Uma menina de quatro anos foi atacada esta manhã em Leça do Balio, Matosinhos, por um cão de raça perigosa, um Rottweiller. Nesta altura já se encontra em condição estável no Hospital de São João, apurou o Observador junto de fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto. De acordo com as informações recolhidas, o proprietário do animal fugiu, deixou o cão em casa e trocou de roupa mas já foi intercetado e detido. Alegadamente, terá agredido uma outra pessoa que estava no local, e que inicialmente as próprias autoridades apontaram como o pai da criança, antes do ataque do cão. Está na esquadra de São Mamede de Infesta, devendo ser amanhã presente a tribunal.
O alerta foi dado pelas 10h00 depois de um grupo de pessoas ter sido atacado por um cão de raça Rottweiller na Rua Padre Manuel Bernardes, em Leça do Balio, Matosinhos. De acordo com a informação recolhida, o pai da criança terá advertido antes o proprietário do cão para o facto de o animal andar na via pública sem trela e sem açaime. Na altura, terá tentado tirar uma fotografia com o telemóvel para comprovar a situação. Terá sido aí que o dono do animal terá agredido o pai da menina e, momentos depois, o cão atacou a criança.
Além da menina de quatro anos, o cão feriu ainda outras duas pessoas, com menor gravidade. Uma dessas pessoas será a mãe da criança. A família estaria num velório de um vizinho. A criança foi transportada para o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, mas foi transferida para o Hospital de São João, no Porto, por necessitar de ser submetida a uma cirurgia reconstrutiva à zona da cabeça e da cara. A criança apresentava ferimentos no couro cabeludo, ombro e numa mão, mas “não estava em estado grave”, de acordo com os bombeiros. Inicialmente, fonte da PSP tinha indicado que a menina estava “praticamente desfigurada”, num “estado muito grave”.
O cão também já foi intercetado e encontrar-se num canil municipal em Matosinhos. De acordo com o que se sabe nesta altura, o animal, de uma raça potencialmente perigosa, cumpria os requisitos legais necessários, incluindo seguro de responsabilidade civil e o chip, mas circulava em público sem trela e sem açaime.
“Estamos a elaborar o expediente. O detido foi intercetado e irá amanhã a tribunal. Incorre na prática de três crimes: ofensas à integridade física por negligência, ofensas à integridade física do pai da criança e omissão de auxílio. Após o sucedido, abandonou o local sem prestar assistência, dirigiu-se para casa, trocou de roupa, deixou o cão e foi depois intercetado a partir do auxílio de testemunhas. O veterinário do canil é que vai decidir se será abatido. O portador do animal não estava a cumprir as regras impostas por lei. Além da criança existem mais três feridos: os pais e uma outra pessoa, todos sem gravidade”, explicou à SIC Notícias a subcomissária da PSP, Sílvia Caçador.
Segundo os bombeiros de Leça do Balio, em Matosinhos, que fizeram o transporte ao hospital, a menina “não corre perigo de vida”. Fonte hospitalar confirmou que a menina encontra-se estável.
De acordo com o ponto 1 do artigo 11 do Decreto-Lei n.º 312/2003, datado de 17 de dezembro, “o animal que cause ofensas graves à integridade física de uma pessoa, devidamente comprovadas através de relatório médico, é obrigatoriamente abatido, por método que não lhe cause dores e sofrimento desnecessários, após o cumprimento das disposições legais do Plano Nacional de Luta e Vigilância Epidemiológica da Raiva e Outras Zoonoses, não tendo o seu detentor direito a qualquer indemnização”.