Assistimos nos últimos dias ao desenrolar de mais um caso e casinho a que o Governo chefiado por António Costa nos foi habituando ao longo destes longos 8 anos.

Business as usual poderíamos considerar mais uma 3ª feira no trabalho não fosse o facto de o Primeiro Ministro ter entendido que deveria apresentar a demissão como consequência de estar a ser investigado pelo Supremo Tribunal de Justiça.

Num passe de magia, voltamos ao país da rosa. Voltamos a ter professores, médicos e casas onde  viver. Portugal voltou a ser tratado como uma economia em crescimento onde o PS, sempre o nosso velho PS é o garante da estabilidade. Aviso à navegação – se todos os anos estivermos a viver pior,  consistentemente pior, estamos estáveis.

Pedro Nuno Santos, já vestindo a capa de futuro Primeiro Ministro, apressou-se a apresentar a sua candidatura a Secretário-Geral do PS e, horas depois, dá uma entrevista onde faz um ato de contrição relativamente aos erros do passado, relativiza a sua visão sobre a TAP, transforma o Jovem  Turco num calmo e moderado observador do Portugal dos últimos 8 anos.

E assim, passo a passo, inicia-se mais uma operação de lavagem da face, uma normalização de tudo o  que se foi passando nos últimos anos e que nos levaram a esta situação.

Perante uma ameaça à sua hegemonia, o PS fecha-se, maquilha-se e volta ao jogo como habitualmente.

Por algum motivo todos os putativos delfins de Costa recolheram à caserna. Lançam José Luís Carneiro à morte para uma derrota anunciada numas eleições que mais cheiram a nomeação, para aparecerem em Março unidos à volta do novo líder, prontos para mais uma legislatura.

Num país onde a culpa fica sempre órfã, e onde o temos uma polarização cada vez maior na sociedade, faz sentido por a mão na consciência. Coletivamente urge pensar o que falhou nos  últimos 50 anos, onde ficámos para trás, que motivos levam a que cada vez mais sejamos os últimos.

Sejam quais forem as razões, é cada vez maior a penumbra que cobre os governos socialistas. Desde Sócrates até aos incontáveis casos e casinhos, o PS vive num clima de impunidade eleitoral neste país  e, mais grave, utiliza-se disso para o arrastar consigo para a lama onde insiste em deixar-se cair.

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