Vivemos um tempo de destruição da nossa sociedade. Aquilo que importa verdadeiramente, ninguém trata; e aquilo que tratam não importa.

Nas últimas semanas assistimos a um desfiar desta realidade em diferentes eventos, momentos e geografias, como que a provar que todo o Mundo sofre do mesmo mal e que a sociedade que tanto custou a criar está a desfazer-se à nossa frente e ninguém faz nada para o travar.

Durante horas fomos afogados pelas televisões numa constante apresentação daquilo que se pretendia ser um grande momento de luta pela justiça, por parte dos deputados da Nação: a comissão parlamentar para avaliar o caso das gémeas.

Durante essas mesmas imensas horas, nada de novo surgiu que alterasse aquilo que já se sabia, apenas um prolongar de egocêntricas intervenções de quem, por não ter qualquer capacidade de brilhar no trabalho que lhe compete, tenta fazer acreditar que a grande prova do crime é alguém não saber os dados pessoais de quem atendeu um telefone quando falou para um hospital.

Estivéramos nós num tempo de maior exigência e a única conclusão que tiraria o eleitorado seria a de que a incompetência nos governa, mas como vivemos um Estado de política Big Brother, em que aquilo que importa é conseguir uma cena canalha, o público ri-se e muda de canal.

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De seguida começam os Jogos Olímpicos, e para além da típica necessidade francesa de se mostrar sempre diferente e trazer aos jogos tudo aquilo que nada tem que ver com eles, não só retirou os jogos dos estádios onde viveram desde que foram criados, como trouxe a tentativa de achincalhar a crença da maioria dos cidadãos europeus através do absurdo mau gosto de utilizar ridiculamente (parecia uma cena saída do filme Feios Porcos e Maus) a última ceia de Cristo para algo que ninguém compreendeu.

A reação que existiu foi pouco intensa, provavelmente porque a falta de crédito de quem foi responsável pela organização já nem sequer justifica a crítica.

Fica, porém, a convicção de que a provocação se dirigia a cristãos, e não a muçulmanos, pois estes nunca teriam deixado de protestar com toda a força e razão contra o idiota autor da ideia, que pagaria pela sua maldade e incompetência.

A desculpa esfarrapada de que não havia intenção tenta covardemente esconder atrás da incompetência aquilo que verdadeiramente é a intenção do realizador da obra desprezível.

Já esta semana, vimos a miserável postura do presidente venezuelano a apropriar-se da vitória, aclamada por aqueles que nunca cumprem os mínimos critérios da liberdade, justiça e verdade.

Entre eles o Partido Comunista Português, que no nosso país continua a ser considerado pela imprensa, comentadores e mesmo políticos como uma representação dos partidos da esquerda democrática, vá-se lá saber porquê.

E, mais uma vez, assistimos a uma mudança de canal quando nos farta ouvir aquilo que todos sabemos ser errado, ser mentira ou ser contra aquilo que acreditamos; porque já não damos crédito a quem manda, vemos nos líderes quem apenas se preocupa consigo mesmo deixando de fora a população e o Bem Comum.

Mas é esta insensibilidade, esta falta de vontade de mudar, este descrédito sobre quem nos conduz, que nos vai levar, pouco a pouco, à destruição do que mais valorizamos: uma sociedade livre e em paz, que possa ser cada vez mais justa e defensora da verdade.

Há um caminho alternativo que temos de ser capazes de percorrer, rejeitando o que nos impõem, dizendo “não”. Ou então seremos também responsáveis pela destruição de tudo o que recebemos dos nossos antecessores.