A Rússia bombardeou esta quarta-feira a Síria com 26 mísseis. Já se sabia que os mísseis tinham sido lançados a quase 1500 quilómetros da Síria, tendo passado, no caminho, pelo Irão e pelo Iraque. Mas, segundo dois oficiais norte-americanos não identificados, alguns terão ficado pelo caminho e aterrado no Irão.

A informação foi dada à CNN pelos responsáveis, que preferiram permanecer anónimos. Um dos responsáveis sugeriu à estação que os mísseis podem ter causado danos na região, mas a outra fonte referiu que esses dados não são ainda conhecidos.

Entretanto, o exército russo desmentiu as alegações, através do porta-voz do Ministério da Defesa russo, o general Igor Konachenkov, reiterando que “todos os mísseis disparados dos nossos navios cruzadores atingiram os seus alvos”.

O porta-voz russo acrescentou ainda que “ao contrário da CNN, nós não fazemos referência a fontes anónimas mas mostramos as trajetórias dos nossos mísseis e os seus alvos praticamente em tempo real”.

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O secretário da defesa norte-americano, Ashton Carter, reagiu também esta quinta-feira às recentes ações da Rússia em solo sírio. Em declarações citadas pelo Guardian, prestadas à margem de um encontro entre ministros da defesa dos países membros da NATO, que decorreu em Bruxelas, Ashton Carter afirmou:

Eles [os russos] iniciaram uma ofensiva terrestre armada, em parceria com o regime sírio, destruindo a fachada de que estão lá [na Síria] para combater o ISIS [Estado Islâmico]. Isto terá consequências para a própria Rússia, que teme ataques, e que tem razões para isso. Nos próximos dias, os russos começarão a sofrer baixas.

O secretário da defesa norte-americano acrescentou ainda que os mísseis estiveram muito perto de atingir um drone norte-americano, que se encontra no espaço aéreo sírio. Ashton Carter voltou também a manifestar a recusa dos Estados Unidos em colaborar com a Rússia no combate ao Estado Islâmico, devido ao apoio convicto dado pelo governo russo ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Já a ministra da defesa alemã, Ursula von der Leyen, afirmou que se o ataque russo atingiu grupos de oposição na Síria, que combatem o Estado Islâmico, isso “fortalecerá o ISIS”, o que não pode ser do interesse de ninguém.

Esta quarta-feira, após o ataque naval feito pela Rússia, Vladimir Putin afirmou perante o seu ministro da defesa, Sergei Shoigu, que, apesar de ser cedo para tirar conclusões, o que tem sido feito pelo exército russo “merece uma avaliação altamente positiva”.