A última  reunião da Infarmed, foi provavelmente das mais importantes realizadas desde a pandemia.

As quatro etapas até voltarmos ao nosso quotidiano pré pandemia, foram bem elaboradas, tendo em conta a percentagem de portugueses vacinados até atingirem  a tão desejada imunidade de grupo  (85% para a variante delta).

Posteriormente, o governo reduziu para três fases , com o mesmo conceito baseado na percentagem da população vacinada .

O agravamento  económico e social depois de um ano e meio de pandemia, numa fase em que as famílias e pequenas e médias empresas estavam a recuperar das exigentes medidas durante a troika, levaram à falência e aumento de dívida das mesmas .

Esta luz ao fundo do túnel, é uma lufada de ar fresco para todos os portugueses, cansados de tantos sacrifícios, tanto por erros políticos do passado na planificação do país como por entrada nas nossas vidas de um vírus de tamanho ínfimo  mas capaz de causar estragos irreversíveis em qualquer um de nós, sem olhar a meios.  Na pandemia, o vírus tanto escolhe os mais fracos e com doenças crónicas e défices imunológicos, como qualquer pessoa robusta e sem antecedentes patológicos .

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Estas previsões são excelentes para os próximos meses, com possibilidade de podermos andar sem máscara em espaços abertos, e voltarmos a conta gotas à nossa vida social.

Para os jovens ávidos de momentos de lazer   durante a noite, certamente que irão dar um grito de liberdade e alegria quando os bares e discotecas abrirem de novo.

A nossa sanidade mental  com confinamento atrás de confinamento, retidos em ambiente fechado e em isolamento profiláctico, estará afectada, com necessidade urgente de regressar a uma vida saudável, sem restrições à nossa liberdade individual.

Mas, temos de ter alguma cautela em relação a este optimismo que é compreensível face à evolução dos factos e ao excelente plano de vacinação da população.

Não podemos esquecer que Portugal é um país muito procurado pelos turistas e temos de estar atentos ao possível aparecimento de novas variantes que podem  mudar totalmente o panorama num espaço curto de tempo. A variante britânica era predominante no país e num abrir e fechar de olhos, com a entrada da variante delta, esta última começou a ser responsável por cerca de 99%, deixando a variante britânica praticamente sem qualquer significado ou responsabilidade no surgimento de casos novos.

Isto deveu-se ao maior grau de contágio da variante delta (mais de 60%) em relação a outras variantes.

Apesar das vacinas atuais poderem controlar a variante delta, há dois factores que temos de ter em conta neste espaço de tempo até voltarmos à era pré Covid 19: a primeira, diz respeito ao número muito reduzido de pessoas vacinadas na Índia, nos  Países Africanos e da América do Sul.  A outra razão tem a ver directamente com a primeira. Trata-se do aparecimento de novas variantes ainda mais agressivas e contagiosas que a variante delta, podendo ser resistente às  vacinas existentes actualmente . Basta acontecer  apenas esta contrariedade para o panorama mudar completamente. Se isto acontecer, o controlo das fronteiras e a quarentena obrigatória  para os países com estas novas variantes, é fundamental para evitarmos uma quinta vaga. Caso não sejam tomadas estas medidas, o regresso ao paraíso será de novo adiado. Vamos acreditar que mesmo se este panorama vier a acontecer a curto prazo, as autoridades sanitárias e os decisores políticos  consigam encontrar soluções que sejam correctas e apropriadas para a população.