O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse que a situação criada com a renúncia da equipa de gestão de Vítor Bento do Novo Banco “cheira” a “instabilidade” e “caiu muito mal no mundo financeiro internacional”.

Manifestando-se como “um não expert na matéria” e baseando-se no que lera na comunicação social, Alberto João Jardim comentou, à chegada à Madeira vindo de Itália onde participou em reuniões do Comité das Regiões, que “o que a comunicação social portuguesa hoje [domingo] dizia era que não estão em causa os depósitos, nem o banco”.

“Foi escolhida uma meta de venda rápida do Banco para realizar o capital que teve de ser investido para safar o Banco e a administração que saiu tinha outra estratégia que era ir, calmamente, fazer o Banco recuperar e, então, a médio ou longo prazo, ponha o Banco a ser cotado na Bolsa”, afirmou.

Alberto João Jardim considerou serem “duas estratégias diferentes. Agora, não se pode é andar nisto”. “Mas, tudo isto, cheira-me a uma completa instabilidade no sentido que envolve o Banco de Portugal e o Governo e as coisas não podem ser assim porque quem está de fora, os meios financeiros internacionais, olha para isto e começa a pensar que isto, em Portugal, vai um completo desatino e transtorno”.

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“Isto caiu muito mal no mundo financeiro internacional, agora vamos ver se isto acerta de vez”.

A equipa de gestão do Novo Banco liderada por Vítor Bento confirmou domingo, em comunicado, que durante a semana apresentou ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração da entidade.

“Em face da especulação mediática sobre o assunto, confirmamos que durante esta semana comunicámos ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na administração do Novo Banco, dando tempo para que pudesse ser preparada uma substituição tranquila”, lê-se no documento assinado pelos três administradores demissionários.

“Gostaríamos de salientar que não saímos em conflito com ninguém, mas apenas porque as circunstâncias alteraram profundamente a natureza do desafio com base no qual aceitáramos esta missão em meados de julho”, sublinham os responsáveis.