Na passada segunda-feira, Rui Rio procedeu a mais um ataque numa guerra que se arrasta desde o início da sua liderança. Uma liderança sem igual tal é a incompetência, a inabilidade e a insuficiência.

Foram precisas catorze horas para o PSD aprovar a lista de candidatos a deputados para as legislativas de Outubro. Um cenário bem contrastante tendo em conta as singelas três horas que o PS precisou para aprovar a sua lista. Só por aqui podíamos tirar já algumas conclusões.

Seguindo o exemplo da camioneta fantasma comandada pelo cabo Abel Olímpio, mais conhecido como o “dente de ouro”, Rio arrumou de uma vez 49 dos 89 deputados eleitos pelo PSD em 2015. Os outros 39 voltam a repetir-se ainda que para muitos destes a probabilidade de eleição seja reduzida ou nula.

Aquele que é considerado um dos episódios mais trágicos e violentos da história – 19 de Outubro de 1921 – tem hoje muitas parecenças com aquilo que, também, podemos considerar ser um dos momentos mais tenebrosos da história do Partido Social Democrata.

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Já em 2009 Manuela Ferreira Leite decidiu, enquanto presidente do PSD, varrer da lista de deputados dois dos seus maiores opositores: Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas. O afastamento destes militantes provocou na época um pequeno tumulto pré-eleitoral que não se compara com o actual estado do partido.

Tal como o “dente de ouro”, também Rio tem uma lista longa de nomes a abater e é por isso que persegue e que cala os companheiros do partido que se opõem às suas ideias e à sua incompetência enquanto líder. Rio está a purgar o partido a seu bel-prazer, numa atitude lesa-partido com efeitos desastrosos e muito prejudiciais para o PSD e para as próximas lutas eleitorais.

Rio não aprende com os seus erros.

Se formos até às autárquicas de 2017 podemos constatar uma vez mais que os resultados já davam sinais de socorro. Estes resultados não serviram de lição a Rui Rio nem ao seu baronatozinho laranja que o acompanha, deixando-se transformar num cata-vento que vai atrás da retórica socialista, orquestrada pelo chefe da geringonça, enquanto que se entretêm numa animada caça às bruxas, muito ao estilo do seu líder.

Rui Rio sofre da síndrome da perseguição, da intriga e da destruição, aliás, atributos que se encaixam na perfeição ao seu carácter e desempenho enquanto militante e dirigente do PSD ao longo dos últimos 45 anos. Do alto da sua arrogância, continua a pensar que só ele, e só ele, é que está certo! Não ouve ninguém e por este andar ninguém o quer ouvir! Em vez de unir, prefere fragmentar o partido. Quem não se lembra do apoio, declarado e fiel, ao candidato da oposição ao seu partido à Câmara Municipal do Porto nas autárquicas de 2013? Quem não se lembra da guerra sem tréguas que Rui Rio moveu aos militantes e dirigentes do partido a propósito do processo de refiliação e da transparência e controlo dos gastos?

E como não mobiliza os portugueses, opta por desmobilizar o partido.

Uma coisa é certa: Rui Rio deixou um país coxo, sem opção, sem alternativa e sem oposição. Este é o seu legado, enquanto líder daquele que era o maior partido português. Resta-nos esperar por Outubro e ver qual é a escolha dos portugueses. A camioneta fantasma do PSD continua a passar destruindo o que ainda há para destruir. Mas… e quando já nem isso restar?