Três mil e oitocentos metros. Esta distância, tão curta diriam alguns para a sua corrida de final de dia, parece ser impossível de esbater quando entendemos que três mil e oitocentos metros distam da São Caetano ao Caldas.

Desde o ocaso parlamentar do CDS nas últimas eleições legislativas, a direita portuguesa tem vivido um período de readaptação de forças e identificação de poderes. A crescente relevância política, mediática e parlamentar ganhas pelo Chega e Iniciativa Liberal levaram a um esvaziamento do eleitorado do CDS que, com quase dois anos passados, parece apostado em contar espingardas, reunir e reconciliar tropas para atacar o ciclo eleitoral que se aproxima e que se apresenta como decisivo para a sobrevivência de um CDS relevante.

Do lado da São Caetano, a toada continua a ser a da pouca assertividade. Rui Rio nunca conseguiu (ou nunca quis) distanciar-se e ser uma verdadeira alternativa à governação de Costa e Montenegro cedo se mostrou como mais um erro de casting, quer pela falta de killer instinct para aproveitar as constantes trapalhadas governativas, mas acima de tudo pela incapacidade de se rodear e mostrar que representa uma alternativa real e credível para amanhã.

Encontramos aqui, no Eixo São Caetano-Caldas, os ingredientes para um casamento perfeito. Se por um lado encontramos um PSD líder da oposição, com poder eleitoral e sedento de ideias e de sangue fresco e pulsante, vítima do envelhecimento dos seus Quadros, fruto dos anos afastado do poder, do outro lado temos no Caldas um partido que, embora tenha perdido o seu poder parlamentar, continua a ser uma referência na criação de quadros, gente competente, com ideias, profissionais de referência nas suas áreas e que se revêm no binómio AD.

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Quer queiramos quer não, os dois partidos estão ligados umbilicalmente. Por tudo o que fizeram juntos pelo país, por serem da mesma família política no Parlamento Europeu, ou por comungarem dos mesmos valores de defesa da Democracia, do Estado de Direito, e de uma direita humanista e responsável, é importante que o PSD e o CDS assumam a sua vocação de governo e façam uma coligação pré-eleitoral para as próximas Legislativas.

Acredito que esta solução pode ser vital para a existência do CDS enquanto partido relevante no panorama nacional, assim como garantia uma forte ligação entre as listas e o eleitorado, que reconhece as pessoas ligadas ao CDS como capazes, integras e com capacidade para levar o país a bom porto.

Mais do que a solução para os desafios a curto prazo dos dois partidos, a direita e Portugal iriam sair a ganhar desta aliança.