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MPLA anuncia que venceu as eleições com "maioria qualificada assegurada"

Este artigo tem mais de 5 anos

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) anunciou esta quinta-feira que, com cinco milhões de votos escrutinados em todo o país, tem a "maioria qualificada assegurada".

"É com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço", disse membro do Bureau Político do MPLA
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"É com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço", disse membro do Bureau Político do MPLA

Joost De Raeymaeker/LUSA

"É com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço", disse membro do Bureau Político do MPLA

Joost De Raeymaeker/LUSA

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) anunciou esta quinta-feira que, com cinco milhões de votos escrutinados em todo o país, tem a “maioria qualificada assegurada” e a eleição de João Lourenço para Presidente da República.

Às 16h15 desta quarta-feira, foram apresentados os resultados provisórios, por parte da CNE. Com 65,53% das assembleias de voto escrutindas, o MPLA reunia 64,57% dos votos — o que, a manter-se até ao final da contagem, iria deixar o MPLA aquém de uma maioria qualificada, fixada nos 66%.

A confirmar-se o cenário de maioria qualificada, o MPLA irá manter o controlo da Assembleia Nacional. Porém, existem contagens paralelas, a cargo da oposição e de movimentos cívicos, que sugerem que o MPLA poderá vencer as eleições, mas com menos de 50% dos votos.

A informação foi transmitida esta quinta-feira, cerca das 11h50, na sede nacional do MPLA, em Luanda, pelo secretário do Bureau Político, para as questões políticas e eleitorais, Jú Martins, em declarações aos jornalistas.

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“Temos vindo a fazer a compilação dos dados que os nossos delegados de lista nos têm remetido, das atas síntese que obtiveram das assembleias de voto a nível de todo o país. E, numa altura em que temos escrutinado acima de cinco milhões de eleitores, o MPLA pode garantir que tem a maioria qualificada assegurada”, disse.

“Por isso, é com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço e o futuro vice-Presidente da República será o camarada Bornito de Sousa Baltazar Diogo”, disse o mesmo responsável do partido.

Em abril, quando o registo eleitoral para a votação desta quarta-feira terminou, estavam inscrito 9,2 milhões angolanos para votar.

CNE admite “pequenas falhas” nas eleições

As urnas abriram às às 7h00 desta quarta-feira e fecharam às 18h00, num dia eleitoral que decorreu com a ocorrência de percalços. Segundo o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André Silva Neto, foram registadas apenas “pequenas falhas”. Em conferência de imprensa na quarta-feira à noite, ainda antes de serem conhecidos os resultados provisórios, a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que “o ato eleitoral correu de feição”. “Em termos gerais, nós podemos considerar que, até ao momento, todo o empenho que foi dedicado a este processo surtiu os efeitos desejados”, acrescentou.

Seis testemunhos das eleições em Angola, desde um estudante até a um ex-primeiro-ministro

Ao Observador, Domingos da Cruz, ativista e ex-preso político, faz um relato diferente. Para estas eleições, Domingos da Cruz ajudou a fundar a Zuela, uma aplicação para telemóvel que permite a qualquer pessoa fazer denúncias de irregularidades de forma anónima. Ao longo do dia, chegaram-lhe 231 queixas. “Alguns eleitores são informados que devem votar num local diferente daquele que escolheu”, conta. Nesse caso, são remetidos para outras assembleias de voto, que “distam 10, 20 ou 100 quilómetros”. Domingos da Cruz refere ainda que houve “muitas mesas” onde não foram admitidos delegados e fiscais da oposição. Entre os partidos da oposição, segundo aquele ativista, a UNITA terá sido o menos afetado.

Domingos da Cruz também recebeu queixas que apontavam para casos de pessoas que, quando foram votar, foram informadas de que já o tinham feito. “Ou seja, houve votação feita por eles”, explica o ativista. “Resultado: não votaram. Não sabemos como aconteceu tal votação antecipada. Cada um tire a sua conclusão.”

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