No dia 9 de novembro surgiu o primeiro caso da nova variante sul-africana denominada B.1.1.529 ou Omicron. Apenas foi reportada a 25 de novembro à OMS, que a classificou como preocupante face à capacidade de contágio e propagação ainda superior à variante delta . Até ao momento o que se sabe é que já foi detetada em Hong Kong, Botswana, Bélgica, Itália, Alemanha e Reino Unido. Mas certamente mais países irão confirmar esta nova variante nos próximos dias.
Mutações ainda mais resistentes já eram esperadas face ao atraso na vacinação no continente africano. Vacinação em duas velocidades favorece e de que maneira o aparecimento de mutações capazes de não responderem às vacinas. Não podemos dar um minuto de avanço ao vírus. E em África demos meses face à incapacidade e ineficácia de vacinar a população a um ritmo acelerado. Infelizmente não se agoura solução a curto prazo com grande possibilidade de se registarem um número incalculável de mortes nos próximos tempos.
A UE, Japão e a Singapura fizeram bem em proibir voos de sete países da África Austral para o espaço comunitário, nomeadamente de Moçambique, Botswana, África do Sul, Lesoto, Eswatini, Namíbia e Zimbabué.
Portugal e muitos países exigem à entrada o certificado internacional e o teste negativo nas últimas 48 horas por PCR ou antigénio. Mas não é suficiente! É necessário saber onde o passageiro esteve antes de voo de conexão até Portugal. As agências de viagens têm um papel importante neste tipo de informação às autoridades sanitárias . Qualquer passageiro pode ter estado nestes países de risco e depois viajarem até Portugal.
Por outro lado, os turistas que estiverem num país, incluindo Portugal, com permanência igual ou superior a 5 dias devem fazer pelo menos o teste rápido e o resultado enviado para o site previamente facultado pela autoridade sanitária às agências de viagens .
Estamos mais uma vez numa fase crucial da pandemia. Espero que tenham aprendido com as variantes anteriores e façam uma campanha junto das agências de viagens no sentido de informarem aos passageiros que terão de ser rigorosos no cumprimento das regras sanitárias.
Para já ainda não existem dados suficientes sobre a não eficácia da vacina nesta variante. Certamente que os diversos laboratórios envolvidos na produção de vacinas estarão neste momento a fazer o seu trabalho de casa, tentando verificar se Omicron é ou não resistente às vacinas existentes. Até lá o importante é acelerar a vacinação em massa, nomeadamente no continente africano porque outras mutações poderão aparecer a qualquer hora, se não houver solidariedade mundial .
Cada país deveria seguir o exemplo da Task Force de Portugal e colocar um militar no terreno a coordenar o programa de vacinação em grande escala. Não haveria tantos atrasos e a população mundial estaria mais protegida .
Neste momento, face ao agravamento da pandemia, várias organizações sanitárias de diversas regiões ou países optaram por um controlo mais apertado. Estão a fazer testes obrigatórios às pessoas não vacinadas de 7/7 dias e nos vacinados de 15/15 dias. Parece exagerado à primeira vista, mas testar é a palavra chave para evitar a propagação do vírus pela comunidade. Não vamos deixar que o SARS-CoV-2 nos vença.
Maior solidariedade mundial e capacidade de reação e acima de tudo de antecipação/prevenção dos acontecimentos, são as verdadeiras armas que temos para vencer a pandemia.