 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, Von Der Leyen comprometeu-se a “reduzir a pegada de consumo europeia nos territórios e florestas”, indicando que os “eleitores e consumidores europeus estão a deixar cada vez mais claro que já não querem comprar produtos que provocam desflorestação ou degradação de florestas”.

    “É por isso que em breve iremos propor regulamentação para travar a desflorestação provocada por interesses da União Europeia”, acrescentou, reforçando que “serviços e produtos colocados no mercado [europeu] não devem conduzir à desflorestação”.

    “As florestas são os pulmões verdes da Terra. Precisamos de as proteger e recuperar”, afirmou a presidente da Comissão, salientando que a União Europeia quer dar “um sinal claro do seu compromisso com as mudanças globais para proteger o planeta, em linha com o Pacto Ecológico Europeu”.

    Da contribuição europeia, 250 milhões de euros irão para a bacia do Congo e serão aplicados em oito países: Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, República do Congo, Guiné Equatorial, Gabão, Burundi e Ruanda.

    Servirão para “proteger a segunda maior região de floresta tropical e melhorar as condições de vida para as suas populações”, segundo um comunicado divulgado pela Comissão.

    Von der Leyen sublinhou que os ecossistemas a proteger são “essenciais para a estabilidade do clima mas também continuam a garantir formas de ganhar a vida para centenas de milhões de pessoas pelo mundo”.

    “Proteger as florestas é também proteger esse património”, referiu.

    A comissária europeia responsável pelas parcerias internacionais, Jutta Urpilainen, indicou que a Comissão irá fazer parcerias com “governos, sociedade civil, povos indígenas e setor privado”, orientada pelos objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pelas Nações Unidas.

    Mais de 100 líderes mundiais chegaram a um novo acordo para parar e reverter a desflorestação e degradação do solo, a que se juntará a União Europeia.

    Embora acordos semelhantes tenham sido alcançados antes, desta vez estão entre os signatários os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, líderes das duas maiores economias do mundo.

    A declaração também foi subscrita pelos líderes dos países com as maiores áreas de floresta do mundo, a República Democrática do Congo, Papua Nova Guiné e Brasil, cujo presidente, Jair Bolsonaro, recusou até agora comprometer-se com a proteção da floresta amazónica.

    Portugal, Angola e Guiné-Bissau estão também entre os mais de 100 signatários, representativos de mais de 86% das florestas mundiais, entre as quais a floresta boreal do Canadá, a floresta amazónica ou ainda a floresta tropical da bacia do Congo.

    Numa das sessões de hoje da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), os dirigentes de mais de 30 instituições financeiras irão também comprometer-se a não investir mais em atividades ligadas à desflorestação.

    Atualmente, quase um quarto (23%) das emissões mundiais de gases com efeito de estufa provém de atividades como a agricultura e a indústria madeireira.

    Este novo compromisso faz eco da “Declaração de Nova Iorque sobre as florestas”, de 2014, quando muitos países se comprometeram a reduzir para metade a desflorestação em 2020 e a pôr-lhe fim em 2030.

  • Greta Thunberg e Greenpeace em Glasgow

    Enquanto o programa oficial da COP26 se divide em duas sessões — a segunda parte da cimeira de líderes, com discursos de chefes de Estado e de Governo, e a sessão sobre desflorestação, onde foi anunciado o primeiro acordo global da cimeira —, nas ruas de Glasgow multiplicam-se protestos organizados por ativistas pelo clima, que estão a aproveitar a atenção mediática mundial colocada nestas duas semanas sobre a cidade escocesa para exigir aos líderes políticos ações mais decisivas no combate às alterações climáticas.

    A ativista sueca Greta Thunberg, um dos rostos mais célebres do ativismo ambiental, tem estado a protagonizar vários eventos paralelos na cidade de Glasgow, incluindo manifestações, vigílias e paradas.

    Cop26 - Glasgow

    Greta Thunberg durante uma manifestação de ativistas pelo clima na segunda-feira em Glasgow

    Durante a manhã desta terça-feira, o grupo ambientalista Greenpeace navegou pelo rio Clyde (em cujas margens se encontram os recintos da COP26) o seu navio “Rainbow Warrior” com vários ativistas a bordo e com o objetivo de atracar perto do centro da congressos.

    Cop26 - Glasgow

    O “Rainbow Warrior” da Greenpeace esta terça-feira em Glasgow

  • João Lourenço promete 70% de energias renováveis em Angola até 2025

    O Presidente de Angola, João Lourenço, comprometeu-se hoje, na 26.ª conferência do clima das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, a aumentar para 70% o uso de fontes renováveis de energia até 2025.

    Numa intervenção esta manhã, o chefe de Estado disse que o país privilegia “a produção e consumo da energia limpa proveniente das barragens hidroelétricas existentes e outras por construir, assim como mais fontes renováveis de energia, com destaque para projetos de produção de energia fotovoltaica como parques solares, que vão reduzir o consumo de combustíveis fósseis na produção de energia elétrica”.

    Atualmente, vincou, a matriz energética do país, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, já inclui 62% de fontes renováveis e a ambição é “chegar a 70% em 2025”.

    O chefe de Estado manifestou também o empenho de Angola no esforço em combater as alterações climáticas com outras medidas, como o proteção e repovoamento florestal, em particular de mangais, através de uma campanha nacional de plantação de mudas de manga ao longo da extensa orla marítima nacional.

    Angola é um dos mais de 100 países subscritores de um novo acordo para parar e reverter a desflorestação e degradação do solo anunciado hoje.

    Lourenço disse ainda que Angola celebrou recentemente em Washington, nos Estados Unidos, um convénio com o Fundo Internacional de Conservação (ICCF) para a conservação dos parques nacionais de Luengue-Luianae e Mavinga “para a proteção da vida selvagem animal e vegetal e o desenvolvimento do turismo internacional sustentado”.

    O presidente angolano reiterou o compromisso com os objetivos de desenvolvimento sustentável África 2063, mas não especificou quais as metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa no âmbito do Acordo de Paris.

    “Reiteramos aqui a firme vontade e determinação de Angola continuar comprometida com a Ação Climática e com a adoção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono”, concluiu.

    O Presidente de Angola falava na sessão desta manhã de declarações dos países sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.

  • Joe Biden, Boris Johnson e Jeff Bezos juntos em apresentação de novo compromisso de financiamento global para florestas

    Enquanto continua a sessão de discursos de líderes mundiais, está por esta altura a decorrer num dos pavilhões do centro de congressos de Glasgow um evento da COP26 dedicado à proteção das florestas — cuja transmissão em direto pode acompanhar aqui.

    É neste evento, em que participam líderes como Boris Johnson e Joe Biden, mas também por exemplo o empresário Jeff Bezos, fundador da Amazon, que os representantes de mais de 100 países vão assinar a Declaração de Glasgow sobre a Floresta e o Uso da Terra, o primeiro grande acordo político da COP26.

    O acordo tem como premissa central acabar com a desflorestação a nível global até 2030 e, a partir daí, reverter os efeitos do processo — sobretudo em lugares fundamentais do planeta como a floresta da Amazónia. Entre os signatários do acordo encontram-se Jair Bolsonaro e Xi Jinping, os presidentes do Brasil e da China, que não estão presentes em Glasgow.

    Segundo explica o The Wall Street Journal, a declaração pressupõe um investimento de cerca de 20 mil milhões de dólares oriundos de cofres públicos e financiamento privado e é assinada por um grupo de países que, em conjunto, representam cerca de 85% da área florestal mundial.

    Proteger as nossas florestas não é apenas o caminho certo para combater as alterações climáticas, mas o caminho certo para um futuro próspero para todos nós“, disse Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico e anfitrião da COP26, durante a sessão em que o acordo foi apresentado.

    Embora represente uma ação simbólica de grande significado (sobretudo por juntar países como o Brasil e a China ao conjunto de nações empenhadas no combate às alterações climáticas), o acordo não é legalmente vinculativo e não inclui detalhes concretos sobre como os objetivos vão ser cumpridos.

    “Preservar as florestas e outros ecossistemas pode e deve ter um papel importante”, disse o Presidente dos EUA, Joe Biden, na mesma sessão, mostrando-se “confiante” de que os países conseguirão fazê-lo. “Tudo aquilo de que precisamos é reunir a vontade de fazer o que sabemos que é certo e necessário.”

    Aos dinheiros públicos deverá juntar-se um considerável financiamento privado de cerca de 7,2 mil milhões de dólares — incluindo 2 mil milhões do Bezos Earth Fund, o fundo ambiental criado pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos.

    Na sessão, Jeff Bezos interveio para lamentar que a natureza esteja a deixar de cumprir a função de “captura de carbono” para se converter em “fonte de carbono“.

    “Quando as pessoas anseiam pelos bons velhos tempos e classificam o passado como glamoroso, estão erradas. Em praticamente todos os indicadores, a vida é melhor. Mas há uma exceção notável: o mundo natural não está hoje melhor do que há 500 anos, quando desfutávamos de florestas intocadas, rios limpos e o ar puro do mundo pré-industrial“, disse Bezos.

  • Coligação global reivindica maior utilização da bicicleta

    A MUBi, coligação global de organizações que defendem a mobilidade em bicicleta, publicou esta terça-feira uma carta aberta na qual insta os governos presentes na Cimeira do Clima (COP26) a promoverem o aumento da utilização da bicicleta.

    No documento, enviado aos governos e aos ministros responsáveis pela mobilidade e transportes antes do início da COP26, a MUBi, Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, defende que uma maior utilização deste meio de transporte reduzirá as emissões de carbono e contribuirá para “alcançar as metas climáticas de forma rápida e eficaz”.

    Os signatários da carta aberta apelam aos governos e líderes presentes na COP26, a 26.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, que assumam “compromissos no sentido de aumentar significativamente os níveis de utilização de bicicleta nos seus países e se comprometam coletivamente a atingir uma meta global de níveis de utilização de bicicleta mais elevados”.

    Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estão reunidos desde 31 de outubro (e até 12 de novembro), em Glasgow, na Escócia, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

    “O mundo não pode dar-se ao luxo de esperar décadas para que os carros movidos a combustíveis fósseis sejam totalmente eliminados e substituídos por veículos elétricos. Temos de aproveitar urgentemente as soluções que a utilização de bicicleta oferece, ampliando radicalmente o seu uso”, apela a MUBi, em comunicado enviado hoje a propósito da carta aberta.

    A coligação acredita que “a utilização da bicicleta representa uma das maiores esperanças da humanidade para uma mudança no sentido de um futuro sem carbono”.

    Além disso, a bicicleta é um meio “amplamente disponível” para as pessoas e produz “impactos sociais positivos de longo alcance”, assinala.

    Por isso, defende que pelo menos 10% do orçamento total do Estado para o setor dos transportes seja destinado à mobilidade em bicicleta.

    Por exemplo, no caso de Portugal, os transportes rodoviários são “responsáveis por mais de 95% das emissões do setor dos transportes e também a principal causa da poluição do ar nas cidades”, segundo o comunicado.

    “Portugal só poderá cumprir os acordos internacionais que assinou com uma transformação radical da cultura de mobilidade em Portugal”, frisa, no comunicado, o português Rui Igreja, dirigente da MUBi.

  • COP26. Ex-ministra diz que Brasil poderia liderar progresso ambiental, mas Bolsonaro segue na contramão

    Marina Silva diz não ter dúvidas de que Bolsonaro “tem como estratégia” não travar a desflorestação e as queimadas nos principais biomas do país

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  • Primeiro-ministro do Japão promete forte redução das emissões

    Falando aos jornalistas hoje antes de partir para Glasgow para a cimeira das Nações Unidas sobre o clima, Fumio Kishida, primeiro-ministro do Japão, garantiu: “Espero mostrar à comunidade internacional a forte determinação do Japão em alcançar a neutralidade de carbono até 2050”

    A viagem ao estrangeiro é a primeira de Kishida desde a sua tomada de posse há um mês.

    Tóquio anunciou em abril uma meta de 46% de redução até 2030, em relação a 2013, para atingir zero emissões de carbono até 2050.

    Espera-se também que Kishida mantenha conversações com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e alguns outros líderes durante a sua visita.

    A sua viagem vem logo após uma eleição parlamentar fundamental na qual o seu partido no governo e o seu parceiro de coligação asseguraram a liderança.

  • Bom dia.

    A COP26 continua esta terça-feira com o segundo dia da cimeira de líderes, o encontro de alto nível com discursos de chefes de Estado e de Governo que está a decorrer no centro de congressos de Glasgow e que dá o mote para as duas semanas de negociações sobre o combate às alterações climáticas.

    Depois de um primeiro dia marcado pelos discursos de Joe Biden, Angela Merkel, Ursula von der Leyen, Emmanuel Macron ou Narendra Modi — que revelou que a Índia se vai comprometer, pela primeira vez, com uma meta temporal para alcançar a neutralidade carbónica: 2070.

    Para esta terça-feira estão agendados vários discursos, incluindo o do Presidente de Angola, João Lourenço, o do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin (que representa o Papa Francisco), e os de muitos outros líderes mundiais cuja lista completa pode consultar aqui.

    Além das sessões oficiais no centro de congressos, espera-se que o dia dê frutos em acontecimentos paralelos. Como noticiado na noite de segunda-feira, um conjunto de líderes mundiais, incluindo Joe Biden, Xi Jinping e Jair Bolsonaro deverão hoje assumir um compromisso global com vista à proteção das florestas, um acordo que comprometerá Bolsonaro, que tem sido acusado de fazer pouco pela proteção do ambiente, a proteger a floresta da Amazónia.

    Também se espera que seja esta tarde anunciado um acordo global destinado a limitar as emissões de metano em 30% — uma iniciativa liderado pelos EUA e que envolve cerca de 90 países, mas não abrange potências vitais como a Rússia, a Índia e a China.

  • COP26. Isabel II exorta a ação conjunta contra "causa comum" da crise climática

    A rainha Isabel II exortou os líderes mundiais reunidos em Glasgow na conferência COP26 a trabalharem em conjunto para enfrentarem a “causa comum” que representam as alterações climáticas.

    COP26. Isabel II exorta a ação conjunta contra “causa comum” da crise climática

  • Alcançado o primeiro acordo político da COP26. Biden, Bolsonaro e Xi Jinping assinam amanhã declaração para proteção de florestas

    Está alcançado o primeiro acordo global da COP26, ainda na fase inicial de intervenções dos chefes de Estado e de Governo: um conjunto de cerca de 100 líderes globais, incluindo o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o Presidente dos EUA, Joe Biden, vão assinar na terça-feira um acordo para proteger as grandes áreas florestais do planeta, investindo milhares de milhões de euros em esforços para reverter a desflorestação.

    De acordo com o jornal The Guardian, o acordo terá o nome de Declaração de Glasgow de Líderes sobre Florestas e Uso da Terra e será apresentado na terça-feira numa cerimónia com o anfitrião da COP26, Boris Johnson.

    A desflorestação é um dos tópicos centrais do combate às alterações climáticas, com a floresta da Amazónia, no Brasil, a assumir um papel essencial na captura de dióxido de carbono. O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem sido repetidamente acusado de não fazer o suficiente para proteger a floresta da Amazónia dos interesses económicos associados à exploração de madeira.

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