O primeiro-ministro sugeriu o nome do socialista Luís Amado para ocupar o cargo de representante da União Europeia para o Processo de Paz do Médio Oriente, confirmou o Observador junto de fonte do Governo. O nome do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates surgiu na sequência de um pedido de sugestões feito pela Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Federica Mogherini, a Passos Coelho.

Federica Mogherini esteve pela primeira vez em Portugal a 17 de fevereiro, tendo-se reunido nessa altura com Pedro Passos Coelho e com os ministros da Defesa, Aguiar Branco, e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, bem como com o Presidente da República. Depois de receber as sugestões dos vários governos da UE, a decisão sobre quem ocupará o cargo fica nas mãos de Mogherini.

Esta não é, de resto, a primeira vez que o nome de Luís Amado, que pertence à ala mais à direita dentro do Partido Socialista, surge em discussões sobre nomeações do atual Governo para cargos relacionados com política externa. Já na altura da escolha do comissário europeu, quando o PS instou o Governo a indicar uma personalidade da área política socialista e o Governo se recusou a fazê-lo, surgiram várias notícias a confirmar que, nos bastidores, o nome de Luís Amado era visto como a única hipótese possível aos olhos do PSD/CDS.

A sugestão é, por isso, encarada com naturalidade, já que em termos de política externa a posição de Luís Amado é enquadrada numa ala bastante próxima dos social-democratas.

A notícia começou a circular na sexta-feira à noite através do Twitter da eurodeputada socialista Ana Gomes, que tem divergências antigas com o ex-governante, nomeadamente depois da polémica da passagem de voos da CIA por Portugal. Naquela rede social, Ana Gomes revelou que Luís Amado fazia parte de uma short list dada pelo Governo PSD/CDS a Federica Mogherini para ocupar aquele cargo de representação na União Europeia. E classificou-o como sendo “um perito em embrulhos”.

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O socialista Luís Amado ocupa atualmente o cargo de presidente não executivo do Banif, banco onde o Estado é atualmente o maior acionista por via do apoio público concedido durante o período de ajustamento.