Titulando este artigo com uma frase cunhada por João Cotrim Figueiredo e que se tornou icónica nos debates televisivos para estas legislativas, pretendo desmontar um mito muito propalado pela esquerda socialista, colectivista e estatizante de que faz uso não apenas para atacar o liberalismo e a Iniciativa Liberal, como também para ser o mote justificativo daquilo que defendem.

O mito é o seguinte: Só uma economia e uma sociedade com um grande pendor Estatal pode apoiar os desvalidos, criar melhores condições aos desfavorecidos e dar oportunidade a todos.

Repare o leitor que até fui benévolo na exposição do mito. Amiúde, a justificação que é dada pelos correligionários dessa esquerda é a promoção que o seu modelo faz da igualdade. A História não desmentiu essa ideia. Ficou demonstrado, mais do que uma vez, em mais do que num sítio e por mais que uma cultura e sociedade que a igualdade que defendem se consegue sim, mas é na pobreza.

O quadro abaixo relaciona diferentes proporções da despesa pública sobre o PIB de cada país com o investimento público, per capita, que cada país faz.

¹Dados Israel 2019 ²Dados de Portugal, Irlanda, Holanda e Suíça 2018

A linha azul indica o peso relativo do Estado em cada um dos países constantes do gráfico tendo o seu eixo à direita. As barras laranja e cinza indicam a despesa por habitante em saúde e educação respectivamente com eixo à esquerda.

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Da observação deste gráfico resulta claro que não é pelo Estado assumir maior peso na economia de um país que há maior investimento na saúde, na educação ou em qualquer outra dimensão da sociedade.

Todos os países no gráfico apresentam maior despesa pública por habitante em Saúde e Educação que Portugal e, em todos eles, o peso que o Estado assume na riqueza total dos países é menor. Nalguns casos muito menor.

É evidente que cada país tem a sua realidade e estes dados devem ser contextualizados. A Coreia do Sul, por exemplo, é o país, dos apresentados, cuja despesa pública em função do PIB é menor (quase metade da portuguesa) e não só, ainda assim, despende mais recursos públicos por habitante que Portugal para a saúde e educação como a despesa per capita em defesa é quase o dobro da portuguesa.

De facto, quando o Estado dá o palco ao individuo e deixa para este o papel de protagonista, o resultado é duplo. Não apenas se assiste a maior criação global de riqueza como a um minguar de pessoas necessitadas de ajuda. O resultado? Muito mais recursos disponíveis para uma efectiva ajuda a quem necessita.

Este artigo e o gráfico que ele contém referem-se apenas à despesa pública. Contudo, importa referir que o que possibilita o assistencialismo, a saúde, a educação e tudo o resto não é o Estado. É a riqueza duma nação.

Não é lícito pensar que tudo o acima mencionado não seja conseguido por cada indivíduo imputável e capaz e/ou pela sociedade civil como um todo através de generosidade sobre a forma de associações, fundações, pro bono, prestação gratuita de serviços de educação e saúde pelos privados, ajuda de proximidade ou vizinhança, etc… Uma coisa é o que possibilita a ajuda, a riqueza, outra coisa é a forma como se ajuda, seja através do Estado ou das forças vivas da sociedade.

Todo o socialismo tem promovido pobreza, nivelando por baixo as sociedades, embora, como em tudo, existam melhores e piores socialismos. Em Portugal, infelizmente para todos nós, seja com a capa do PSD, o capote do PS ou, mais recentemente, uma manta de retalhos envolvendo um cocktail de derivados comunistas, este país tem sido vestido com diferentes trajes socialistas e os resultados estão à vista… é de partir qualquer espelho.

Nestas legislativas votarei novamente na Iniciativa Liberal, porque só com este partido haverá uma mudança de paradigma. Só com o liberalismo os incentivos para toda a sociedade e para cada um dos indivíduos serão aqueles que podem gerar riqueza e as oportunidades que nivelam uma comunidade por cima. Só com o liberalismo poderemos tirar Portugal da estagnação crónica a que temos sido condenados. Porque o liberalismo funciona e faz falta a Portugal.