Óscar Benavides reencarnou em António Costa. Não sei se estão a ver quem é: Benavides foi presidente do Peru em 1914-1915 e em 1933-1939. Não sendo conhecido pela sua generosidade a tratar os adversários, entrou na História (e nos livros de citações) com uma frase que era todo um programa político: “Para os amigos, tudo. Para os inimigos, a lei”.
António Costa tem, como se sabe, muitos amigos e muito inimigos. Por isso, dá-lhe especial jeito que a frase passe da retórica para a acção. E, de facto, tem passado.
O ministro Adjunto Pedro Siza Vieira abriu uma empresa imobiliária um dia antes de ir para o Governo (o que é uma audácia), fez-se sócio-gerente (o que é uma cegueira), entrou em incompatibilidade (o que é uma imprudência), corrigiu a situação algum tempo depois (o que é um atraso), recusou dar explicações totais sobre o caso (o que é uma insensatez) — e, finalmente, foi resgatado pelo primeiro-ministro, que assegurou no parlamento que se tratou apenas de um lapso.
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