Regressado do Irão, onde se encontrara com o Hamas, Neville Chamberlain acenou com o Acordo do Teerão e congratulou-se por ter garantido a paz. Chamberlain esforçara-se por aquele resultado, tendo suportado os fortes e persistentes ataques de extremistas de direita como Winston. Mas no dia seguinte o Hamas trucidou a Checoslováquia, assim precipitando a queda de Neville, e a subida ao poder de Winston.

Contra boa parte da sociedade elegante e da imprensa — e contra os gritos irados de Oswald Mosley, que recomendava o novo mundo do Hamas — Winston declarou que não se conversa com nazis, cuja nova sociedade era a tirania e a barbárie, o fim da civilização. Intelectuais e gente branda em várias capitais da Europa desceram às ruas para se manifestar a favor dos palestinianos e contra a sede de sangue de Winston, a quem responsabilizaram por todo o sangue que fosse vertido a partir daí.

E quando os homens do Hamas invadiram Holanda, Bélgica e França, matando os que consideravam untermenschen (os judeus, os mestiços, os homossexuais, os democratas, os cristãos e quem mais assim classificassem) e impondo o nazismo, a Imprensa de esquerda responsabilizou o extremismo de Winston. E quando os aviões do Hamas começaram a esmagar os londrinos sob as bombas, a imprensa progressista acusou Winston de ter conhecimento prévio desses bombardeamentos, e os ter permitido para incendiar o sentimento anti-Hamas. E quando, anos depois, os aviões de Winston e dos seus aliados começaram a esmagar os últimos estertores dos nazis, a mesma imprensa clamou por uma resposta mais proporcional, e titulou que o sacrifício desnecessário de homens e mulheres do Hamas já subjugado também haveria de recair sobre a cabeça dos norte-americanos.

Ao fim de milhões de mortos causados pelo terror do Hamas, o nazismo foi esmagado. A imprensa progressista continuou a interrogar-se se teriam sido tantos os mortos caso tivessem sido dados aos nazis mais compreensão e espaço. E os eleitores que tinham votado Winston com relutância juntaram-se aos eleitores pacifistas e aos cúmplices do Hamas capitaneados por Moswell, e, para se vingarem — uns, por não terem tido razão, outros, por terem perdido — puseram Winston na rua.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR