O Ministério da Educação e Ciência está mais preocupado com os exames do que com os alunos. Quem o diz é o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). Citado pelo jornal Público, Manuel Pereira lamentou, esta segunda-feira, que “mais uma vez” se esteja “a demonstrar que para o Ministério da Educação e Ciência os exames são mais importantes dos que os alunos”.

Em causa está a dispensa de dois dias de componente lectiva para que os professores tenham disponibilidade para corrigir as provas de Matemática e de Português, as quais foram realizadas por quase 220 mil crianças do 4.º e 6.º ano. Os calendários das provas de final do 1.º e 2.º ciclo voltam, assim, a afetar as escolas nas próximas duas semanas por causa da dispensa concedida aos classificadores — diz Manuel Pereira que, só na semana passada, milhares de alunos ficaram sem aulas.

Segundo um despacho do secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, que deu parecer positivo ao requerimento apresentado pelo presidente do Instituto de Avaliação Educativa, a classificação “é realizada por professores em plena actividade lectiva”, o que faz com que a dispensa seja incontornável, caso contrário “é impossível a afixação de resultados de acordo com o previsto” — isto é, a 16 de junho.

Os dois dias em cima da mesa — que pressupõem que os professores fiquem dispensados de dar aulas — foram reclamados pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) e, segundo estimativas do Júri Nacional de Exames, são cerca de 10 mil os professores envolvidos na classificação das respetivas provas.

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