Na sociedade atual, são inúmeros os fatores negativos que minam as relações sociais e se tornam impeditivos do desenvolvimento harmonioso.
A falta de valores torna a sociedade doentia e pouco tolerante, a todos os níveis. A inveja, como uma emoção negativa provoca sentimentos não saudáveis, a corrupção e a injustiça geram “cancros” sociais, que alastram perigosamente, ferindo, na sua essência, a ética e a moral.
Porém, no que toca ao desenvolvimento de uma sociedade moderna, não podemos deixar de ter em conta os índices formativos e de literacia, que se verificam em todos os setores produtivos e sociais.
Enquanto a corrupção e a injustiça, acabam por alastrar e se tornar uma praga, difícil de combater, sobretudo nos meios alta finança e da economia aparentemente florescente, onde cada grupo social defende os privilégios que tem, a iliteracia torna-se um flagelo e travão ao desenvolvimento integral, amputando as mentes e a abertura para o entendimento e para a compreensão de mensagens e de outras formas de ser e estar na vida, potenciando, até, posturas de intolerância e má fé em relação ao “outro”. Diria, até, que, em determinados contextos, a iliteracia, com particular relevância, a dita regressiva, leva à distorção de conteúdos literários e de mensagens positivas, promovendo a adoção de fanatismos, contraditórios do caráter, da razão e dos valores humanos. A par destas posturas surgem ações impulsivas que se tornam mais fontes de problemas do que as dificuldades que enfrentamos no dia a dia.
A iliteracia, aliada à arrogância, limita a mente, reduz a capacidade de resiliência para enfrentar a adversidade e golpeia, incisivamente, a fragilidade dos pares.
Ora tudo isto se torna perigoso quando, em muitos casos, existem pessoas que, até, antes de lerem um texto, artigo de opinião, comentário, já se dão ao luxo de fazerem considerações depreciativas e extraírem conclusões precipitadas, mesmo só olhando, simplesmente, para o título!…
E se estas formas de estar, ser e agir, na interação social e no respeito pela opinião dos outros, já são, só por si, confrangedoras, mais grave, ainda é quando alguns, sabichões convencidos da matéria, lendo, sem ler, muito menos interpretar e contextualizar, armados em arautos da verdade e da razão, impostores na sua reduzida dimensão de seres humanos falíveis, tudo fazem para distorcer conteúdos positivos e transformar críticas sustentadamente criativas, difundindo mensagens que nada mais servem do que para camuflar frustrações, atitudes e personagens.
Ora, lamentavelmente, estes comportamentos de “maçãs apelativas por fora, mas podres por dentro” contaminadoras e destruidoras de ambientes saudáveis, acontecem em todo o lado, independentemente das profissões, ou classes sociais.
Em pleno século XXI, não podemos “embarcar” em leituras oblíquas, sobretudo de jornais, que levam a interpretações descontextualizadas. Ler, não é juntar as letras, soletrar, é muito mais do que isso. É tentar perceber a mensagem, descodificando e, de boa fé, interpretando os conteúdos. E os jornais são importantíssimos para a construção de uma sociedade moderna e desenvolvida. Sem dúvida.
Porém, é pena que alguns se aproveitem e reconheçam o valor do jornalismo SÓ quando, oportunistamente, lhes convém, sobretudo quando a memória é curta.
A capacidade de viver em sociedade e a inteligência das pessoas também se avalia pela forma como reagem à frustração e à contrariedade, perdendo, muitas vezes a razão. O respeito pela opinião dos outros, a boa fé e a razão, precisam de caminhar juntas para dar o melhor resultado.