O homem morto a tiros no sábado, em França, depois de agredir polícias com uma faca, era um francês convertido ao islão, que exibia uma bandeira do grupo extremista Estado Islâmico (EI), na sua página do Facebook.

Bertrand Nzohabonayo, de 20 anos, nascido no Burundi, tinha antecedentes por crimes comuns, como tráfico de drogas, extorsão ou roubos. Segundo pessoas que o conheciam, de acordo com a agência France Presse, Nzohabonayo passou a usar o nome Bilal depois da sua conversão à religião muçulmana.

Fontes antiterroristas atribuem a Bertrand Nzohabonayo uma conta no Facebook que exibe, desde quinta-feira, uma bandeira do Estado Islâmico, grupo de radicais muçulmanos que já domina uma grande região do norte da Síria e do Iraque.

O incidente aconteceu numa esquadra de polícia de Joué-lès-Tours, no centro oeste da França, na tarde de sábado. O homem entrou na esquadra, feriu no rosto um dos polícias que estavam à entrada e, então, mais dois, até ser abatido por agentes. “[Bertrand Nzohabonayo] gritou ‘Alá é grande’ desde que entrou até ser morto”, disseram as fontes consultadas pela AFP, acrescentando que a investigação passou para as mãos do departamento antiterrorista da Procuradoria francesa. Os polícias feridos estão fora de perigo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O retorno dos ‘jihadistas’ franceses que combateram na Síria, com projetos individuais ou direcionados pelo Estado Islâmico, representa uma ameaça constante, sublinhou o serviço antiterrorista do país.

Entretanto, as iniciativas dos chamados “lobos solitários”, muçulmanos que decidem agir por conta própria, também representam um risco, de acordo com fontes citadas pela AFP. Mais de 1.200 franceses ou pessoas que moram na França estão envolvidas nas redes ‘jihadistas’ ligadas à Síria ou ao Iraque, um número que duplicou desde o início do ano.

O EI encoraja os candidatos à ‘jihad’ (guerra santa) a atacarem “infiéis”, militares, polícias e mesmo civis. A França é um dos alvos do EI pela participação nos ataques ao grupo, no Iraque.