Uma mulher ocupa pela primeira vez um alto cargo na comunicação do Vaticano. Paloma García Ovejero foi escolhida para vice-diretora da sala de imprensa do Vaticano, onde trabalhou nos últimos quatro anos como correspondente da rádio espanhola COPE.

O até agora diretor da sala de imprensa, Frederico Lombardi, um sacerdote que foi responsável pela sala de imprensa da Santa Sé durante os últimos dez anos, completa 74 anos no próximo mês de agosto, e vai ser substituído por Greg Burke, um norte-americano que trabalhou na Fox News e já fazia parte da estrutura de comunicação do Vaticano. Greg Burke vai, portanto, ser o superior hierárquico de Paloma Ovejero, que será, então, vice-diretora.

Paloma Ovejero, numa entrevista ao jornal El Español, explica que quer “ser uma ponte entre um lado e outro”, entre o Papa e os jornalistas. “Tenho ideias, propostas”, admite Paloma, mas reconhece que se vai integrar num “processo de mudança”.

“Teria aceitado ser motorista ou limpar os cestos do papel da sala de imprensa”.

“Chamaram-me da Secretaria de Estado do Vaticano na sexta-feira [dia 8 de julho]. Fui reunir-me com o cardeal Becciu — número dois do organismo –, que me disse que tinha de me fazer um pedido da parte do Papa”, lembra Paloma.

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Sem pensar duas vezes, a jornalista disse: “Se é o Papa que me pede, não tenho nada a pensar. Teria aceitado ser motorista ou limpar os cestos do papel da sala de imprensa”.

Mas não era o caso. “Ele disse-me: «O Papa precisa de que o ajudes e quer que sejas a nova vice-diretora da sala de imprensa». E aí começas a dar-te conta de que disseste sim a algo muito maior do que pensavas”, recorda.

Para o Papa, é “claríssimo que a comunicação é parte essencial do pontificado”, afirma Paloma Ovejero, que teve logo um encontro privado com Francisco e o porta-voz Greg Burke. A missão da sala de imprensa do Vaticano é, para a jornalista, garantir que “a mensagem do Papa seja lida e escutada exatamente da forma que ele a quis transmitir”.

Qual a diferença entre propaganda e informação, pergunta-lhe o jornal espanhol. “Boa pergunta para daqui a seis meses. Estou nos primeiros dias e ainda estou a começar a perceber como é este mundo”.