O funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS) Frederico Carvalhão Gil foi condenado esta quinta-feira pelo Tribunal Criminal de Lisboa pelos crimes de espionagem e corrupção passiva para ato ilícito (agravado). A sentença envolve uma pena de sete anos e quatro meses de prisão, sendo que o antigo agente irá permanecer em prisão domiciliária com pulseira eletrónica. A defesa já anunciou que vai recorrer da decisão condenatória.

O julgamento decorreu à porta fechada por estar em causa matéria sigilosa relacionada com segredos de Estado. Além de Carvalhão Gil, o Ministério Público (MP) acusou o russo Sergey Nicolaevich Pozdnyakov, que integra os quadros dos serviços de informações russos (SVR), dos mesmos crimes, tendo sido decidido desanexar o processo.

De acordo com as alegações do MP, Carvalhão Gil tinha sido recrutado pelo Serviço Externo da Federação Russa (SVR) para prestar informações cobertas pelo segredo de Estado às quais tinha acesso, recebendo por isso vários pagamentos. Nesse contexto, terão acontecido três encontros entre o então funcionário do SIS e um oficial do SVR — neste caso, Sergey Nicolaevich Pozdnyakov — foi num desses encontros, em Roma, Itália, que Carvalhão Gil foi detido.

Os elementos da PJ que conduziram a operação encontraram na altura um documento manuscrito na posse do oficial do SVR, que lhe tinha sido entregue pelo agente do SIS, com informação confidencial e ao abrigo do segredo de Estado. Durante as buscas e consequentes apreensões de vários artigos e documentos, as autoridades encontraram 10 mil euros que lhe teriam sido entregues pelo oficial do SVR.

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