Lembram-se do “murro no estômago” de Passos Coelho, quando chegou ao poder e as agências de rating voltaram a baixar o rating da República? Passaram quase três anos, outros vieram de caminho. Mas o de hoje, politicamente falando, não podia aparecer em pior altura.

Falta pouco mais de uma semana para as eleições europeias, reconhecidamente um teste difícil para a maioria no Governo. E é neste timing que sabemos que o PIB caiu no primeiro trimestre, quando comparado com o último de 2013 – e caiu 0,7%. Nenhum analista o conseguiu prever. Nem a oposição. Mas não é preciso ser adivinho para saber o que, agora, a oposição vai fazer destes dados.

A questão será, porém, mais complexa do que ouviremos hoje ao longo do dia. Ontem à noite, por exemplo, o Jornal de Negócios dizia já que a taxa de poupança dos portugueses baixou em abril para níveis de 2011 – depois de uma extraordinária recuperação em pleno ajustamento. Diz agora o INE que as importações aumentaram bastante até março. Voltamos ao problema: a economia mudou mesmo com a troika? A sério?

Convém não tirar conclusões imediatas hoje, como já era conveniente não as tirar há uns meses (como alguns no Governo fizeram). Um exemplo: o investimento começa a recuperar. E por quê? Outro: em variação homóloga o PIB cresceu 1,2%. É precisamente o que o Governo estima para o final do ano.

Não sei, francamente. Vou ter de esperar. Entretanto ficamos a ver a banda a passar – a das caravanas partidárias, que vão distribuindo canetas pelas ruas de Portugal.

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