Hoje contamos a história de vida de Paula (nome fictício) que, pela primeira vez, contou a sua história, através deste seu testemunho: “O meu nome é Paula e esta é a minha história, de uma forma sucinta como em todas as histórias de vida muito mais havia a dizer. Tenho 48 anos e pela primeira vez falo publicamente da minha história”.
Paula contou-nos que nasceu no seio de uma família numerosa e pobre e que foi “dada” para adoção quando tinha 1 ano de idade, num tempo em que, segundo ela, era a única resposta encontrada para a resolução da sua situação familiar: “Nasci em Beja, às 9h do dia 4 de junho de 1976, no seio de uma família numerosa. Por razões que desconheço, mas que presumo que sejam financeiras, a minha “mãe” que para mim é e será sempre a minha progenitora, deu-me para adoção quando eu tinha cerca de 1 ano”.
Falamos de um processo de adoção realizado há 47 anos atrás, quando tudo acontecia de forma diferente de hoje, como nos conta Paula: “Há 47 anos os processos de adoção não eram como são hoje, muitas crianças como eu eram dadas pelas famílias biológicas aos casais que pretendiam adotar e posteriormente os processos eram tratados em tribunal entre as famílias, com apoio de advogados e outras pelos próprios meios”.
Como muitos pais, os pais adotantes de Paula tinham primeiro o sonho de ser pais e foi por não o terem conseguido que decidiram concretizar o seu desejo pela via da adoção: “Os meus pais desejavam muito ser pais, no entanto a natureza não o permitiu, assim decidiram seguir o caminho da adoção”. E assim iniciaram o processo de adoção: “foram à Santa Casa para tratar de todo o processo e ficaram a aguardar o tão desejado telefonema, no entanto, por intermédio de uma cunhada que era prima afastada de um dos meus progenitores, tomaram conhecimento que a minha família biológica tinha uma menina para dar para adoção, assim no dia 14 de agosto de 1977, foram até Beja ao meu encontro”.
Na adoção, uma criança ou adolescente é envolvida num processo de integração numa família adotiva constituída por um ou mais adultos que não conhece. Paula contou-nos que a perda do colo da mãe e a separação física da família biológica foram momentos difíceis de dor e choro: “Quem pensa que é um dia cor-de-rosa, desengane-se, é um dia de dor, não me recordo de nada, mas a minha mãe sempre que contou o quanto foi difícil para mim e para eles este dia. Quando chegaram eu estava ao colo, e que quando passei para o colo da minha mãe (adotiva) chorei muito e fui a chorar durante muito e muito tempo, chorava eu e a minha mãe, eu por não perceber o que se passava, porque razão estava eu ao colo de outra pessoa dentro de um carro rumo não sabia para onde, porque razão me tinham retirado da minha zona de conforto, por pior que esta fosse, a minha mãe por tudo isto e por achar que estava a cometer uma atrocidade, foram momentos difíceis de dor”. Mas, depois do choro, Paula sentiu-se mais tranquila e acarinhada, encontrado a necessitada segurança: “Acabei por me acalmar por cansaço, com toda a certeza, acredito também que percebi que estava num colo seguro e carinhoso e que seria o meu verdadeiro porto de abrigo, não trouxe nada comigo, nem roupa nem um brinquedo porque não tinha, a minha mãe deu-me uma boneca que estava pendurada no retrovisor, boneca que ainda hoje tenho”.
As crianças e adolescentes adotadas têm normalmente um historial de eventos traumáticos, de experiências de adversidade e de perdas vividas na infância, como por exemplo, o maltrato e a negligência por parte dos pais biológicos e/ou institucionalização, em uma ou várias casas de acolhimento, situações que originam graves problemas ao nível da saúde e do bem-estar psicológico das crianças e dos adolescentes. Desenvolvem memórias negativas relativas ao seu passado, muitas vezes não visíveis, mas são transportadas no seu corpo e que se constituem uma bagagem emocional que carregam do seu passado e que ficam guardadas para se possam proteger, mas que várias vezes se evocam, como nos contou a Paula: “Se julgam que o facto de ser pequena, faz com que não se tenha memória acreditem não é verdade, as recordações não estão só no nosso pensamento, estão também no nosso corpo, o nosso cérebro cria defesas e arquiva numa gaveta no fundo do nosso cérebro, bem fechada, todos os momentos traumáticos da nossa vida. Apesar de não ter memória consciente do primeiro ano de vida, e de segundo estudos só temos memória visual a partir dos 3 anos, eu há cerca de 10 anos sonhei com um monte com um grande campo amarelo como as cearas, e perguntei à minha mãe se isto lhe era familiar quando foram me buscar foi a uma casa junto de uma seara num pequeno monte”.
Tal como a Paula, quando uma criança é adotada não só ganha pais, mas também toda uma família alargada, como partilha Paula: “A parte boa da história é que ganhei os melhores Pais do Mundo, é um clichê, mas é verdade. Com eles veio uma família alargada repleta de tios, tias, primas, primos, os avós maternos, os avós paternos já tinham falecido com muita pena minha de não os ter conhecido”.
Paula contou-nos também que sempre soube que era adotada, nunca foi segredo, na sua família o passado não era segredo: “Nunca foi, segredo ou tabu a minha história, sempre soube que era adotada nem poderia ser de outra forma, sempre lidei bem com isso”.
Nas histórias de adoção, a necessidade das crianças, adolescentes ou adultos procurarem conhecer as suas origens, descobrir o seu passado é muito frequente, colocando-se-lhes muitas interrogações, tais como, quem era a minha família de origem?, sou parecido/a com os meus pais?, onde posso encontrar informações sobre o meu passado?, ou outras questões, como refere Paula: “no entanto, a certa altura da minha infância, surgiram questões na minha cabeça: Porquê eu? Quem era a mulher que me tinha dado? Porque é que ela me entregou? Tudo questões normais na cabeça de uma criança”.
Mesmo com algumas dificuldades, é bom que os pais adotivos possam ajudar a satisfazer esta curiosidade e preocupação. A Paula contou-nos que os seus pais adotivos, a pedido dela, caminharam com ela na procura do passado das suas origens: “Pedi aos meus Pais para me levarem à minha terra, para conhecer quem me tinha dado. Não foi fácil para eles, mas fizeram-me a vontade e fomos ao encontro das minhas origens, devia ter uns 8 anos”.
Esta necessidade e preocupação corresponde, muitas vezes, à procura de encerrar uma fase do percurso da adoção que permita responder definitivamente às dúvidas e às suposições e obter as respostas sobre a sua identidade e a história da sua origem biológica. Além de apaziguar a sua ansiedade, a satisfação desta necessidade também permite que as crianças possam compreender as razões de terem sido adotadas, circunstância, muitas vezes, percebida como uma situação de abandono. Paula testemunhou isso: “Hoje percebo porque fiz este pedido, queria fechar esta fase da minha história e acreditava que, ao ir conhecer as minhas origens, iria teria as respostas às minhas dúvidas. E tive. A realidade daquelas pessoas não era a minha, e deixei de perguntar: Porquê eu? Para agradecer, sim agradecer o facto minha progenitora me ter entregue a outra família, por ter tido consciência que não seria capaz de me dar o que todas as crianças precisam, que é amor, um lar, educação, alimentação. Percebi que, infelizmente, há quem não saiba o verdadeiro significado de Amor e Família, percebi também que não é culpa delas. Não a culpo, a vida não era fácil, eram muitas bocas para alimentar, assim como eu, também mais 2 irmãos foram dados para adoção.”
Paula sente-se atualmente agradecida à sua mãe biológica, pela coragem da decisão que tomou: “Atualmente agradeço profundamente à minha progenitora por ter tomado a decisão que tomou, se não fosse ela eu não seria o que sou hoje não teria uma família fantástica, eventualmente não seria tão feliz como sou”.
As perdas vividas pelas crianças e adolescentes adotadas não se limitam à perda dos pais biológicos, mas alargam-se à perda de irmãos biológicos, elementos da família alargada e de cuidadores anteriores. O reencontro pode, por isso, envolver todo este coletivo. Pode também ser um reencontro protegido que em se apresentam os parceiros da vida atual. Paula reencontrou um dos irmãos biológicos que também sentiu a necessidade de procurar a sua irmã. Neste reencontro, a Paula quis levar os seus pais adotivos e o namorado: “Nunca mais tive contacto com a minha origem, até que um irmão me procurou quando eu tinha 19 anos, o que para dizer a verdade não me agradou. Marquei um encontro em local público e fui ao seu encontro. Nesse encontro, quis que estivessem presentes os meus pais e o meu namorado, atualmente meu marido. Foi apenas um encontro que não se repetiu, porque eu não quis”. Os reencontros podem ser apenas um momento para não repetir.
As crianças e adolescentes adotados podem viver vidas muito felizes. A Paula sente que teve uma infância e adolescência feliz com os seus pais adotivos, apesar de alguma rebeldia: “Tive uma infância super feliz, uma adolescência desafiadora para a minha mãe, sempre tive o coração ao pé da boca e sempre disse o que sentia no momento e isto é para o bem e para o mal”.
Na construção de relações saudáveis entre filhos e pais é fundamental que se aplique o princípio da verdade. É necessário que não exista segredos entre ambos. Assim, quando os pais adotivos omitem aos filhos o facto de terem sido adotados e a sua história de origem, prejudicam a construção da sua identidade, confiança e segurança. Isso não representa que a adoção e a sua história passem a ser o assunto principal da relação entre pais e filhos. Paula mencionou que: “O facto de ser adotada nunca foi segredo, os meus pais sempre me disseram que não era segredo, mas também não havia necessidade de andar a apregoar a minha história”.
Na sociedade portuguesa, as crianças, adolescentes e as famílias adotantes ainda são alvo de estigmatização e discriminação, sendo a adoção considerada por muitas pessoas como uma filiação de segunda. Paula sente isso mesmo: “E isto é verdade, a sociedade não está preparada para lidar com o que é diferente do convencional, o dito normal. Tal como há descriminação pela cor da pele, pela orientação sexual, para ideologia religiosa ou política, o facto de se ser adotado também é motivo de descriminação principalmente quando somos crianças, as crianças são o melhor do mundo, mas também são maldosas umas com as outras. Eu nunca senti descriminação por parte de colegas ou professores, mas agora em adulta percebo que em alguns momentos houve familiares que tiveram atitudes que não era suposto terem e que com outras crianças não tinham. Tudo se ultrapassou e hoje até as perdo-ei, com toda a certeza são pessoas mal resolvidas. Os anos passaram cresci, sem mágoas nem ressentimentos”.
A experiência de adoção positiva pode bem funcionar como um estímulo as que as crianças adotadas, quando adultos, queiram também ter filhos adotivos. Este foi o caso de Paula que sonhou ter dois filhos, sendo um deles adotado: “Sempre disse que queria muito ser mãe, que queria muito ter 2 filhos e que um seria adotado”.
Mas nem sempre o desejo se concretiza com um filho biológico. O enorme desejo de ter um filho faz com que os pais corram riscos, às vezes o risco da morte precoce de um filho. Isso é fatal para o sonho, um gorar das expetativas que se tinha acerca daquele filho. Como conta a Paula, não existem palavras para descrever o sofrimento da perda de um filho: “Casei com 23 anos, não engravidei nos primeiros anos de casada pela minha situação clínica e também e por queremos aproveitar a vida a dois durante uns anos. Até que em 2008, sem programar, engravido, e mesmo sabendo que seria uma gravidez de risco pela minha insuficiência renal, eu e o meu marido decidimos seguir em frente. Passei toda a gravidez de cama, e mesmo assim em janeiro de 2008, às cerca das 26 semanas tive um parto pré-termo com nado morto. Não consigo descrever por palavras o que se sente nessas horas antes e depois do parto”.
Muitas vezes, para os pais, a adoção representa a superação de perdas e lutos (pelo filho biológico que não conseguiram ter). Este luto implica que se defina um novo caminho como o de adotar um filho. Foi assim que aconteceu com a Paula: “O meu primeiro projeto de formar família tinha-se desmoronado. O nosso desejo de ser pais era um desejo mais profundo do nosso coração. Biologicamente eu não tinha coragem de voltar a tentar, não só pelo que tinha passado, mas também por ir iniciar hemodialise uma vez que a minha condição clínica se agravou após o parto. Uns anos após a morte da nossa bebé, o meu marido pergunta-me se eu estava preparada para ser mãe através da adoção”.
O percurso de vida em que se experimenta uma perda e luto de um filho biológico, gera, muitas vezes, a necessidade da sua resolução através da assunção da condição de pais adotivos. Este processo envolve uma sucessão de fantasias, valores, desejos e expetativas em relação à parentalidade. Sobre isso, Paula reportou-nos a necessidade de tomada de uma decisão com perfeita noção e a convicção do novo caminho a percorrer: “E assim começa uma “aventura” para a qual ninguém sabe se está preparado, para ser pai, só quando se é pai é que se descobre o verdadeiro significado da palavra Pais. Uma das diferenças entre sermos pais biológicos e pais do coração é que ser pai do coração é uma decisão que é tomada em consciência e com a certeza do passo que se vai dar. Entregamos o processo na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, passamos por todo o processo de avaliação do processo, fomos a 2 reuniões com outros candidatos na qual se partilha expectativas e onde as técnicas nos transmitem informações preciosas para quando o grande dia chegar”.
Com o esperado telefonema chega uma criança desejada. Este é um acontecimento vivenciado com enorme alegria e expetativa pela família adotante, porque vão tornar-se pais, irmãos, tios e avós. Não existem palavras que expressem este dia de felicidade, um sonho que se concretiza, como foi o de Paula: “No dia 18 Novembro de 2013 recebemos o tão desejado telefonema, no qual nos dizem que encontram um menino que se enquadra no nosso perfil e que temos de nos encontrar para que nos possam transmitir a história da criança para que tomemos a decisão de aceitamos ou não. O momento do telefonema é indescritível, o meu coração começou a bater acelerado, comecei a chorar de alegria, a ansiedade aumenta com a passagem dos minutos e das horas”.
Segue-se um “nascimento” pela adoção, através da história anterior de experiências vivenciadas daquela criança ou adolescente que é descrita à família adotiva, é um momento único e especial, como nos conta a Paula: “Quando nos sentamos na mesa com a equipa técnica que nos tinha acompanhando durante todo o processo, para que nos transmitam a história daquele que vai ser o nosso filho, tudo se encaixa e tudo faz sentido. A realidade do meu filhote, é muito diferente da minha, sempre viveu em instituição, o contacto com a progenitora foi pouco ou nenhum, esta também esteve institucionalizada durante a gravidez numa residência para crianças e jovens em risco, era uma jovem de 18-19 anos com um histórico de consumos sem dizer de quem era do bebé que esperava ou sem saber, o primeiro registo do meu filho é filho de pai incógnito”.
Depois de tomar a decisão de adotar, os pais adotivos preparam o desejado momento do encontro com o filho. Esse momento de se tornarem pais pela via da adoção não é diferente de quando se tornam pais pela via biológica. Sobre isso, Paula conta-nos que: “Tivemos 2 semanas para organizar um quarto para um bebé que estava para chegar, elaborar um álbum de fotografias com fotografias nossas e da família para que as técnicas da instituição pudessem ir preparando a nossa chegada e para que o nosso bebé se fosse familiarizando com a nossa imagem”.
Depois, é preciso que se encontrem para se conhecerem. A Paula referiu-se assim os primeiros dias em que conheceram o seu filho: “Dia 2 de Dezembro de 2013 fomos à instituição conhecer o nosso príncipe, este foi um dos melhores dias da minha vida, e iniciar o período de adaptação de 5 dias que é o que está determinado por norma. O nosso pequeno príncipe, com 2 anos, passado uns minutos de estar connosco, chama-nos mamã e papá, estas palavras soaram nos nossos ouvidos e alojaram-se no nosso coração de uma maneira que só quem tem uma experiência como a nossa consegue perceber. No segundo dia saímos para ir ao parque, quando regressamos à instituição o nosso pequeno príncipe chora não por estar com medo, mas porque não nos quer deixar, agarra-se ao pescoço do Pai como uma lapa para não o deixar ir”.
A separação, tal como o encontro entre uma criança adotada e os seus novos pais é sempre uma emoção intensa. Paula conta-nos que, tal como ela quando conheceu os pais adotivos, o seu filho também chorou, mas por razões diferentes: “Tal como eu chorei no dia em que conheci os meus pais, também nós e o nosso príncipe choramos, no meu caso porque saí do colo daqueles que identificava como família e fui para o colo daqueles que seriam e são a minha verdadeira família, o meu príncipe chorou porque queria vir connosco que para ele já eramos os dele e nós por não o querer deixar ainda mais por sabermos como ele tinha ficado triste e por ele já ser nosso”.
Iniciado o primeiro acolhimento segue-se a necessidade de preparar o dia a dia. A criação da parentalidade, reforço dos vínculos relacionais e progressivo distanciamento em relação à vida anterior: “No Terceiro dia, fomos logo de manhã, tinha consulta no centro de saúde nesse dia fomos à consulta com ele na companhia das técnicas da instituição, que foram convidadas a sair do gabinete pela médica por ele estar impaciente e a chorar, recordo-me da médica dizer para elas saírem por já não fazerem parte da vida dele, o que é certo, é que após a saída delas ele acalmou e a consulta correu na perfeição”.
Paula contou-nos como foi a chegada do filho a casa e adesão intensa que teve ao acolhimento que lhe tinham preparado: “O que seria o terceiro dia, a ser o último segundo as técnicas e a médica, seria prejudicial haver nova separação naquele dia, e como estávamos longe do nosso domicílio não seria possível passar a noite connosco e voltar no dia seguinte, então ficou decidido que viríamos para casa naquele dia. Acredito no destino, acredito que o que está destinado para nós está destinado para nós, e a integração do meu filho é a prova disso chegamos a casa ele entrou foi ao quarto como se sempre tivesse vivido nesta casa”.
Depois, mais tarde, é preciso ser verdadeiro e natural. Tal como os seus pais adotivos, também a Paula não escondeu ao filho que ele era adotado, nem teve medo de responder às dúvidas que iam surgindo: “O meu filho sabe e sempre soube a sua história, de acordo com a idade sempre que fui respondendo às questões que lhe foram surgindo. É um assunto livre em casa, ele pode partilhar com quem quiser, quando achar que o deve fazer”.
E depois vem a consolidação da alegria, apesar das dificuldades. Paula partilhou connosco uma história de um amor incondicional que se gerou ao longo de um caminho sonhado e realizado: “Tudo passou e tudo está certo, já lá vão 11 anos de amor incondicional. Ser pai não é um mar de rosas, quer sejam biológicos ou do coração, mas os pais do coração tem que lidar com as histórias de vida que os filhos trazem com eles, não há um antes e um depois da adoção, há uma vida desde o dia no nascimento que nestas crianças são sempre muito traumáticas, não sei o que é mais marcante, se ser entregue pela própria progenitora ou estar sempre desde o nascimento numa instituição (…) Há uma coisa que eu sei e não tenho qualquer dúvida, é o melhor do mundo ser mãe.
Paula finaliza o seu testemunho dizendo: “Como sempre ouvi:” Parir é dor criar é Amor. E eu sei bem disso, vivo duplamente o verdadeiro significado da palavra Amor de mãe e filhos. Acredito profundamente que temos que estamos destinados uns aos outros, quer seja por relacionamento amoroso, quer seja por amigos, quer seja filhos. Sou verdadeiramente agradecida por tudo à vida”.
Reflitamos, pois, no exemplo da Paula e da(s) sua(s) família(s).