No rescaldo de mais um chumbo redondo ao plano que o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras levou domingo aos credores em Bruxelas, uma sondagem realizada pela GPO (Greek Public Opinion) para a estação televisiva grega privada MegaTV mostra que mais de metade (56,2%) dos inquiridos prefere um “mau acordo” entre a Grécia e os credores internacionais, que implicasse a permanência no euro mas com medidas de austeridade, do que o incumprimento e a saída do euro (35,4%).

Entre os apoiantes do Syriza inquiridos, no entanto, os números não são bem os mesmos, havendo um quase empate técnico entre as duas opções: 45,6% preferem que o país entre em incumprimento (“default”) e que saia do euro, enquanto 43,3% dos gregos que estão do lado do partido no Governo acaba por preferir a hipótese de permanecer no euro, mesmo a custo de um “mau acordo”.

De acordo com a mesma sondagem, que inquiriu um total de 1.000 cidadãos adultos entre nos dias 12, 13 e 15 de junho, 69,7% dos inquiridos afirma que concorda com a “permanência da Grécia na zona euro a qualquer custo”, enquanto 28,9% discorda desta opção, preferindo a Grexit. Na última sondagem realizada pela mesma empresa em janeiro, no entanto, 80,3% tinham optado pelo sim à permanência na zona euro, e apenas 17,2% tinha defendido a saída.

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Em relação à moeda, 68,5% dos inquiridos diz que votaria a favor da moeda única num hipotético referendo sobre o assunto, enquanto 27,6% preferiria voltar à moeda nacional. Entre os declarados apoiantes do Syriza a tendência é a mesma: são mais os que preferem o euro do que o regresso à moeda antiga (53,8% contra 39,5%).

Quando questionados sobre o desfecho da história, a maioria dos inquiridos (67,8%) acha que as negociações entre a Grécia e os credores vão terminar com a Grécia a fazer a maioria das cedências e concessões, ao passo que 19,4% dos inquiridos pensa que o acordo vai ser feito depois de as instituições internacionais darem o braço a torcer. Há ainda uma parcela dos inquiridos que não está tão confiante quando à existência de um acordo, com 8,3% a dizerem que as negociações vão levar à rutura total entre gregos e credores.

Ainda assim, a maioria dos inquiridos concorda com a estratégia de negociação da dupla Tsipras-Varoufakis: 54,3% dos gregos questionados concordam, 43,8% discordam.

No que diz respeito a intenções de voto, é o Syriza que continua a liderar, sem sofrer grandes abalos. Se houvesse novas eleições agora, os cidadãos gregos inquiridos continuariam a dar vitória ao partido de Alexis Tsipras e Yannis Varoufakis: 35,1% votariam no Syriza, que ainda assim regista uma queda 1,4 pontos percentuais face ao último inquérito da mesma empresa, de janeiro. Em segundo lugar segue a Nova Democracia, com 23% das intenções de voto (cresce um ponto), depois o Potami, com 6%. Em último lugar continuam os socialistas do PASOK, com 3,2% das intenções de voto e em queda face ao inquérito anterior.