Acredito profundamente que a essência da designação de “Empreendedor Social” – hoje já parte do léxico comum de um cidadão médio mas que, até há bem pouco tempo, não era do conhecimento da grande maioria das pessoas -, não é mais do que uma atitude e uma forma de estar na vida que nasceu há muitos, muitos anos. Tempos que remontam às idades em que surgiram as primeiras comunidades. E, com elas, os primeiros membros preocupados com a “coisa social”.

Com efeito, qualquer indivíduo que coloque as suas competências, interesses e paixões ao serviço de um bem maior (de um objetivo que extravasa as fronteiras de si mesmo), tem automaticamente o tipo de atuação que lhe pode atribuir o epíteto de “empreendedor social”. São, pois, pessoas e grupos de pessoas que se focam em criar valor para outras pessoas, procurando resolver problemas sociais existentes, que não estão a ser solucionados ou cujas soluções são insuficientes ou ineficientes, com recurso a modelos inovadores, sustentáveis e com potencial de escala.

Mas o que mais fascina nesta tendência socioeconómica é que ela transporta, nas suas entranhas, uma mensagem grande de fé e esperança – a de que a potência para se ser um empreendedor social está em todos, a diferentes escalas e de diferentes formas. Sobretudo os que ainda nada fizeram. Pois, para esses, o caminho de crescimento é maior ainda. Todos podemos chamar em voz alta e sem vergonha o Super-Herói que há em nós, sendo para tal apenas necessário que sejamos a melhor versão de nós mesmos.

O “empreendedorismo social” atual e o seu estado de arte, nascido nos anos 70 do século passado, permite agora, pela primeira vez na história do homem contemporâneo – e talvez por isso esteja a ser tão falado – pensar numa sociedade onde todas as suas forças e agentes trabalhem em conjunto, de uma forma que não consuma mais recursos do que aqueles que consegue gerar e com foco no benefício coletivo. Uma mudança paradigmática de um modelo capitalista de mercado puro para uma economia convergente. Uma Economia de Propósito. E ela já está acontecer. Se não acredita, continue a ler os próximos capítulos desta coluna.

Frederico Fezas Vital, Terra dos Sonhos

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