Elon Musk, CEO da Tesla, diz que o uso de hidrogénio como fonte de energia é “incrivelmente estúpido.” Para Musk, este é um investimento “extremamente tonto” devido ao complexo, incerto e potencialmente desastroso processo de extração do hidrogénio ser “terrível” e “extremamente ineficiente”.

Isto é desmentido por João Galamba, Secretário de Estado da Energia, que chama “mentiroso do pior” e “aldrabão encartado” a quem discordar que o hidrogénio seja uma das melhores fontes de energia do mundo; algo onde os pobres Portugueses devemos arriscar e gastar 700 por cento mais dinheiro per capita do que os ricos Alemães e infinitamente mais do que Musk, que não arrisca nada.  Em quem devemos acreditar? No mais bem-sucedido empresário do mundo nas energias renováveis, ou em mais um eterno dependente da política portuguesa?

A resposta não é difícil, uma vez que Musk gera milhares de milhões de euros de lucro para os acionistas das várias empresas que fundou, enquanto Galamba gera milhares de milhões de euros de prejuízos para os seus acionistas, ou seja, os contribuintes portugueses. Naturalmente, com práticas de gestão tão distintas assim, as ações da rica Tesla valem mais de 200 mil milhões de euros enquanto, no extremo oposto à boa gestão, o pobre Portugal deve cerca de 260 mil milhões de euros.  Por exemplo, no verão de 2017, o então deputado Galamba desapareceu da Assembleia da República e impossibilitou a conclusão, aquando da votação, sobre a investigação de 3 mil milhões de euros dos contribuintes perdidos na Caixa Geral de Depósitos.

João Galamba parece um clone do seu mentor e antigo herói José Sócrates, que o foi buscar para a política e para o Parlamento na década de 2000. Nos negócios da energia são ainda mais parecidos e defendem os mesmos interesses.

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No verão de 2005, no final de Julho e antes das férias de Agosto, Sócrates apostava 3 mil milhões dos nossos impostos em negócios na energia renovável da moda de então, a eólica, afirmando que “ser amigo do ambiente” iria “dinamizar a economia.” Uma festa.

No verão de 2020, no final de Julho e antes das férias de Agosto, Galamba aposta 7 mil milhões dos nossos impostos em negócios na energia renovável da moda agora, o hidrogénio, afirmando que promover a “descarbonização” vai “desenvolver a economia”.  Outra festa.

No entanto, a aposta mais segura, uma que certamente Musk faria, é que com políticos como Galamba, tal como com Sócrates, a economia portuguesa vai continuar a definhar, estagnada nos últimos lugares da Europa em todos os índices económicos do Eurostat, e a ser humilhantemente ultrapassada até pelos países do antigo bloco comunista, com a dívida nos valores mais altos de sempre. Isto, precisamente, devido à nossa economia estar asfixiada por uma das energias mais caras da Europa e devido aos impostos de um país pobre e com tantas necessidades serem desbaratados assim de forma tonta e megalomaníaca, aos milhares de milhões, por governantes sem quaisquer qualificações empresariais.  Políticos sempre envolvidos em grandes negócios com a GALP, EDP, REN ou outras companhias que tiveram, têm, e terão ex-políticos nas administrações a receber milhões de euros.

Reveladoramente, a Tesla dos carros elétricos não tem políticos na sua administração, só empresários a sério. Por isso, é bem-sucedida e não anda sempre de mão estendida para o Estado. Por dar retorno aos investidores com bases sólidas em conhecimentos tecnológicos e físicos, tem muitos investidores a quererem financiá-la através dos mercados, em vez de contribuintes forçados a gastar dinheiro, infindavelmente e sem retorno, em negócios privados da energia.

Nada disto é um infortúnio insolúvel ou inexplicável. A companhia Tesla é rica e bem-sucedida porque tem uma liderança construtiva e excelente, qualificada profissional e empresarialmente; a nação Portugal é pobre e endividada porque no hidrogénio e em tantas outras áreas tem uma chefia política destrutiva e péssima, sem experiência profissional ou empresarial, em áreas que não domina, mas onde gasta milhares de milhões de euros irresponsável e levianamente, sem discussão nem olhar a objeções de peritos tecnológicos, aos quais em vez de ouvir, insulta  – como fez aos 44 signatários do manifesto que questionava a estratégia nacional do Governo para o hidrogénio, incluindo corajosos professores do Instituto Superior Técnico, especialistas em energia.  A solução parece óbvia. Portugal tem de desinvestir em políticos sem profissão, que não a dependência da política, e investir em quem saiba gerir.  Tomando de empréstimo as expressões de Musk, persistirmos nessa cultura política portuguesa “terrível” e “ineficiente” parece ser algo “incrivelmente estúpido” que tem levado a resultados desastrosos.  Se não mudarmos de classe política, então boa sorte a todos nós portugueses, para que Galamba ou qualquer um dos seus colegas “jovens turcos” no Governo possa vir a ter resultados diferentes de Sócrates.