Donald Trump pondera destacar cerca de 100.000 militares da Guarda Nacional para irem atrás dos imigrantes sem documentos, nomeadamente aqueles que vivem próximo da fronteira com o México. A notícia foi avançada pela Associated Press que teve acesso a uma proposta escrita pelo Secretário da Segurança Interna, John Kelly. A Casa Branca nega tudo mas a agência de notícias já tornou público o documento (clique aqui para o ver na íntegra).
O documento, de 11 páginas, data 25 de janeiro e evoca uma “militarização sem precedentes” para quatro estados americanos na fronteira com o México — Califórnia, Arizona, Novo México e Texas — e mais sete estados contíguos (Oregon, Nevada, Utah, Colorado, Oklahoma, Arkansas e Louisiana). Os governadores destes estados podem optar por usar as suas próprias forças de segurança, para o reforço do controlo da fronteira. O memorando explica que os militares da Guarda Nacional estão autorizados:
A desempenhar funções de um oficial de imigração em relação à investigação, apreensão e detenção de estrangeiros nos Estados Unidos.
A Casa Branca negou. É um mero rascunho
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, negou que o documento fosse da Casa Branca referindo que a notícia é “100% falsa”. Spicer garantiu ainda que “não existe nenhum esforço de todo para utilizar a Guarda Nacional para deter os imigrantes não autorizados“.
This is not true. DHS also confirms it is 100% false https://t.co/MFIJci7XaU
— Kayleigh McEnany 45 Archived (@PressSec45) February 17, 2017
O Departamento de Segurança Nacional avançou que o documento é um rascunho antecipado que não deve ser seriamente considerado. A Associated Press garante que o memorando andou a circular pelo Departamento de Segurança Nacional, nas últimas semanas, e que diversos funcionários relataram que a proposta tinha sido discutida esta sexta-feira.
Os representantes dos governadores de oito dos estados visados garantiram não estar a par da proposta e recusaram comentá-la, argumentado ser prematuro discutir a sua posição e participação, conta o The Telegraph. O general Joseph L. Lengyel acrescenta que a Guarda Nacional desconhece a origem do relatório.
We don't know anything about where this report is coming from. Tweet 2/2
— General Daniel Hokanson (@ChiefNGB) February 17, 2017
O memorando data o dia em que Donald Trump assinou um decreto para a construção do muro na fronteira com o México, anunciando mais 5.000 oficiais para o serviço de patrulhamento de fronteiras.
A Guarda Nacional já tem sido usada para ajudar em missões relacionadas com a imigração na fronteira com o México.