Este País que se chama Portugal vive refém, desde há muito, do “sistema”, da situação, do status quo e de todos os que nele se instalaram e dele dependem.
E o que é o status quo? Sem ser necessário ir mais atrás, no novo milénio (desde 2000), o PS foi governo durante 16 anos e 8 meses (Guterres, Sócrates e Costa). O PSD (só, ou com o CDS) foi governo durante 7 anos e 4 meses (Durão, Santana e Passos).
Mais ninguém governou o País, senão estes dois partidos e as suas tropas, compostas as mais das vezes por videirinhos dos interesses, que povoam também o aparelho administrativo do Estado.
Claro que há, em todos os partidos, incluindo os do poder, pessoas muito válidas e competentes nas suas áreas de especialização, bem-intencionadas, com genuína vontade de melhorar a vida dos portugueses em geral, e com verdadeiro espírito de missão.
Mas a verdade é que os partidos de poder estão povoados por pessoas que só conseguem prosperar através da coisa pública. Pessoas que andam a fazer pela vida, muito legitimamente, mas à custa do dinheiro de todos nós.
E todos, sem exceção, pagamos um preço terrível por isto, que é a total estagnação da economia portuguesa.
Entre 2000 e 2023, a economia portuguesa cresceu, em termos reais acumulados, cerca de 20%, um crescimento médio anual de 0,8%.
Miserável. Insustentável. Sobretudo quando a base sobre a qual assentou este crescimento pífio era, já por si, muito abaixo da média europeia.
Na verdade, as políticas seguidas pelos partidos de poder, e o modelo de desenvolvimento, assente na despesa do Estado e na distribuição de rendas, incentivos e subsídios, não têm contribuído para que os portugueses sejam mais ricos e criem também mais riqueza, antes têm distribuído e generalizado a pobreza.
Portugal é o País no qual o esforço menos compensa, o risco é bom só para os outros e a iniciativa é sufocada pela necessidade de “não fazer ondas” que agitem a situação.
Contra esta tirania dos interesses instalados, temos como alternativas os partidos mais à esquerda, coletivistas, dirigistas e ainda mais estatizantes, pelo que, na parte que me toca, não são alternativa, bem pelo contrário, são profundamente iliberais e só iriam agravar ainda mais a pobreza nacional.
Depois, anda agora por aí um ex-comentador da bola, arvorado em voz antissistema, mas que mais não é – tal como as promessas desconchavadas indiciam e os constantes ziguezagues anunciam – do que um subproduto de má qualidade e duvidosa consistência do próprio sistema.
Perante este cenário, com o PS a ter desbaratado, sem que se perceba porquê, uma maioria absoluta que lhe foi confiada pelos portugueses e com a qual nada fez, com uma AD que é mera cosmética, porque só o PSD conta, e que não consegue descolar na mobilização, na adesão às suas propostas e nas sondagens, a Iniciativa Liberal parece ser, efetivamente, a única verdadeira alternativa, a única verdadeira proposta de mudança para melhor, face à situação, ao status quo.
A Comissão Executiva do partido anunciou já objetivos eleitorais, um sonante “crescimento de 50 por cento no número de deputados, de oito para doze”, quando todas as circunstâncias políticas e económicas parecem permitir aspirar a muito mais.
Os objetivos definidos parecem minimalistas, mas, se cumpridos, permitirão que a IL clame vitória na noite do dia 10 de março.
Se os resultados se ficarem pelos objetivos definidos, no entanto, ficarão aquém da capacidade de influência e de mudança de que Portugal precisa urgentemente.
Sei que alguns temas da vida interna da Iniciativa Liberal têm merecido muita atenção, quiçá excessiva, por parte da comunicação social e, eventualmente, dos portugueses. Mas também sei que, na hora do voto, isso nada interessa.
Feitas todas as análises e comparações, no “fim do dia”, com todos os defeitos que possa ter e erros que possa cometer, a Iniciativa Liberal é o partido que apresenta as ideias e as propostas de mudança que realmente contam, que realmente mudam.
Da minha parte, membro da Iniciativa Liberal, Coordenador do Núcleo Territorial de Alcochete, Conselheiro Nacional do partido e candidato pelo círculo de Setúbal, sei que estarei na rua, na campanha, para que os objetivos sejam não só atingidos, como superados.
Portugal precisa e não pode continuar adiado.