O furacão Ophelia atingiu a categoria 2 esta quinta-feira e os mais recentes modelos de previsão divulgados não descartam Portugal continental e os Açores do percurso do furacão. O Ophelia está atualmente a cerca de 1140 quilómetros do arquipélago açoriano e já atingiu rajadas de 185 quilómetros por hora. “Autoridades no grupo ocidental dos Açores devem monitorizar o progresso do furacão”, alerta o comunicado diário do National Hurricane Center, a máxima autoridade de monitorização de tempestades tropicais e furacões do Atlântico.

O furacão Ophelia visto do espaço esta quinta-feira

Uma lenta movimentação em direção a nordeste deve começar hoje [quinta-feira], lê-se no comunicado do NHC.

Vários modelos disponibilizados pelo NHC e pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dão quase como certos os efeitos da perturbação ciclónica em Portugal a partir da noite de sábado. A previsão publicada pelo IPMA vai ao encontro dessas previsões. Contudo, não há motivo para pânico. Em Portugal continental, o IPMA só prevê aguaceiros na segunda-feira seguidos de aguaceiros fortes na terça-feira.

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Esta noite, o IPMA já emitiu avisos amarelos e laranjas para as ilhas do arquipélago pela mesma altura em que o NHC subia o Ophelia para categoria 2. O mais recente mapa de projeção já prevê que o Ophelia continue a crescer em intensidade e faça o chamado landfall na Irlanda. O NHC já admite que o furacão passe ao largo da costa portuguesa.

Furacão Ophelia. Avisos amarelo e laranja para os Açores

Atente que o “cone” é apenas uma projeção. Situações adversas podem ser sentidas em todo o redor do cone

Em caso de situações adversas

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Apesar de as previsões meteorológicas não indicarem riscos extraordinários, eventuais recomendações e práticas de segurança devem ser requeridas junto dos serviços de Proteção Civil e de bombeiros da sua área de residência.

Pode consultar os contactos das autoridades competentes na sua área nesta página.

O dia de sábado ainda vai registar as temperaturas elevadas que se fizeram sentir nestas duas primeiras semanas de outubro, com máximas de 32ºC e mínimas de 19ºC. Contudo, a probabilidade de precipitação chegar no domingo, dia em que as temperaturas deverão cair dois graus, é muito alta. Na segunda-feira, contudo, as máximas devem cair para os 24ºC e a chuva deve manter-se até quinta-feira.

Na terça-feira, as máximas caem para 22ºC, uma queda abrupta de 10ºC em apenas 73 horas. Esta previsão deve ser alterada nos próximos dias.

Não é anormal que um furacão se forme tão perto dos Açores, mas é raro que o modelo de previsão aponte para a Europa, isto porque o Anticiclone dos Açores, um eixo de alta pressão atmosférica, age como “um muro” e impede que os furacões e outras formações ciclónicas ganhem força em direção ao continente europeu.

[Verifica-se] um aumento da intensidade do vento nas últimas 12 horas: vento médio estimado de 140 km/h e rajadas da ordem dos 170 km/h. O Ophelia está já a deslocar-se para NE a 6 km/h podendo ainda intensificar-se um pouco mais nas próximas horas. Prevê-se que nas próximas 48 horas mantenha esta direção de trajetória, começando a aproximar-se do arquipélago dos Açores, sendo esperado que às 18h (hora dos Açores) de hoje [quinta-feira] se encontre localizado a 1140 km a SW da região”, lê-se no comunicado do IPMA

O NHC prevê que, após a passagem pelo litoral português, o Ophelia atinja a Irlanda e o Reino Unido, onde deverá dissipar graças às águas mais frias.

A probabilidade do furacão atingir a costa portuguesa aumentou esta quinta-feira à noite, uma vez que o deveria fazer enquanto depressão pós-tropical. Seria a terceira vez que isso acontece desde que há registo. As únicas formações ciclónicas dessa dimensão a atingirem Portugal fizeram-no em outubro de 1842 e em outubro de 2005, quando os resquícios do furacão Vince atingiram o continente.

(última atualização das previsões meteorológicas feita às 23h31 de quinta-feira)