O Banco de Portugal manteve hoje a sua previsão de crescimento para a economia portuguesa nos próximos dois anos, continuando assim à espera que a economia portuguesa cresça 1,7% este ano, mas pede reformas estruturais e políticas económicas responsáveis. As dificuldades económicas de Angola impedem, por outro lado, a economia de ganhar mais com a desvalorização do euro, diz a instituição.
O cenário pouco muda desde que há três meses o Banco de Portugal apresentou as suas previsões. No Boletim Económico de junho hoje publicado, a expetativa continua a ser que a economia cresça 1,7% este ano, um pouco acima do previsto para a média da zona euro. Nos próximos dois anos o crescimento já deverá estar em linha: 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e 2% em 2017.
A expetativa do banco central é, em geral, positiva. A instituição liderada por Carlos Costa acredita que o maior crescimento da economia, as taxas de juro historicamente baixas e a existência prevista de saldos primários positivos vai ajudar a reduzir a dívida pública, em percentagem do PIB, já este ano.
Os riscos são equilibrados, mas na lista continuam a estar os receios dos últimos anos, como Portugal precisar de avançar com medidas adicionais para controlar uma derrapagem nas contas públicas, que a economia mundial crescer menos que o esperado ou que regressem tensões geopolíticas e nos mercados de dívida.
Por isso mesmo, o Banco de Portugal deixa o alerta: para ter sucesso, Portugal tem de continuar a avançar com reformas estruturais e de colocar em prática políticas económicas responsáveis.
“O sucesso da economia portuguesa dependerá, sobretudo, da sua capacidade para aumentar a quantidade e a qualidade dos recursos produtivos, da prossecução de reformas estruturais que promovam de forma sustentada e equitativa o crescimento económico e de políticas económicas que preservem os equilíbrios macroeconómicos fundamentais. O atual enquadramento internacional favorável representa uma boa oportunidade para aprofundar esta agenda em Portugal”, diz o banco central.