A Transparência Internacional revelou o seu índice anual de percepção da corrupção no setor público e as notícias não são boas para o Brasil: o país de Dilma teve a pior queda, descendo para o 76.º lugar entre 168 países. Como se escreve na 21.ª edição do relatório “Índice de Percepção da Corrupção”, “o Brasil foi quem teve a maior queda, perdendo cinco pontos e descendo sete posições, para o 76.º lugar”.
“O escândalo da Petrobras, atualmente em curso, levou as pessoas às ruas em 2015 e o início do processo judicial poderá ajudar o Brasil a frear a corrupção”, acrescenta o documento hoje divulgado.
Portugal ficou onde estava, isto é, em 28º lugar, com 63 pontos.
De acordo com esta análise que já leva mais de duas décadas — e cujo resultado pode ser explorado no mapa interactivo que publicamos a seguir, clicando em cima de cada país –, “ao todo dois terços dos 168 países listados no índice de 2015 têm uma pontuação abaixo de 50, numa escala de 0 (considerado o mais corrupto) a 100 (considerado o menos corrupto)”.
“Se trabalharmos juntos, podemos vencer a corrupção; para acabar com o abuso do poder, o suborno e revelar negociatas, os cidadãos devem juntar-se e dizer aos seus governos que já chega”, diz o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz, citado no relatório.
Entre os países lusófonos, Angola continua a ser o país onde existe maior perceção da corrupção no setor público, e Portugal aquele onde este sentimento é menor, conforme se mostra na tabela em baixo, retirada do Índice divulgado esta quarta-feira.
O índice cobre as perceções sobre a corrupção do setor público em 168 países. A Dinamarca aparece no topo pelo segundo ano consecutivo, sendo a Coreia do Norte e a Somália os piores casos, com apenas oito pontos cada.
O documento afirma que os países mais bem colocados têm vários aspetos em comum, entre os quais o “alto nível de liberdade de imprensa; acesso a informação sobre orçamento público — para que a população saiba de onde vem e como é gasto o dinheiro; altos níveis de integridade entre as pessoas no poder; e sistemas judiciários que não diferenciam ricos e pobres, e que são realmente independentes das outras esferas do governo”.
Pelo contrário, “para além dos conflitos e guerras, a fraca governança, instituições públicas débeis — como a polícia e o judiciário, e a falta de independência da imprensa caracterizam os países que ocupam as posições mais baixas”.
O Índice de Percepção da Corrupção baseia-se em opiniões especializadas sobre a corrupção do setor público. As pontuações dos países são potenciadas por governos abertos, nos quais os cidadãos são capazes de responsabilizar os seus representantes, enquanto uma pontuação baixa é um sinal da prevalência de subornos, impunidade da corrupção e instituições públicas que não atendem às necessidades dos cidadãos, segundo o relatório.
Classificação — Do melhor para o pior:
1. Dinamarca
2. Finlândia
3. Suécia
4. Nova Zelândia
5. Holanda
6. Noruega
7. Suíça
8. Singapura
9. Canadá
10. Alemanha
10. Luxemburgo
10. Reino Unido
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28. Botswana
28. Portugal
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40. Cabo Verde
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66. São Tomé e Príncipe
66. Macedónia
66. Turquia
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76. Brasil
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112. Honduras
112. Malaui
112. Moçambique
112. Vietname
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123. Gâmbia
123. Guatemala
123. Cazaquistão
123. Quirguistão
123. Líbano
123. Madagáscar
123. Timor-Leste
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158. Haiti
158. Guiné-Bissau
158. Venezuela
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163. Angola
163. Sudão do Sul
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167. Coreia do Norte
167. Somália