É uma espécie de baralhar e voltar a dar “zero”. O PSD prepara-se para seguir a linha que já adotou no início do ano – na votação do orçamento de 2016 – e colocar-se à margem da discussão do Orçamento do Estado para 2017.

Esta sexta-feira, Pedro Passos Coelho disse que a preparação do “Orçamento do Estado (OE) cabe ao governo e à maioria que o apoia, não ao PSD”. Mais: o presidente social-democrata deixa claro que “o PSD não é, na discussão do OE que vai ter lugar, uma parte negociadora”.

Já em fevereiro, nas vésperas da discussão do orçamento em vigor, o líder social-democrata anunciava que, perante um “mau orçamento”, “incoerente”, “irrealista”, “eleitoralista” e “arriscado” nos planos “técnico social e político”, o partido votaria contra e não estaria sequer disponível para entrar na discussão do documento na especialidade.

Dito e feito. Agora, meio ano depois e com a discussão do orçamento de 2017 já no horizonte, Passos levanta o véu e deixa antever que esse trabalho não contará com a colaboração dos sociais-democratas. Se é certo que “ainda nem há orçamento”, como sublinha o próprio líder do PSD, também fica claro que a vontade de contribuir com propostas para o OE de 2017 é pouca. “Se alguém está com a expectativa de embrulhar o PSD na responsabilização orçamental, como se costuma dizer, tire o cavalinho da chuva”, porque “nem vale a pena estar a perder tempo” com essa discussão. Passos atira essa responsabilidade para o lado dos partidos que dão corpo à geringonça, mas não clarifica, ainda, o sentido de voto do partido na votação do documento.

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