A melhor forma é impedir que se espalhe o crescimento da desinformação russa em Portugal.
No dia 23 de novembro de 2016 o Parlamento Europeu aprovou a Resolução sobre a comunicação estratégica da UE para combater a propaganda contra ela por terceiros – 2016/2030 (INI).
Neste documento, o ponto 8 «Reconhece que o Governo russo tem utilizado uma vasta gama de ferramentas e instrumentos, tais como grupos de reflexão e fundações especiais (e.g. a Russkiy Mir), autoridades especiais (Rossotrudnichestvo), estações de televisão multilingues (e.g. RT), agências noticiosas e serviços multimédia de fachada (e.g. Sputnik), grupos sociais e religiosos transfronteiriços, já que o regime pretende apresentar-se como o único defensor dos valores tradicionais cristãos, redes sociais e provocadores na Internet («trolls») para contestar os valores democráticos, dividir a Europa, reunir apoio a nível interno e criar a perceção da existência de Estados falhados na vizinhança oriental da União; salienta que a Rússia investe consideráveis recursos financeiros nos seus instrumentos de desinformação e de propaganda, quer diretamente através do Estado, quer através de empresas e organizações controladas pelo Kremlin; realça que, por um lado, o Kremlin financia partidos políticos e outras organizações na União com o objetivo de prejudicar a coesão política, e que, por outro lado, a propaganda do Kremlin visa diretamente determinados jornalistas, políticos e cidadãos da União.»
Todas estas fundações e agências russas estão a funcionar em Portugal e todas transmitem informações falsas sobre a Ucrânia.
Em março de 2021, o director da agência Rossotrudnichestvo, Eugenii Primakov, disse que, no caso de o governo ucraniano tentar recuperar o Donetsk e Lugansk, a Rússia deve bombardear as mais importantes infraestruturas da Ucrânia, começando na cidade Kiev.
Sabemos de vários conflitos que foram originados pela Rússia ou onde ela participou (Georgia, Moldávia, Chechênia, Síria, etc.) com a desculpa de que estavam a defender os seus compatriotas ou a apoiar os governos desses países. A Rússia tem muita experiência em criar situações de conflito no mundo.
Transformar a capital da Ucrânia, Kiev, ou outra grande cidade num novo Alepo com centenas milhares vítimas é um desejo antigo dos governadores russos.
A Rússia subtilmente começa a preparar o mundo para a invasão da Ucrânia com a desculpa de que os ucranianos estão contra os russos, divulgando fake news e falsificando a história, dizendo que o povo ucraniano não é soberano, sempre foi russo, e que os seus territórios sempre foram da Rússia.
Exemplo disso é uma nova publicação na página da Casa Russa em Lisboa que explica que os ucranianos são uma etnia que pertence ao povo russo, o que significa um bom motivo para recuperar as terras da Grande Rússia.
Desde 1977 que existe em Portugal uma lei que impede a repetição dos horríveis crimes do passado. Em concreto a Lei nº. 64/78 de 6 de outubro de 1977 que proíbe em Portugal as organizações fascistas. Portanto, Portugal pode usar esta lei para ajudar a defender a Ucrânia, salvar milhares vidas, impedir a influência russa na política interna de Portugal e defender a democracia em geral.
O regime de Putin encaixa da melhor maneira na definição de fascismo, um regime autoritário com concentração total do poder nas mãos do líder do governo, que pode tomar qualquer decisão sem consultar previamente os representantes da sociedade. Além disso, o fascismo defende uma exaltação da coletividade nacional em detrimento das culturas de outros países. Os governos fascistas tinham como objectivo aumentar o seu território através de conflitos internacionais. Para isso realizavam altos investimentos na produção de armas e equipamentos de guerra.
De forma a garantir a manutenção do seu governo, os líderes fascistas controlavam os meios de comunicação de massa, por onde divulgavam sua ideologia e controlavam todas as informações disseminadas. Qualquer crítica ao governo era aniquilada mediante uso da violência e do terror. Todos que se opuseram contra governo fascista foram considerados inimigos e punidos com prisão ou morte.