Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • Arquivamos agora a cobertura da atualidade política do dia em que se comemoraram os 50 anos do 25 de abril. Pode acompanhar as novas notícias desta sexta-feira neste novo liveblog.

  • Manifestação do 25 de Abril foi uma grande "aglomeração" sem incidentes. PSP fez uma detenção

    A PSP não avança uma estimativa sobre o número de pessoas que terão estado no desfile da Avenida da Liberdade. E explica que trabalha agora apenas com conceitos mais latos — a concentração de hoje foi tratada pela PSP como “grande aglomeração”.

    Segundo vários testemunhos, estiveram centenas de milhares de pessoas a assinalar os 50 anos do 25 de Abril, uma multidão comparável apenas à primeira manifestação do 1º de Maio realizada em 1974.

    A Polícia de Segurança Pública não registou incidentes relevantes durante as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, que decorreram em Lisboa. Ainda assim, a PSP fez uma detenção.

    Uma pessoa foi detida quando invadiu o espaço de outra manifestação, segundo adiantou ao Observador fonte da Direção Nacional da PSP, sem adiantar mais detalhes.

  • Primeiro-ministro agradece participação de Lula da Silva nas comemorações em Brasília

    O primeiro-ministro português agradeceu hoje a presença do Presidente do Brasil num jantar comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril na residência oficial da Embaixada de Portugal em Brasília.

    “Na impossibilidade de acompanhar em Lisboa as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, o Presidente da República Federativa do Brasil honrou esta efeméride com a sua presença num jantar na residência oficial do Embaixador de Portugal em Brasília. Um gesto que agradeço e assinala, também no Brasil, esta importante data na comunidade lusófona”, escreveu Luís Montenegro, na rede social X (ex-Twitter).

    A 11 de abril, em declarações à Lusa, fontes oficiais brasileiras indicaram que o Presidente brasileiro não marcaria presença em Portugal nas comemorações dos 50 anos 25 de Abril, tendo posteriormente adiantado que Lula da Silva participaria num jantar comemorativo da data na residência oficial da Embaixada de Portugal em Brasília.

  • Portugal esteve "do lado certo da História", diz presidente de São Tomé e Príncipe

    O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, defendeu que Portugal “se pôs do lado certo da História” com o derrube da ditadura em 25 de abril de 1974.

    Caros Vila Nova, que intervinha na sessão comemorativa do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, com os chefes de Estado de Portugal e das antigas colónias portuguesas, cuja independência esteve ligada ao 25 de Abril, salientou que se comemora “um evento marcante que transcende e ressoa profundamente na consciência coletiva de muitas nações”.

    “Marcou um momento crucial na historia, não apenas para Portugal mas também para as colónias portuguesas em África”, acrescentou.

    A sessão comemorativa do 50.º aniversário decorreu no Centro Cultural de Belém e foi presidida pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, com as presenças também do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e dos chefes de Estado de Angola, João Lourenço, Cabo Verde, José Maria Neves, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, de Moçambique, Filipe Nyusi, e de Timor-Leste, José Ramos-Horta.

    “Devemo-nos vergar em profundo respeito pelas vitimas do regime ditatorial que, com o seu inconformismo revolucionário, foram capazes de legar-nos o bem maior que é a liberdade e a vivência em democracia”, destacou.

  • Presidente da Guiné destaca contributo do país (o primeiro a declarar independência) para a transformação histórica

    O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, manifestou o “orgulho” do povo guineense de ter dado “o contributo original” para a transformação histórica que culminou na Revolução de Abril, na descolonização, e na democracia nos PALOP.

    Sissoco Embaló recordou que há 50 anos, quando se deu o 25 de Abril, o “povo guineense em luta – dirigido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral – já tinha proclamado unilateralmente a sua própria independência nacional, o seu próprio Estado” e este “evento histórico relevante” em 24 de Setembro de 1973, foi reconhecido “por uma larga maioria” dos membros da ONU.

    “A evocação da Revolução portuguesa do 25 de Abril convoca imediatamente para uma reflexão conjunta das lutas de libertação nacional dos nossos povos”, disse Embaló, sublinhando a ocorrência de “dois processos históricos que se cruzavam”.

  • Ramos Horta diz que Portugal soube reconhecer a derrota colonial

    O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considerou que Portugal soube reconhecer a derrota colonial e que a reconciliação com os países vencedores aconteceu rápida, imediata e naturalmente.

    O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta intervém na sessão comemorativa do 50º aniversário do 25 de abril de 1974, com os Chefes de Estado irmãos, cuja independência esteve ligada do 25 de abril em Lisboa, 25 de abril de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA

    Ramos Horta foi um dos chefes de Estado na cerimónia com os países que foram colónias de Portugal

    “Os portugueses souberam reagir às mudanças sem ódio nem vinganças, sem fuzilamentos, sem guerra civil, aceitaram as independências e lutaram connosco pelo longínquo Timor”, disse Ramos-Horta durante a sua intervenção na cerimónia de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, que juntou todos os presidente dos países africanos lusófonos, hoje em Lisboa.

    “[Os portugueses] não viraram as costas, e as sociedades e os líderes das novas nações independentes souberam igualmente, com verdadeira grandeza de vencedores, saudar Portugal e as relações de amizade foram consolidadas”, acrescentou o chefe de Estado timorense, notando que “a normalização das relações com o antigo poder colonial foi imediata, a reconciliação foi natural e o processo foi célere”.

    Na intervenção, Ramos-Horta fez a distinção entre o Portugal antes da revolução, “asfixiado e isolado”, com o país que se seguiu, exclamando: “Quanto mudou para melhor, para muito melhor, em todas as vertentes!”.

  • Joe Biden congratula Portugal pelos 50 anos de democracia

    O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, congratulou hoje Portugal pelo “espírito corajoso” com que fez a Revolução dos Cravos, há 50 anos, que permitiu o regresso da democracia.

    “Congratulo o Presidente e o povo de Portugal pelos 50 anos do retorno da democracia e celebro o espírito corajoso alimentado pela Revolução dos Cravos e o triunfo sobre o autoritarismo. Este marco sublinha o duradouro compromisso de liberdade e democracia partilhado pelos nossos países”, escreve Joe Biden numa carta enviada ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

    Na missiva, o Presidente norte-americano diz que Portugal “está entre os primeiros países que reconheceu os Estados Unidos” da América, após a revolução e lembrou que os fundadores americanos “brindaram a celebração da independência com vinho da Madeira”.

  • Marcelo Rebelo de Sousa: As memórias e lições do passado colonial hão de nos guiar no futuro

    O Presidente da República celebrou hoje “as pátrias e os povos irmãos” das antigas colónias de Portugal “que o 25 de Abril uniu”, considerando que o futuro será guiado pelas memórias e lições do passado colonial.

    Marcelo Rebelo de Sousa falava numa sessão comemorativa do 50.º aniversário do 25 de Abril, no grande auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para a qual convidou os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste, que discursaram antes.

    Num curto discurso, de menos de quatro minutos, o chefe de Estado descreveu esta sessão como um encontro “de futuro” e fez breves referências ao passado colonial.

    “Do passado colonial guardamos todos as memórias e as lições que nos hão de guiar no futuro”, afirmou.

    “Do passado livre dos últimos 50 anos retiramos a inspiração para irmos mais longe na afirmação da força do nosso futuro, na língua, na cultura, na ciência, no Estado de direito, na sociedade, na economia, na diplomacia da paz, do desenvolvimento sustentável, da luta contra a pobreza, da ação climática, do respeito pelo direito internacional e os direitos humanos, do multilateralismo, do universalismo”, acrescentou.

    Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “foi assim há 50 anos, com os capitães de Abril, culminando tantos sonhos e tantos heroísmos da resistência”, e “assim será para sempre”.

  • Presidente de Moçambique pede que escolas da lusofonia ensinem a "verdade" sobre o 25 de Abril

    O Presidente de Moçambique realçou esta quinta-feira a necessidade de as escolas do espaço da lusofonia ensinarem “a verdade” quanto ao 25 de abril.

    O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi intervém na sessão comemorativa do 50º aniversário do 25 de abril de 1974, com os Chefes de Estado irmãos, cuja independência esteve ligada do 25 de abril em Lisboa, 25 de abril de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA

    Presidente de Moçambique na cerimónia dos 50 anos do 25 de Abril

    “É preciso que as nossas escolas (em Portugal e no espaço da lusofonia) ensinem às nossas gerações a verdade: que o 25 de abril foi construído não só em Portugal, mas também em Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe”, disse Filipe Nyusi, num discurso na cerimónia que assinalou os 50 anos do 25 de abril, no Centro Cultural de Belém.

    “O povo português, ao celebrar os cinquenta anos do 25 de abril, não deve esquecer nunca a importância da contribuição dos povos africanos para que este facto tivesse acontecido”, sublinhou o chefe de Estado moçambicano.

    “50 anos após o 25 de abril, é tempo de encararmos os factos históricos com frontalidade, sem revisionismo desonesto mas com honestidade, justiça e responsabilidade para que os erros do passado não se repitam”, defendeu Filipe Nyusi.

  • Presidente de Cabo Verde diz que a "democracia está a ser carcomida" e alerta para o ceticismo dos cidadãos

    O Presidente da República cabo-verdiano reconheceu a “manifesta incapacidade” dos governos em responder às exigências dos cidadãos conduz a fenómenos como o populismo nos países desenvolvidos e à tomada do poder pelos militares nos estados pobres.

    “No dealbar do século XXI, surgem sinais que despertam, naturalmente, muita preocupação. Há um sentimento de que a democracia está a ser carcomida, assiste-se a um recuo efetivo e a fortes ameaças”, disse José Maria Neves.

    “A globalização tem conduzido ao empobrecimento e compressão da classe média, nos países desenvolvidos, e ao aumento das desigualdades entre e nos diferentes países. Tem havido, por outro lado, um aumento da polarização social e política — os consensos são cada vez mais difíceis -, a fragilização das instituições que são importantes instrumentos de intermediação entre o Estado e a sociedade e participantes destacados na formação de políticas públicas”, disse.

    Constatando “uma manifesta incapacidade dos governos em responder à complexidade da ecologia política e às demandas e exigências dos cidadãos e da sociedade civil”, o presidente cabo-verdiano aponta para o alastrar do populismo nos países desenvolvidos. Tal como do “nacionalismo, da xenofobia, do racismo, do repúdio a imigrantes, e adubado a crise dos partidos políticos, a pregação da antipolítica e do antiliberalismo, bem como de teses negacionistas, a disseminação de ‘fake news’ e do discurso do ódio. Nos países pobres, onde as instituições são mais débeis, tem resultado em ruturas constitucionais e na assunção do poder pelos militares.”

    Para o chefe de Estado e antigo primeiro-ministro cabo-verdiano, os “eleitores mostram-se cada vez mais céticos sobre a saúde das suas democracias e questionam se os seus governos foram eleitos de forma transparente”.

    E lembrou que com a “revolução dos cravos, inaugurou-se uma nova era, muito na linha do sonho de Amílcar Cabral, cujo centenário [do nascimento] se celebra este ano”.

  • Uma dezena de angolanos protestou contra convite a João Lourenço

    Cerca de uma dezena de angolanos juntaram-se hoje em frente ao Centro Cultural de Belém criticando a presença do Presidente da República de Angola na cerimónia que junta em Lisboa vários chefes de Estado lusófonos.

    “Estou aqui para mostrar o meu descontentamento com o facto de Portugal convidar o Presidenta da República de Angola, uma vez que João Lourenço é antidemocrata e um ditador, e no entanto é convidado para a festa da democracia”, disse à Lusa a manifestante Finúria Silvano, que em conjunto com cerca de uma dezena de manifestantes entoavam “Lourenço é ditador”.

    “Em Angola não temos condições nenhumas, e o Presidente vem aqui, desfila, gasta um balúrdio só para a viagem, enquanto há pessoas a morrer nos hospitais por falta de medicamentos, não há educação, não há saneamento, nós não temos nem o básico”, disse a manifestante, considerando que Portugal está a legitimar um ditador pelo convite para a celebração dos 50 anos do 25 de Abril, numa cerimónia que decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

  • João Lourenço junta luta contra a ditadura à luta contra o colonialismo português (que "pilhou riquezas" de África)

    O Presidente de Angola evocou a luta do povo português contra a ditadura de Salazar, ao mesmo tempo que lembrava uma outra luta: a que os povos africanos travaram contra o colonialismo português.

    “Enquanto o povo português lutava contra o fascismo e a ditadura salazarista desde 1932, nós — os povos africanos colonizados por Portugal — lutávamos, desde o século XV, contra a colonização portuguesa e suas consequências, como a escravatura e pilhagens das nossas riquezas”, disse João Lourenço, no Centro Cultural de Belém, na sessão evocativa do 25 de Abril.

    “Reconhecemos a coragem e heroísmos dos capitães de abril e dos resistentes portugueses, que lutaram por todas as formas e meios contra a ditadura, enfrentando a máquina opressora do regime (a PIDE/DGS e seus apêndices) que não se coibiam de torturar e matar os melhores filhos desta terra”, acrescentou João Lourenço.

    Para além de João Lourenço, estão no CCB os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa, e de Timor-Leste.

  • Carlos Moedas: “Não sou daqueles que acham que devemos cancelar a nossa história. É assumi-la e olhar para a frente”

    O presidente da Câmara Municipal de Lisboa referiu-se ao tema da reparação pelo colonialismo, levantado por Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que Portugal deve assumir e não cancelar a história.

    “Não sou daqueles que acha que devemos cancelar a nossa história ou modificar a nossa história. É assumi-la e olhar para a frente”, disse Carlos Moedas, na Avenida da Liberdade, à margem da manifestação do 25 de abril.

    “O que temos de celebrar é a democracia e a liberdade. O tema de hoje é esse e de tudo aquilo que sofremos. A história é o que é. Em todos os povos, a história teve muitas coisas más e muitas coisas boas. Eu sou um homem do futuro, não olho para o passado. Temos de respeitar o passado”, defendeu o autarca de Lisboa.

  • Montenegro tirou selfies com populares e recebeu António Zambujo em São Bento

    Depois de um almoço com 50 jovens, o primeiro-ministro continua a assinalar os 50 anos da revolução no Palácio de São Bento.

    Pouco depois do final do almoço, Montenegro, sempre acompanhado pela mulher, deu um curto passeio pelos jardins, cumprimentou alguns populares, mas só parou para falar com duas crianças, uma das quais lhe desejou “um feliz 25 de Abril”, numa altura em que ainda estava pouca gente nos jardins de São Bento.

    O primeiro-ministro recolheu à residência oficial sem prestar declarações à comunicação social e só voltou a sair para assistir ao início do concerto do cantor António Zambujo, tendo de sair pouco depois por razões de agenda.

    Nesta altura, já com muito mais pessoas (embora longe de enchentes de outros anos), Montenegro ainda teve tempo para tirar algumas ‘selfies’ com quem lhe ia pedindo a caminho da saída da residência oficial.

    O primeiro-ministro participa, pelas 18:00 no Centro Cultural de Belém, na sessão evocativa do 25 de Abril com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com os chefes de Estado de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa, e de Timor-Leste.

  • Marcelo recebeu cidadãos no gabinete oficial onde explicou história do Palácio de Belém

    O Presidente da República recebeu hoje dezenas de cidadãos no gabinete oficial do Palácio de Belém, onde contou a história do local, aberto à população para celebrar os 50 anos do 25 de Abril, mas recusou responder a perguntas dos jornalistas.

    Centenas de cidadãos visitaram esta tarde o Palácio de Belém, aberto à população entre as 11:00 e as 18:00 no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

    Por volta das 16:20, Marcelo Rebelo de Sousa abriu as portas do gabinete oficial, onde se encontrava sentado à secretária a organizar e assinar documentos, trocando depois breves palavras com as dezenas de cidadãos que encheram a sala.

    O chefe de Estado explicou a história das salas e jardins do Palácio de Belém, apontando também para várias mobílias do gabinete, entre as quais o sofá onde costuma receber os convidados em audiências e onde, segundo indicou, já se sentaram chefes de Estado como Xi Jinping, Barack Obama ou Vladimir Putin.

    À sua esquerda, mostrou uma mesa onde o Presidente da República se costuma reunir semanalmente com o primeiro-ministro, salientando que, antes do antigo chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva, essas reuniões costumavam realizar-se no sofá.

    “Foi uma ideia do Presidente Cavaco [que as reuniões passassem para a mesa] por uma razão muito simples: quando ele era primeiro-ministro, era Presidente Mário Soares, mas trazia dossiês enormes, e ou os punha [afastados] em cima da mesa, ou ao colo, o que não era muito funcional. E, quando chegou, mandou colocar aqui esta mesa”, afirmou.

  • Mais de oito mil pessoas saem à rua pela democracia em Coimbra

    Mais de oito mil pessoas saíram hoje à rua em Coimbra, participando numa manifestação popular que desfilou pelo coração da cidade, para “não deixar adormecer a democracia” e “continuar a regar a liberdade” conquistada há 50 anos.

    De cravo vermelho ao peito, na mão, na mochila ou atrás da orelha, miúdos e graúdos arrancaram da Praça da República, por volta das 15:30, gritando “25 de Abril Sempre, fascismo nunca mais”.

    Entre os manifestantes despontava um cravo vermelho com 1,60 de altura, que Carla Dionísio construiu com papel Eva, com 50 pétalas, uma por cada um dos 50 anos que a revolução assinala.

    “A democracia e a liberdade é o que temos de mais importante. Não podemos adormecer em democracia, principalmente quando temos 50 fascistas no nosso parlamento”, afirmou.

  • Centenas de pessoas comemoram em Faro os 50 anos da liberdade

    Várias centenas de pessoas desfilaram hoje pelas ruas de Faro, no tradicional desfile do 25 de Abril, para assinalar os 50 anos da revolução que pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal.

    A concentração iniciou-se pelas 16:00 no Jardim Manuel Bívar, tendo o desfile percorrido várias artérias da cidade, durante cerca de 40 minutos, terminando no Largo Catarina Eufémia, com os participantes a empunharem cartazes e cravos vermelhos e a entoarem palavras de ordem.

    “Liberdade Sempre”, “Abril é mais futuro” e “Parar a guerra, oportunidade à paz” podia ler-se nalguns cartazes ao mesmo tempo que eram entoadas palavras de ordem como: “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”, “Paz sim, guerra não” e “o povo unido jamais será vencido”.

    Na marcha da liberdade, organizada pela União dos Sindicatos do Algarve/CGTP-IN (USAL), participaram vários sindicatos e dirigentes regionais que pretenderam assinalar o cinquentenário do 25 de Abril.

  • "Morte ao 25 de abril". Líder do Ergue-te fala "em traição" e diz que regime anterior "foi ilegalmente deposto"

    Ao mesmo tempo que decorria a manifestação do 25 de abril na Avenida da Liberdade, alguns elementos da associação Habeas Corpus concentravam-se no Terreiro do Paço. Ao grupo juntou-se o líder do partido de extrema-direita Ergue-te, José Pinto Coelho, que disse à SIC ser “contra o 25 de abril” e revelou que, caso estivesse na Assembleia da República, diria apenas “morte ao 25 de abril”.

    “O 25 de abril inaugurou um regime de traição, de desmantelamento da nação, anti-nacional, hostil, que não interessa a ninguém”, disse o líder do Ergue-te. Questionado sobre se não celebraria o 25 de abril caso fosse deputado na Assembleia da República, José Pinto Coelho garantiu que não e que, no discurso “só diria morte ao 25 de abril”, que, realça, “destruiu Portugal”.

    “Infelizmente, há muitos papagaios de janela que estão completamente narcotizados e formatados pelo regime. São pessoas que passam a vida inteira a dizer mal dos governantes (e com toda a razão) — que são ladrões, corruptos, desonestos e que depois dão vivas ao 25 de abril, porque acham que têm liberdade e porque são ignorantes em relação ao regime que foi ilegalmente deposto com uma revolução”, referiu o líder do Ergue-te.

  • Rui Rocha na Av. da Liberdade: "Mesmo quando nos tentaram impedir de estar, nós insistimos e quisemos estar"

    O Presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, desceu a Avenida da Liberdade e disse aos jornalistas que “o 25 de abril é uma data determinante da liberdade”, e que a IL celebra todos os anos, na tradicional manifestação, em Lisboa.

    “Participamos sempre, estamos sempre presentes. A IL esteve desde o princípio. Mesmo quando nos tentaram impedir de estar, nós insistimos e quisemos estar”, lembrou Rui Rocha, assinalando a “enorme participação cívica na manifestação do 25 de abril” deste ano.

  • José Pedro Aguiar-Branco diz que democracia "é uma construção permanente" de que é preciso "cuidar"

    O Presidente da Assembleia da República esteve na Avenida da Liberdade, onde disse aos jornalistas que é preciso cuidar da democracia.

    “É preciso abrir cada vez mais a Assembleia às pessoas, é preciso que as pessoas compreendam bem o trabalho que é feito pelos seus eleitos no Parlamento, muitas vezes há uma perceção errada porque são só partes de debates” e menos informação sobre o “trabalho árduo sobre as medidas que mexem na vida das pessoas”.

    “A democracia é o governo do povo pelo povo, mas dá trabalho”, reconhece Aguiar-Branco. “É uma construção permanente” e por isso “temos que cuidar dela”.

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