O Banco BNI Europa (filial em Portugal do banco angolano BNI) quer investir dez milhões de euros em micro, pequenas e médias empresas nacionais (PME), através da bolsa de empréstimos portuguesa Raize, nos próximos dois anos, anunciou a startup esta terça-feira, em comunicado.

A Raize realizou mais de 350 operações de financiamento junto de micro e pequenas empresas, com um valor total superior a 6,5 milhões de euros, desde o lançamento, em 2015. Em março, quando apresentou os números de investimento dos últimos anos, anunciou ainda que, para 2017, queria ajudar a financiar mais de 20 milhões de euros a micro e pequenas empresas portuguesas.

A startup portuguesa foi criada para ser uma alternativa às formas de financiamento tradicionais. A ideia é que em vez de serem os bancos a emprestar, sejam investidores particulares em troca de uma taxa de juro que varia em função do risco. Atualmente, a plataforma tem mais de 10 mil investidores registados e é possível investir a partir de 20 euros por empresa.

A parceria com o banco surge, assim, “numa altura em que se discute o futuro modelo da banca em Portugal” e “vem reforçar a tese de cooperação entre as chamadas fintech [tecnologia financeira] e os agentes mais tradicionais de mercado, como os bancos”, explica José Maria Rego, cofundador da Raize, em comunicado.

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O modelo de parceria entre bancos e fintech já é adotado por várias instituições a nível internacional, como por exemplo o JP Morgan Chase e a OnDeck, nos Estados Unidos, ou o ING e a Kabbage, em Espanha, permitindo assim “reforçar o investimento direto na economia e com custos mais reduzidos”, explica a empresa.

Além dos 10 milhões que o BNI Europa vai investir através da Raize, o banco celebrou recentemente uma parceria com a MarketInvoice – uma das maiores bolsas de empréstimo britânicas – onde estima investir 45 milhões de libras (cerca de 52 milhões de euros).

O cofundador da Raize prevê ainda que, daqui a dez anos, em Portugal, cerca de 25% das PME se financiem junto de investidores, dando como exemplo o Reino Unido, onde o financiamento a PME por plataformas de empréstimo representava 14% dos novos empréstimos, em 2015.