O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, disse hoje na Porta do Mezio, Arcos de Valdevez, que o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG) vai passar a ter “um rosto e mais meios de prevenção” de incêndios florestais.

“Temos de estar mais próximos, ter mais meios para fazer prevenção durante o ano todo. O próprio parque tem de ter um rosto, que deixou de ter com a reforma feita há uns anos”, sublinhou o governante no final de uma reunião com os autarcas dos concelhos do distrito de Viana do Castelo mais afetados pelos fogos, presidida pelo primeiro-ministro e na qual participaram ainda os ministros da Administração Interna e da Agricultura.

De acordo com os números avançados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, nos incêndios dos últimos dias foram consumidos cerca de 1.800 hectares, cerca de 5,6% da área total de ambiente natural do PNPG.

Matos Fernandes defendeu a constituição de “equipas no terreno, mais próximas, que não só fazem o trabalho do dia a dia como quando surgem situações como as dos últimos dias estão na primeira linha de combate e acabam por ajudar os outros meios”.

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Referiu “ter sido um erro ter afastado, às vezes, o próprio Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) e as suas estruturas de gestão do território e mais ainda as autarquias”.

“Nesta reunião ficou o compromisso de fazer do Parque Nacional da Peneda Gerês um exemplo de gestão da floresta e vamos começar a trabalhar já”, frisou.

Questionado sobre se o “rosto” do PNPG seria a figura de um diretor, como até maio de 2007, Matos Fernandes disse que “não, necessariamente”.

“É fundamental é que exista um conselho diretivo onde fiquem claras as funções de rede da conservação da natureza e a participação das autarquias numa gestão de proximidade, porque são elas que conhecem o território e que acabam por aportar meios para este território”, sustentou.

Segundo dados avançados pelo Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Norte, Paulo Esteves, na sessão presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, em julho, o distrito de Viana do Castelo contabilizou 194 ocorrências de incêndios, sendo Arcos de Valdevez, com 49, e Ponte de Lima, com 46, os concelhos mais afetados pelas chamas.

Nos primeiros 14 dias do mês de agosto, especificou aquele responsável, registaram-se 259 ocorrências, e Arcos de Valdevez, sobretudo a área do PNPG, voltou a liderar a lista, com 48 fogos.

O comandante Paulo Esteves afirmou que 41% dos incêndios florestais que fustigaram o Alto Minho deflagraram entre as 20h00 e a meia-noite, e “com mão humana”.

“Não era o calor do sol. Só se fosse o brilho da lua”, sustentou.